Terça-feira, 31 de Janeiro de 2006

Contributos...

Depois de alguns artigos publicados no nosso blog, é sempre com satisfação que verificamos a nossa caixa de correio e encontramos contributos de outros leitores. Parece que na nossa Terra Estranha, cada vez mais pessoas têm ideias semelhantes. Mais do que dizer mal, teremos de chamar a atenção para aquilo que consideramos errado. Tenho orgulho na nossa história e considero um grande desperdício de energia e recursos o caminho que continuamos a seguir.
Nesse sentido, deixo aqui o contributo do leitor JLM (nome protegido porque está cá o Bill Gates) que, por si só, é um exemplo das interrogações que assolam a sociedade portuguesa moderna. Fizemos muito mas podemos fazer ainda mais! E não, não é com o choque tecnológico...

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Bom dia,
Interessante o vosso blog.
Aqui está um humilde ponto de vista sobre a nossa portugalidade, ou melhor, portugalidadesinha.
Fomos grandes. Descobrimos novos países, novas rotas. Contribuímos para o mercantilismo. Fomos o grande responsável pela vinda de especiarias para a Europa. Tornámo-la mais picante e aromática, portanto. E a Europa que nunca se esquece dos favores obtidos (é vê-los a apoiarem a América nos planos anti-terroristas depois de os adolescentes americanos terem vindo morrer nas praias da Normandia para nos libertarem, e depois do plano Marshall), envia-nos avultados fundos monetários para formação de pessoal, construção de obras e projectos faraónicos (falo do projecto otário e do projecto TerGiVersiário por exemplo) entre outros. É a troca "value for money" que no nosso caso foi canela por comboios.
Fomos também responsáveis pela germinação de novas raças. Exº - a mulata do Brasil. E os brasileiros, tal como os europeus, devolvem-nos com simpatia esse investimento com a exportação de craques (?) de futebol, criativos publicitários e um contigente de autênticas mulheres trabalhadeiras - mulatas, claro está - que contribuem para a colecta fiscal do nosso país ao pagarem os anuncios nos jornais relativos aos seus prestimosos serviços. "Bumbum guloso, completíssima, oral natural" está visto.
Ou seja, não há nada que tenhamos feito que não tenha tido a sua contrapartida nos dias de hoje. Nós, ao contrário daquilo que se pensa, fomos os grandes precursores do investimento a longo (longuíssimo) prazo. Semeamos, não ventos, e colhemos à posteriori, não tempestades, mas uma amálgama de retorno ao investimento invejável.
De facto , que mais poderíamos querer? É ver o caso de Angola por exemplo. País abastado, com um grande potencial. A riqueza de um país é extrapolada pla riqueza dos seus dirigentes. Querem portanto país mais rico dada a riqueza dos seus governantes? É nossa a principal contribuição para o facto. E como tal, as grandes jazidas de petróleo, diamantes e outras riquezas afins está ao nosso inteiro dispôr e sob o nosso total controlo. Angola, que tal como os outros países, não esquece a quem lhe fez bem, dá-nos para além disso o Mantorras, esse grande produto de valor acrescentado que com toda a certeza dará a sua contribuição para nos alavancar para uma honrosa vitória no próximo acontecimento supra-nacional, exultante do nosso mais profundo patriotismo (duvidam? Hão-de ver a quantidade de bandeiras prespegadas nas janelas nacionais), que vai ser o campeonato de futebol que há-de decorrer nesse grande país, com uma história de cordiais relações diplomáticas com Portugal, mormente nos idos anos 30 e 40, facto pelo qual Portugal aproveitou as contrapartidas (mais uma visão estratégica).
Então e Moçambique, terra natal deste vosso humilde correspondente? Não é o primeiro país da CPLP (Comissão Permanente dos Lesadores de Portugal) a entrar na Commonwealth? Genial...ninguem se lembraria de tal coisa. Isto é de facto ver mais longe, globalizar-se antes da globalização, reabrir novas fronteiras, catapultar a nossa tão portuguesa noção de um mundo mais próspero e sem fronteiras. Vê-se que Moçambique aprendeu com o seu fundador, e há-de dar cartas no futuro.
E nós continuaremos na crista da onda. Teremos mais universitários a deslocarem-se de carro para as suas aulinhas do que os outros meninos da Europa, haveremos de chegar ao rácio de 2 telemóveis por habitante, continuaremos a ter um parque automóvel mais novo do que o da Alemanha, continuaremos a lêr mais revistas difusoras de cultura (como a Maria, a Caras, a Lux e a Nova Gente) do que os outros, entre tantos outros verdadeiros indíces de desenvolvimento e riqueza que nos caracterizam como nação.
Eu orgulho-me de Portugal. Tugas forever.
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Vou terminar este pequeno artigo com algumas citações de personagens famosas. Se alguma citação não se adequar à Terra Estranha, avisem:

- “Dressing up is inevitably a substitute for good ideas. It is no coincidence that technically inept business types are known as "suits." “
Paul Graham (September 2004)

- “Martyrdom... is the only way in which a man can become famous without ability. “
George Bernard Shaw

- “The perfect bureaucrat everywhere is the man who manages to make no decisions and escape all responsibility. “
Brooks Atkinson

- “Bureaucrats write memoranda both because they appear to be busy when they are writing and because the memos, once written, immediately become proof that they were busy. “
Charles Peters

- “Bureaucracy defends the status quo long past the time when the quo has lost its status. “
Laurence J. Peter

- “An economist is an expert who will know tomorrow why the things he predicted yesterday didn't happen today. “
Laurence J. Peter

- “You will find that the State is the kind of organization which, though it does big things badly, does small things badly, too. “
John Kenneth Galbraith

- “It is dangerous to be right when the government is wrong. “
Voltaire

- “So much of what we call management consists in making it difficult for people to work. “
Peter Drucker

- “Crime does not pay ... as well as politics.
Alfred E. Newman

- “Politics is the art of looking for trouble, finding it whether it exists or not, diagnosing it incorrectly, and applying the wrong remedy. “
Ernest Benn

- “The problem with political jokes is they get elected.”
Henry Cate VII
publicado por GERAL às 11:31
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Segunda-feira, 30 de Janeiro de 2006

Zé Barlaitas... herói desconhecido

Hoje estou chateado! Estou com frio, resmungão, lixado (com f...) e em baixo!
Esteva eu a arregaçar as mangas para dizer mal quando me lembrei de uma coisa: os latinos só dizem mal. Arrepio de frio pela coluna, gotas de suor pululam na minha testa após tão terrível constatação, as pernas tremem de ansiedade e a boca fica seca como cortiça. Porque raio teremos de passar o tempo a dizer mal e a criticar, à semelhança de Marcelo Rebelo de Sousa e outros comentadores do género?

Pois bem, hoje resolvi mudar (mas é só por hoje, por isso aproveitem) a minha atitude e ser mais pró-activo, virado para o exterior, uma atitude positiva de crescimento de produtividade “blogista”, numa vertente macro-informática, tendo em conta as flutuações de mercado..... ops! Lá estava eu de novo! Vou contar-vos a história do Zé Berlaitas, Jovem Empresário de Elevado Potencial (JEEP – só não descobri foi ao ano de matrícula e o modelo) e a sua ascensão ao poder e sucesso na Terra Estranha.

O Zé Berlaitas é filho de uma família de empresários humildes ligados à industria das lãs (lanocício ou lenocínio para os mais eruditos) provindos do interior profundo da Terra Estranha. Tão profundas são as suas origens, na realidade, que a GNR de Alcunfões de Cima ainda procura uma razão para o desaparecimento de um rebanho de 1.000 ovelhas adquiridas com fundos do Governo para a referida indústria de lãs.

Ora o Zé Berlaitas teve uma infância rica de experiências de meninice que o marcaram profundamente e que o levaram ao sucesso almejado. Aos 3 anos de idade decidiu que queria aprender coisas da vida e passou a espreitar por baixo das saias das vizinhas em busca do Santo Graal (dizia ele). Perante tal apetência, o pai inchado de orgulho, leva o pequeno rebento à tasca do bairro onde, curiosamente, tinha umas empregadas estrangeiras que desapareciam com os clientes durante cerca de 1 hora para acompanhamento terapêutico, dizia-se. O pai Berlaitas, sempre com olho para o negócio, começa um longo processo de aprendizagem ao rebento, intercalado com várias sessões físicas de chapadas, sobre a forma de gerir o futuro negócio que se avizinhava. Quantas vezes não recorda o Zé as doutas palavras de seu pai: “As gajas só têm de pensar que gostas delas, enquanto lhes dás umas ronfadelas, perspega-lhes umas bofetadas mas lembra-te! Nunca deixes marcas!! As tipas abespinham-se todas se deixas marcas!”.

Na sua adolescência, Zé Berlaitas decide conhecer o mundo e, numa acção arriscada, decide ir tirar um curso para o estrangeiro. Seu pai, sempre atento, decide falar com uns amigos italianos (todos de nome começado por “Don” e todos empresários na área da consultoria, importação e exportação) de modo a proporcionarem livre acesso à Universidade e aprendizagem contínua. Assim, passa pelas melhores casas Europeias, sempre acompanhado pelos mentores que moldam a sua personalidade e ditarão o seu percurso futuro. Regressa à Terra Estranha e, logo por azar, rodeia-se de uns amigos estranhos que lhe trazem alguns problemas com a bófia. O emérito juiz, amigo do pai devido a umas fotos que apareceram dele com umas crianças (era tudo a fingir! Claro! mas era preciso ter cuidado com a carreira), põe água na fervura e diz apenas que o Zé Berlaitas – apesar de apanhado com um TIR de 20 tons cheio de erva até às goelas – estava a montar um novo negócio de chá medicinal e, por isso, iria ser deportado até uma pequena estância balnear tropical, mesmo no equador. Apesar deste revés, o juiz não o proibiu de continuar a exercer a sua profissão o que lhe permitiu manter-se actualizado.

Ora, com o seu regresso, dedica-se a 100% à sua actividade com um fervor digno de um sacerdote copta. Num golpe de sorte – sim, porque foi uma sorte o pai conhecer as pessoas certas e ter algum material escondido que poderia ser considerado por alguns má-línguas como comprometedor – arranja um emprego no estrangeiro, numa terra onde as pernas de rã são vistas como uma iguaria a papar e onde os caracóis são animais sagrados, dignos de veneração. Durante esse período de contínua formação conheceu as novas perspectivas do crime... desculpem! do trabalho e do negócio.

Nessa mesma altura a catástrofe abate-se na sua vida. O pai Berlaitas falece depois de ter comido umas ostras já um pouco ultrapassadas (p’rá aí uns 5 meses fora do prazo, ao sol, mas como era uma pechincha o pai Berlaitas não resistiu). Por momentos, Zé Berlaitas assusta-se pois perdeu o seu protector divino. Mas no dia seguinte é-lhe entregue uma carta com a indicação onde se encontra o arquivo do pai. Após uma breve vista de olhos, Zé Berlaitas descansa! Todo o material que necessita para assegurar o seu futuro está lá... que alívio!!!

Com o passar dos anos decide casar e para tal escolheu alguém com uma cultura elevada, uma formação refinadíssima, obtida na recta de Pegões e Intendente. Casamento feliz e com muitos convidados, Zé anuncia aos convivas que a mulher está grávida de 2 meses. Ele está eufórico embora ainda não tenha percebido porque é que a altura da gravidez coincidiu com aquela viagem de negócios ao continente africano em que ele foi sozinho mas isso são coisas de mulheres e afinal ela disse-lhe que tinha usado umas cuecas dele enquanto fazia a limpeza e sempre é possível essas coisas acontecerem. Três meses após o casamento, nasce um bebé prematuro de 5 meses, com 4 quilos e 52 cm. Cada vez mais cheio de si, Zé apregoa ao mundo que com ele, até os bebés prematuros são uns verdadeiros animais. Que ele não tem espermatozóides, tem girinos e salamandras. Uma punheta do Zé Berlaitas equivale a um ensopado de enguias...

Os anos passam, as proezas de Zé Berlaitas multiplicam-se, a sua rede de apoio é cada vez maior e o filho é cada vez mais parecido com o padeiro! Berlaitas, agora já com alguns doutoramentos honoris causa e com 15 livros de 1.000 páginas cada, escritos em 6 meses, abraça um novo desafio... Vai para a rua, berra, pede apoios, insulta os outros, cospe nas velhinhas, baba-se nas boazonas, utiliza o material de “apoio” que tem guardado, dorme pouco e “pina” menos mas tudo isto permitiu-lhe chegar onde queria... Aquilo que começou com um negócio de lãs (lanocínio ou lenocínio, repito) atingiu o seu apogeu de vida, finalmente eram reconhecidos os seus esforços. Além de JEEP (aos 80 anos) era POLÍTICO eleito!!!

Hoje estou chateado!
E como podem ver resolvi falar sobre uma história de sucesso, de pureza de atitudes de motivação, em suma, uma história da Terra Estranha

MS
publicado por GERAL às 14:26
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As Quintas e os Quintais.

Viva Portugal! Não é um país de regiões, é um país de quintas e quintais!

Quintas e quintais? Que coisa absurda! Então ainda não acabámos com a agricultura no nosso país? Segundo os sábios deste país (que eu venero incondicionalmente e sem ousar pensar e muito menos por em causa), temos de ser um país só de serviços! Fora a agricultura e a indústria, isso é coisa do passado. Para a frente é que é o caminho! Temos de ser todos vendedores.

Desculpem esta breve introdução é que ela não tem nada a ver com o tema deste blog, pois não é de agricultura que o titulo se refere e sim a “Pequenos Grandes Poderes. Continuando, estava a pensar - isto está tornar-se um vício, tenho de ter cuidado que ainda tenho uma convulsão cerebral - que, se repararem bem, estamos rodeados deles (dos pequenos grandes poderes). Não há como ter um poder qualquer e consegui-lo usar em benefício próprio.

Vamos a uma repartição de finanças e aquilo funciona de modo próprio, muito diferente da outra repartição de finanças que fica ao virar da esquina. Para já não falar nas Câmaras Municipais – ou será Cambras, como ouço muitas vezes?

Podemos ir buscar exemplos a qualquer organização, em qualquer lugar desta nossa terra estranha. Até mesmo um mero e insignificante departamento com meia dúzia de macacos – até pode ter só um macaco, a dimensão não é importante – se pode transformas num quintal: “Aqui mando eu! E tudo é em meu beneficio.

Exemplificando com uma actividade tétrica da nossa sociedade, num porto não existe uma autoridade única a quem nos podemos dirigir e tratar de tudo. Não! Era só o que faltava. Existem 50 autoridades, mais os agentes económicos que exercem a sua actividade nela e todos lutam por um espaço (virtual ou físico) para instalar a sua quinta ou quintal.

E temos de ir fazer vénias a todos (preenchendo os 500.000 exemplares e modelos para pudermos despachar uma mercadoria). Sem esquecer o que se paga (este sim o verdadeiro objectivo de qualquer quintal que se preze, seja ele público ou privado).

Espera…. Afinal somos um país de agricultores, todos tentamos plantar uma semente de poder que dê os seus frutos. O objectivo principal é expandir o nosso terreno e obter uma boa colheita. Nem que para isso tenhamos que atrasar, empatar, complicar e dificultar a plantação do vizinho. Aliás esse é o grande objectivo, destruir o que os outros fazem para podermos aumentar a nossa herdade.

Qual a grande visão para alicerçar estes nobres objectivos? Não faço a mínima ideia. Mas isso não deve ser importante.

Voltando às quintas, temos milhares de exemplos, escolhi um caso engraçado e muito ilustrativo de como os pequenos grandes poderes nos podem tocar a todos que passo a descrever (aproveito para agradecer o contributo):

Quote
A propósito conto-te um pequena situação que se passou na nossa querida terra
que não é de espantar. Estava a concorrer para um concurso público para uma
câmara municipal e agora tinha as provas orais com uma quantidade de
legislação que estava a tirar da net, quando chega ao regulamento de RSU
interno da câmara, não há forma de o conseguir obter, sendo este o único
que se encontrava desactivado da página da dita câmara! É só mais uma
exemplificativa do funcionamento dos concursos públicos neste país!
Unquote

Como vêm, até para nos candidatarmos a um emprego – que segundo a constituição da República, é um direito de todo o cidadão – nos confrontamos com capatazes zelosos com a qualidade dos seus produtos e com a selecção das espécies que pretendem desenvolver.

Isto de candidaturas a um emprego dava para mais, fica para um outro blog.

Pois é, não é só dinheiro (essa nobre religião), existem inúmeros frutos que se pode colher (a escolha da secretária é um deles, e muito mais importante do que se julga – e não tem nada a ver com a capacidade de escrita ou organização de agenda). A imaginação e a inovação (ainda dizem que não somos um país de inventores e empreendedores) que existe para aquilo que se pode obter de um quintal ultrapassa qualquer bom livro ou filme de ficção científica.

Mas, sobretudo, o que se pretende com esta sucessão de quintas, quintais, herdades e plantações é o poder. Poder para quê? Para beneficio próprio. Qualquer beneficio. Não interessa qual.

RdS
(ostres.s33@sapo.pt)
publicado por GERAL às 11:46
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Sexta-feira, 27 de Janeiro de 2006

Democracia, Pátria...... e batatas fritas!

Hoje vou falar sobre alguns problemas (na minha perspectiva, claro!) que assolam esta Terra Estranha, abençoada por Deus e amaldiçoada pelos homens (ah! aviso já os leitores incautos que estou com um humor estranho hoje, deve ser do frio...)

Durante 8 séculos conseguimos manter a estabilidade das nossas fronteiras à custa de pancadaria na mãe, padeiras, navegantes e tremenda capacidade de adaptação a novos meios (neste sentido, acho que os tugas representam a súmula de capacidades adaptativas do ser humano... não há nenhum sítio nesta pequena esfera azul que não encontremos um luso, poeta e de bigode).

Se no início deste Condado havia uma certa estratégia (lá volto eu a ela) que, numa explanação simplista e tipicamente tuga se pode resumir a: chatear os espanhóis, porrada nos mouros, vinho verde e não fazer a ponta de um corno; a realidade é que essa estratégia funcionou e conseguimos, rapidamente, criar um reino autónomo e estável. A certa altura da nossa história constatámos que estávamos numa posição complicada: de um lado os chatos dos espanhóis (castelhanos) donde nem bom vento nem bom casamento (aliás historicamente bem exemplificado no drama de Inês de Castro de Castela que armou uma confusão no nosso pequeno reino que só visto. Se fosse uma mulher tipicamente lusa, de pêlo na venta, tinha armado uma peixeirada de tal ordem que casava e casava mesmo, obrigava o desgraçado do D. Pedro I a casar na hora, ainda vivinha da silva), e do outro o oceano Atlântico.

Ora a nossa estratégia já era, então, não trabalhar mas para isso era necessário dinheiro, cacau, pilim, etc. O que resolvemos? Se de um lado os tipos já eram muitos e dava trabalho conquistá-los, toca a derrubar o pinhal de Leiria e construir umas casca-de-noz. E lá partimos! O que é facto é que conseguimos chegar a algum lado.

Com o passar dos séculos, a Monarquia caiu, surgiu a República e começou a falar-se num conceito, já da Antiguidade, denominado Democracia. O que a Wikipedia diz acerca deste conceito é o seguinte:
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“Democracia é um sistema de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com o povo. Para usar uma frase famosa, democracia é o "governo do povo para o povo". Democracia opõe-se às formas de ditadura e totalitarismo, onde o poder reside numa elite auto-eleita.
Democracias podem ser divididas em diferentes tipos, baseado em um número de distinções. A distinção mais importante acontece entre democracia directa (algumas vezes chamada "democracia pura"), onde o povo expressa sua vontade por voto directo em cada assunto particular, e a democracia representativa (algumas vezes chamada "democracia indirecta"), onde o povo expressa sua vontade através da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram.”
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No seu livro “Politica”, Aristóteles distinguiu seis formas de governo, dependendo da forma de exercício do governo e se este era justo ou injusto. Ele caracterizou “demokratia” (ou democracia) como um governo injusto, governado por muitos (e faziam pouco, acrescento eu) e denominou um sistema justo, governado por poucos como “politeia”, normalmente traduzido como “República” (do latim Res Publica, a “coisa publica”). Ora o que a mim me perturba – é uma questão de feitio mesmo – é a palavra COISA. Coisa tenho, entre as pernas; coisa é aquilo que vimos à 14 anos atrás, não prestámos atenção e não nos lembramos; coisa é aquela coisa.... como se chama.... humm!... sei lá.... estás a ver.

Ora se temos uma coisa publica isso é grave. Significa prostituição, isto é, o “governante tem uma coisa publica”. Desculpem lá mas eu não quero a coisa do Sócrates – não filósofo, mas sim o político!!! Deus me livre! Lagarto-lagarto-lagarto, isola-isola-isola....

O mais giro no meio disto tudo é que nós, habitantes de uma Terra Estranha, esgrimimos estes conceitos como se fosse uma guerra de pastéis de nata e as cúpulas superiores fazem isso em meu nome (e do vosso também). Mas eu não quero que falem em meu nome! Eu até queria votar lá no padeiro do bairro que me parece um tipo bem certinho mas não me deixam!! Que raio de Democracia é esta? Ou será que temos uma Oligarquia disfarçada, onde o poder é partilhado por alguns que se auto promovem eternamente num ciclo fechado? O governo actual faz lembrar uma cebola: cada camada da cebola é composta pelos mesmos, que se repetem a cada 4 anos (ou menos, depende do Presidente da República) mas a malta chora sempre quando a descascamos. Mas se existe uma elite que se perpétua por intermédio dos seus rebentos (que, como diria Bocage: “abençoado seja o vosso fruto, mas como é bruto... mas como é bruto”) então deveremos ter uma “Demo-tadura” ou uma “Demo-talitarismo” ou uma “Dita-demo” ou, finalmente, uma “Totali-demo” (embora esta última pareça mais um jogo de play-station 2).

Apenas como curiosidade, o conceito de democracia proveniente da Europa de Leste (também da wikipedia) diz o seguinte:

- Qual a diferença entre uma democracia e uma democracia popular (ou democracia socialista) ? Resposta: A mesma diferença que entre uma cadeira e uma cadeira eléctrica

O que é mais curioso é que 8 séculos de história não serviram de nada, senão vejamos: tivemos cá os romanos, os fenícios, os visigodos, os ostrogodos, os muçarabes, os concheiros de muge, etc e o que aprendemos? NADA. Isto é dizer que a mentalidade lusa, se assim se pode chamar, fica entre as amibas fecais e os vermes funiculares das fumarolas atlânticas.... bem-vindos à Terra Estranha!

Uma realidade incontornável do nosso imaginário é o conceito de Pátria (ou Nação). Mais uma vez recorri à Wikipedia (afinal é de borla, embora esteja escrita numa língua estrangeira: o brasileiro) e reza o seguinte:
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“Nação é um termo cujo significado varia muito consoante a perspectiva política de quem a emprega, e consoante se dá maior ou menor importância aos vários factores comumente assinalados para definir um grupo de indivíduos, ou comunidade humana, como uma nação. São esses factores: tradições culturais comuns (onde se inclui a etnia, língua, religião, mentalidade predominante, educação); diferenciação geográfica, história, e, essencialmente, um sentimento generalizado nesse grupo de indivíduos que comungam de uma mesma vontade (ou destino), apesar das diferenças individuais de cada um (diferenças essas que podem incluir muitos dos factores acima mencionados), o que os leva a defender o seu direito de autodeterminação.
O termo, proveniente do latim, natio, era, inicialmente utilizado pelos estudantes das Universidades medievais (em que se destacava a Universidade de Paris - Sorbonne), que se organizavam em grupos com esse nome, devido ao facto de terem proveniências diversas. Em cada nação falava-se a língua materna dos estudantes, sendo estes regidos pelas leis dos seus próprios países.
Com a revolução francesa, o termo "nação" foi utilizado para identificar o povo. É nesta acepção política que emergem os Estados-nação europeus.”
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Bem, devo dizer que fiquei desapontado. Afinal o conceito de Nação provém de uma série de estudantes universitários (e toda a gente sabe o que eles faziam: bebedeiras, gajas e borgas) que resolviam falar a sua língua natal. Pensava eu que provinha de algo mais elevado, mais esotérico mas não, vem dos copos! Embora no caso da Terra Estranha faça algum sentido porque se repararem, em qualquer ponto do mundo lá está o tuga agarrado ao garrafão de vinho e a uma sandocha de couratos (se for quadro dirigente do Metropolitano).

Finalmente, quanto às batatas fritas, é porque estive a comer um pacotito enquanto escrevia estas linhas.... nada de mais! Até agora, que eu saiba, nenhum país foi invadido por causa das batatas fritas.... mas temos de dar tempo ao tempo!

MS
(não se esqueçam, se quiserem deixar sugestões ou artigos, utilizem o mail ostres.s33@sapo.pt ou qualquer pombo correio disponível. Sinais de fumo ainda não estamos habilitados mas já nos candidatámos a fundos comunitários... quando tivermos um jipe avisamos!)
publicado por GERAL às 13:01
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Quinta-feira, 26 de Janeiro de 2006

Um dos S em terras de Sua Majestade (parte 2)

Continuando as minhas aventuras (e desventuras) por terras estrangeiras, devo dizer que apesar do que anteriormente disse, sinto-me orgulhoso da minha terra estranha.

Estive numa cidade cuja área urbana tem cerca de 10 milhões de habitantes, ou seja, o equivalente aos habitantes da terra estranha mas reparei que o trânsito de final de dia, embora compacto e complicado, não tinha as filas intermináveis que caracterizam o centro de Lisboa. Com isto não estou a dizer que lá não existem problemas de trânsito... existem pois! Mas o que estranhei (e que me deixou orgulhoso) é que por oposição à Terra Estranha vi um número reduzidíssimo de rotundas – melhor dizendo, 0. Ora, os técnicos de trânsito urbano têm dito que um sinal de desenvolvimento prende-se com a regulação de trânsito e fluidez do mesmo e que a “rotunda” é a melhor solução, daqui sou obrigado a concluir que a Terra Estranha está mais evoluída que o estrangeiro!

O nosso cantinho está absolutamente povoado de rotundas! Se há confusão de trânsito logo aparece uma rotunda... Ora em terras estrangeiras, pelo que pude reparar, primeiro analisa-se o problema e depois aplica-se a melhor solução e, na maioria dos casos, esta passa pela sinalização luminosa.

Ainda não percebi porque hoje em dia só se colocam semáforos de controle de velocidade e se gastam fortunas na construção de rotundas (para além das confusões de trânsito e intemporalidade da construção). É verdade que resolve alguns problemas nalgumas situações mas nem sempre é assim. Acho que deve ser devido a questões energéticas e com a EDP ninguém brinca!! oh oh!

Outra coisa que achei estranha foi a comparação de períodos de saldos e visão mercantilista da sociedade, como motor do desenvolvimento interno. Vejamos: os outros ganham mais que nós; o preço dos bens essenciais são iguais aos nossos; o valor do m2 é igual ou superior ao nosso; o preço de compra do petróleo é igual (obedece ao mercado internacional); os custos ambientais são iguais ou superiores aos nossos... e que vemos nós!
- Eles têm saldos a 50%, 70% e 90%
- Nós temos a 30% e 50%
- Eles têm uma dinâmica mercantilista (ao nível de consumo interno, exportações, importações)
- Nós temos Decretos-Lei para expansão dos mesmos factores
- Eles têm um IVA mais baixo que o nosso
- Nós temos o IVA a 21%

A pergunta que faço vem na sequência de um artigo de um outro caríssimo S sobre a estratégia. Afinal que queremos nós?
- Politiquice de café?
- Supostos “casos” jornalísticos sem interesse e sem relevância?
- Uma sociedade tipo telenovela e Big Brother?
- Um País de segunda numa Europa de primeira?

Bem, mas diga-se em abono da verdade que, estando eu de partida, os ditos “kámones” tiveram a delicadeza de me fazer sentir importante na altura do embarque (na altura pensei que era por pertencer à Terra Estranha e ter mais rotundas por habitante que qualquer outro país Europeu – com excepção do Chipre pois mesmo que a malta queira fugir de carro, começa numa ponta e volta ao mesmo sítio numa lógica de rotunda gigante – mas no fundo cheira-me que era para terem a certeza que eu saía de lá): no mesmo voo encontrava-se essa figura incontornável da história portuguesa, o Exmo. Sr. José Mourinho (ou como dizem os ingleses, “the-arrogante-portuguese-bastard-who’s-winning-all-games-and-I-wish-he-would-drop-dead-being-sodomized-by-the-russian-kgb-agent”). Como estou habituado à organização portuguesa para entrada nos aviões aproximei-me do gate na esperança de poder entrar rapidamente com a familia e ter lugar para arrumar os sacos quando a hospedeira de terra exclama:
- Cheguem-se para trás porque para entrar a bordo a ordem é primeiro velhos com acompanhantes (que também são velhos porque nenhum jovem no seu estado de juízo perfeito acompanha um velho), depois famílias com crianças e finalmente por número de lugar a bordo.
Assim, tive toda a legitimidade para me virar para o Mourinho e fazer um nham-nham-nham... até a minha filha é mais importante que tu!!

Ora aí está algo para a futura OTA!

Só que o problema na OTA seria distinguir os velhos das crianças dos políticos e dos animais de colo, principalmente entre estes dois últimos mas deixo uma sugestão:
- É que animais de colo costumam obedecer ao cidadão que os escolheu! O resto, entre uns e outros, é igual.... até o pelo!

MS
publicado por GERAL às 15:08
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Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2006

Aprendizagens de uma vida de trabalhador por conta de outrem.

Ser estranho numa terra estranha e trabalhar por conta de outrem é uma aventura digna de um livro épico. Penso que se Heródoto vivesse neste nosso Portugal contemporâneo teria matéria muito mais sanguinolenta para retratar do que na antiguidade (apesar das guerras e outras atrocidades do género que se cometiam na altura).

Vou partilhar alguns conhecimentos muito importantes e de sobrevivência que aprendi nestes quase 10 anos de trabalho por conta de outrem (infelizmente ainda não consegui criar a minha própria empresa).

No início da minha vida laboral, para quem como eu andou 5 anos a marrar na faculdade, quando me aventurei no mercado do trabalho fui cheio de vontade de começar a trabalhar, com espírito de iniciativa, com dinamismo, com ilusões, a pensar (nessa altura pensava) que com trabalho e criatividade teria uma carreira de sucesso.

Chega a realidade, primeiro pecado: sou licenciado! Logo as pessoas olhavam para mim como um animal, o drzinho que estava ali e que não sabia fazer nada de jeito. Ouvi comentários deste género: “Estes gajos que saíem da faculdade vêm para aqui e não sabem nada. Temos que estar a ensinar tudo. Na minha 4ª classe eu sabia de cor as serras, os calhaus, as estações e os horários do comboio/camioneta, ler os cabeçalhos dos jornais, contar até 10 e ver as horas.”. Tudo coisas importantes para exercer com sucesso o trabalho.

Mal eu sabia que estavam TOTALMENTE certos.

Continuando, depois de ter pedido desculpa por ter ousado frequentar um curso percebi que o que interessa no trabalho é: EXECUTAR. Mas executar o quê? Isso não interessa nada. Basta executar e dizer o óbvio depois de algo ter acontecido. De preferência com expressões do género: “ Eu vi logo que isso ia acontecer, se fosse eu ….(de preferência depois do acontecimento ter ocorrido)” ou então (esta é das minhas preferidas) “Eu sempre disse que …. (se tinha dito anteriormente o contrário, isso não interessa, é preciso dizer estas coisas com convicção)”.

Mesmo que o que se tem de executar seja absurdo, uma aberração, o certo é executar, não interessa o porquê de se fazer assim ou para que serve fazer isto, muito menos ousar pensar em sugerir uma alteração…”Há 500 anos que se faz assim, portanto é para fazer assim”.

Aliás, ousar pensar no local de trabalho é o segundo grande pecado. Ninguém paga para que o funcionário pense. Isso é da esfera de competências de alguém muito superior. Um funcionário só tem de executar. Ponto final.

Fazer sugestões ou criar algo novo é o terceiro pecado monstruoso, quase dá direito a despedimento. Terrível, põe o chefe em cheque, além disso se elas, por milagre, fossem implementadas podiam ter consequências imprevisíveis e motivar mudanças. Não pode ser! Essas coisas têm de vir de espíritos muito iluminados, não de um funcionário.

Mas, o que é absolutamente proibido num local de trabalho por conta de outrem é a RESPONSABILIDADE e o ERRO. Primeiro ninguém é responsável por nada, só o Estado e os outros é que são responsáveis por tudo. E errar não é humano, não se pode aprender nada com o erro. Aliás, o ideal é não fazer nada, assim não se erra nem se é responsável.

Outra coisa extraordinariamente importante, o SABER e a COMPETÊNCIA. Aí de alguém que se atreva a dizer que não sabe tudo e que não é o supersumo da competência. Pecado mortal. Os outros é que não sabem nada, não percebem nada disto e competência nem vê-la.

Para ilustrar isto basta participar em reuniões com várias entidades e ouvir as conversas de bastidores: “Isto é sempre a mesma coisa, vêm para aqui dizer umas coisas e com ideias novas…Vê-se logo que não percebem nada disto. Tudo uma cambada de incompetentes. Há séculos que ando a dizer que o que é necessário é uma estratégia (fica sempre bem). Tudo incompetentes, na minha empresa é que é. ”.

Outra coisa muito importante, para ser mais correcto: fulcral na sobrevivência. É absolutamente importantíssimo identificar os líderes de opinião e os chefes com “peso” e segui-los: repetir o que eles dizem, louvar as suas muito doutas palavras (mesmo que sejam repugnantes e destituídas de lógica), idolatrar as suas acções, ser um trapezista (de preferência no triplo mortal encarpado) social no contexto laboral. E nunca, mas mesmo nunca dizer NÃO ou DISCORDAR.

Por último a INFORMAÇÃO. Algo muito precioso, nunca se deve PARTILHAR nada. Aí de alguém que pense o contrário (o melhor, como já disse, é não pensar). A informação é a chave do sucesso. Nunca se passa nada, não vá alguém fazer alguma coisa com ela e obter dividendos.

Truque dos chefes, só passam a informação absolutamente necessária e aquela que se vêm obrigados a ter de partilhar para a execução de alguma tarefa e, mesmo assim, o mínimo possível. Se der azo a algum erro ou a algo menos conseguido por parte da pessoa a quem se passou a informação, óptimo.

Pensando bem, já estou a partilhar muita coisa, que se dane… Eu sou um estranho numa terra estranha (apesar de ter nascido nela) e de vez em quando posso dar-me ao luxo de ser esquisito e fazer coisas absurdas como esta.

RdS (Um S em vias de extinção)
NOTA: Quem quiser participar neste blog é muito bem vindo, envie o seu texto ou mensagem para ostres.s33@sapo.pt.
publicado por GERAL às 11:11
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Terça-feira, 24 de Janeiro de 2006

Um dos S em terras de Sua Majestade (parte 1)

Fui à civilização! Que bela forma de iniciar um texto para alguém que chega de Londres. A ideia deveria ser “Fui visitar os meus parceiros de UE”... mas não! Fui à civilização!

Finalmente descobri porque vamos construir a OTA! Imaginem o cenário:
1. Membros nosso fantástico aparelho governativo deslocam-se a Londres (não para fazer ski mas algo do género) e viajam entre Heathrow e Londres no comboio Heathrow Express (saídas a cada 10 minutos; viagem até ao centro da cidade 15 minutos). Comentam entre si que isto é que é, viajar de comboio, confortável, a ver a BBC News na televisão interna e decidem, no dia seguinte entre duas cervejas (mas sem tremoços – os tipos não os têm o que deixa o tuga logo de pé atrás. Cerveja sem tremoço é como futebol sem casos) decidem que a malta precisa do mesmo em Portugal.
2. No regresso, falam com a Administração do Metro e são desde logo informados que antes de qualquer decisão ser tomada é necessário criar uma comissão de estudo para saber que perguntas fazer ao Administrador, que não está (nem a secretária – curioso heim!), e que apenas dali a 6 meses poderão colocar na secretária do dito (imediatamente após a reunião dos comilões de couratos anónimos).
3. Passados esse período, com as perguntas na mão, são recebidos por Sua Excelência, o Emérito Professor honoris causa e são imediatamente informados que a reunião não poderá demorar mais do que 10 minutos pois a sandocha de couratos caiu mal e será necessária uma reunião ao mais alto nível com o grupo de apoio das pastilhas rennie.
4. Nos primeiros 5 minutos, debate-se a aquisição dos últimos modelos de automóveis e 3 minutos da reunião acabar são informados que só será construída a ligação ao aeroporto se a UE enviar umas “massitas” (os dois minutos anteriores foi para mostrar as fotos das novas Suecas de Pernambuco que estão no Elefante Branco, essa grande instituição nacional, digna de nomeação para o prémio Pessoa).
5. Quando saem da reunião começam a fazer as contas, vêm que parte cabe a cada dos fundos da UE e chegam à conclusão que, mesmo inflacionando os custos do projecto – como habitual – os fundos estruturais são uma ninharia. Mal dá para comprar mais uns imóveis em Portugal e Espanha e oferecer o BMW Z4 à amante. Perante esta terrível notícia e consternação geral, aparece o salvador da pátria: “Porque não reanimar o Projecto da OTA, inicialmente discutido em Janeiro de 1974?” (para quem não sabe, foi a primeira vez que este assunto veio a lume). Olhares de espanto! Arregalar de olhos! E de repente... colectivo suspiro de alívio! Sorrisos de cumplicidade! “YESSS” grita-se a plenos pulmões. Finalmente vamos ter um aeroporto internacional (com duas pistas apenas) e um comboio de ligação... FANTÁSTICO!
6. No meio da euforia do grupo, o economista mantém-se calado a olhar para a calculadora e de repente exclama: “E se em vez de um mero comboio, fizermos um TGV a passar por lá? Seremos únicos na Europa e no Mundo e os passageiros demorarão 78 segundos (exagerado, claro) entre Lisboa e o aeroporto a 250 km/h e com a vantagem que nem vêm as barracas que circundam a cidade... não dá tempo?”
7. Entreolhares de ganância! Suspiros de grandiosidade! E decisão final: vamos para a frente... e assim nascem dois projectos em Portugal!!

Ainda bem que pude ir a Londres! Descobri o mistério!

Mas continuemos sobre um S em terras de Sua Majestade...
Apesar de desencorajado pelo impacte inicial o meu peito encheu-se de orgulho quando cheguei à cidade... Afinal os “britishis” são uns parvos e mãos-largas. Então os tipos não só têm o preço dos produtos igual ao nosso e ainda por cima fazem saldos de 50%, 70% e 90%??? E as margens de lucro dos patrões? E a exploração dos cidadãos? E a inflação artificial dos preços para diminuir os salários?

Não percebo! Se eles não exploram o comprador, se os patrões também têm as suas margens de lucro asseguradas, se os salários são mais elevados que os nossos, como é que podem viver???? Como podem ter os preços iguais aos nossos??

Aqui em Portugal a malta zela pelo que é importante e a nossa classe política é do mais evoluído que há, daí estarmos nesta situação de vantagem competitiva!!!

(continuação em breve)
MS (um dos S’s)
publicado por GERAL às 14:17
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