Terça-feira, 31 de Janeiro de 2006

Contributos...

Depois de alguns artigos publicados no nosso blog, é sempre com satisfação que verificamos a nossa caixa de correio e encontramos contributos de outros leitores. Parece que na nossa Terra Estranha, cada vez mais pessoas têm ideias semelhantes. Mais do que dizer mal, teremos de chamar a atenção para aquilo que consideramos errado. Tenho orgulho na nossa história e considero um grande desperdício de energia e recursos o caminho que continuamos a seguir.
Nesse sentido, deixo aqui o contributo do leitor JLM (nome protegido porque está cá o Bill Gates) que, por si só, é um exemplo das interrogações que assolam a sociedade portuguesa moderna. Fizemos muito mas podemos fazer ainda mais! E não, não é com o choque tecnológico...

QUOTE
Bom dia,
Interessante o vosso blog.
Aqui está um humilde ponto de vista sobre a nossa portugalidade, ou melhor, portugalidadesinha.
Fomos grandes. Descobrimos novos países, novas rotas. Contribuímos para o mercantilismo. Fomos o grande responsável pela vinda de especiarias para a Europa. Tornámo-la mais picante e aromática, portanto. E a Europa que nunca se esquece dos favores obtidos (é vê-los a apoiarem a América nos planos anti-terroristas depois de os adolescentes americanos terem vindo morrer nas praias da Normandia para nos libertarem, e depois do plano Marshall), envia-nos avultados fundos monetários para formação de pessoal, construção de obras e projectos faraónicos (falo do projecto otário e do projecto TerGiVersiário por exemplo) entre outros. É a troca "value for money" que no nosso caso foi canela por comboios.
Fomos também responsáveis pela germinação de novas raças. Exº - a mulata do Brasil. E os brasileiros, tal como os europeus, devolvem-nos com simpatia esse investimento com a exportação de craques (?) de futebol, criativos publicitários e um contigente de autênticas mulheres trabalhadeiras - mulatas, claro está - que contribuem para a colecta fiscal do nosso país ao pagarem os anuncios nos jornais relativos aos seus prestimosos serviços. "Bumbum guloso, completíssima, oral natural" está visto.
Ou seja, não há nada que tenhamos feito que não tenha tido a sua contrapartida nos dias de hoje. Nós, ao contrário daquilo que se pensa, fomos os grandes precursores do investimento a longo (longuíssimo) prazo. Semeamos, não ventos, e colhemos à posteriori, não tempestades, mas uma amálgama de retorno ao investimento invejável.
De facto , que mais poderíamos querer? É ver o caso de Angola por exemplo. País abastado, com um grande potencial. A riqueza de um país é extrapolada pla riqueza dos seus dirigentes. Querem portanto país mais rico dada a riqueza dos seus governantes? É nossa a principal contribuição para o facto. E como tal, as grandes jazidas de petróleo, diamantes e outras riquezas afins está ao nosso inteiro dispôr e sob o nosso total controlo. Angola, que tal como os outros países, não esquece a quem lhe fez bem, dá-nos para além disso o Mantorras, esse grande produto de valor acrescentado que com toda a certeza dará a sua contribuição para nos alavancar para uma honrosa vitória no próximo acontecimento supra-nacional, exultante do nosso mais profundo patriotismo (duvidam? Hão-de ver a quantidade de bandeiras prespegadas nas janelas nacionais), que vai ser o campeonato de futebol que há-de decorrer nesse grande país, com uma história de cordiais relações diplomáticas com Portugal, mormente nos idos anos 30 e 40, facto pelo qual Portugal aproveitou as contrapartidas (mais uma visão estratégica).
Então e Moçambique, terra natal deste vosso humilde correspondente? Não é o primeiro país da CPLP (Comissão Permanente dos Lesadores de Portugal) a entrar na Commonwealth? Genial...ninguem se lembraria de tal coisa. Isto é de facto ver mais longe, globalizar-se antes da globalização, reabrir novas fronteiras, catapultar a nossa tão portuguesa noção de um mundo mais próspero e sem fronteiras. Vê-se que Moçambique aprendeu com o seu fundador, e há-de dar cartas no futuro.
E nós continuaremos na crista da onda. Teremos mais universitários a deslocarem-se de carro para as suas aulinhas do que os outros meninos da Europa, haveremos de chegar ao rácio de 2 telemóveis por habitante, continuaremos a ter um parque automóvel mais novo do que o da Alemanha, continuaremos a lêr mais revistas difusoras de cultura (como a Maria, a Caras, a Lux e a Nova Gente) do que os outros, entre tantos outros verdadeiros indíces de desenvolvimento e riqueza que nos caracterizam como nação.
Eu orgulho-me de Portugal. Tugas forever.
UNQUOTE

Vou terminar este pequeno artigo com algumas citações de personagens famosas. Se alguma citação não se adequar à Terra Estranha, avisem:

- “Dressing up is inevitably a substitute for good ideas. It is no coincidence that technically inept business types are known as "suits." “
Paul Graham (September 2004)

- “Martyrdom... is the only way in which a man can become famous without ability. “
George Bernard Shaw

- “The perfect bureaucrat everywhere is the man who manages to make no decisions and escape all responsibility. “
Brooks Atkinson

- “Bureaucrats write memoranda both because they appear to be busy when they are writing and because the memos, once written, immediately become proof that they were busy. “
Charles Peters

- “Bureaucracy defends the status quo long past the time when the quo has lost its status. “
Laurence J. Peter

- “An economist is an expert who will know tomorrow why the things he predicted yesterday didn't happen today. “
Laurence J. Peter

- “You will find that the State is the kind of organization which, though it does big things badly, does small things badly, too. “
John Kenneth Galbraith

- “It is dangerous to be right when the government is wrong. “
Voltaire

- “So much of what we call management consists in making it difficult for people to work. “
Peter Drucker

- “Crime does not pay ... as well as politics.
Alfred E. Newman

- “Politics is the art of looking for trouble, finding it whether it exists or not, diagnosing it incorrectly, and applying the wrong remedy. “
Ernest Benn

- “The problem with political jokes is they get elected.”
Henry Cate VII
publicado por GERAL às 11:31
link do post | comentar | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Outubro 2013

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

.posts recentes

. Nas voltas e reviravoltas...

. A Austeridade...

. Portugal e a Crise

. Jogo FMI

. FMI e afins

. O outro lado da exuberânc...

. Os Sufrágios!

. As idio(ti)ssincracias da...

. O país de betão

. O salário minimo e Portug...

.arquivos

. Outubro 2013

. Setembro 2012

. Maio 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Setembro 2007

. Agosto 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

. Julho 2006

. Junho 2006

. Maio 2006

. Abril 2006

. Março 2006

. Fevereiro 2006

. Janeiro 2006

.tags

. todas as tags

blogs SAPO

.subscrever feeds