Sexta-feira, 30 de Junho de 2006

Os Impostos – 1º Round.

Incumprimentos a todos os que se atrevem a ler estas linhas!

Incumprimentos???? Exacto! Leram muito bem.

Hoje, quando vinha para o emprego, tive o azar de ouvir o noticiário, pensava eu, na minha ingenuidade, que ia ouvir coisas boas e simples, nomeadamente as relacionadas com a nossa selecção.

Mas fui barbaramente invadido pela última proposta deste governo: Pretende-se acabar com a dedução no IRS das despesas com rendas de habitação, educação e seguros de vida.

Claro está que já não ouvi mais nada e o sorriso que tinha nos lábios esmoreceu, deu lugar ao pânico – o quê? Então e agora? Estou lixado, já nem sequer recebo umas massitas que davam tanto jeito a meio do ano!

A seguir comecei a receber telefonemas - “ouvis-te a última do governo? Querem acabar com as deduções ao IRS! - E blá blá e blá blá….

Pois, afinal não era mentira, podia ser uma graça de 1º de Abril atrasada. Mas não. Isto é mais uma bestialidade de 29 de Junho, um ataque declarado ao “tuga”. Estou plenamente convencido que os últimos governos e este em particular têm tido como Grande Objectivo: ARRASAR DE VEZ O “TUGA”!

Vejamos, há quanto tempo é que ouviram falar em aumentos salariais, promoções, prémios, ou outras agradáveis recompensas pelo trabalho efectuado? Se calhar, para alguns, foi no milénio passado, não?

Em 2001 começou a ofensiva mais a sério, primeiro mansamente “como um pequeno esforço que se podia aos portugueses para endireitar as finanças públicas”, “uma pequena contribuição quase simbólica”. A seguir tomaram-lhe o gosto e tem sido o que se viu.

O “Tuga”, que na altura já se encontrava muito endividado, tinha dificuldade em fazer face às despesas do dia a dia, com as brilhantes medidas de contenção e de “apertar o cinto” em nome do crescimento económico que têm sido implementadas, fica como?

Mas estas são, realmente, as medidas que o país precisava para sair da crise?

Continuo a perguntar-me e acho que nunca vou ter uma resposta, se as finanças públicas estão tão mal, porquê que se continua a nomear assessores e demais tachistas para os 500 mil cargos da função pública? Porque não aproveitar a mão-de-obra existente? Porquê que tenho de pagar impostos para alimentar uma catrefada de energúmenos que não traz qualquer valor acrescentado, além de serem amigos dos animais que se instalaram no poleiro? Porquê que continuo a ver corrupção descarada por todo o lado e impune?

Há muitos mais porquês, mas a grande questão e perante o actual status quo do país é: PARA QUÊ QUE PAGO IMPOSTOS SE NÃO TENHO QUALQUER RETORNO DO ESTADO?

Sim, hoje em dia qual é a contrapartida do Estado? Tenho a minha filha numa escola privada, recorro normalmente aos serviços médicos privados, trabalho no privado, tudo o que compro e que consumo é de privados, o que é que resta?

Se for para alimentar os políticos, agradeço que me excluam do sistema contributivo e renuncio aos possíveis benefícios que o Estado Politizado possa trazer. É que tirando pagar, não estou a ver outros benefícios….

Por isso volto ao início deste blog: INCUMPRIMENTOS! Está na altura de começarmos a INCUMPRIR! Deixamos de pagar os impostos! Viva a fraude! Está na altura de mostrar-mos um cartão amarelo, vermelho, preto, o que quiserem, aos governos!

Já se viu que manifestações e greves não funcionam, além de descontar no ordenado, ainda se fica mal visto porque se criou a imagem de que as pessoas fazem greve e manifestações por arraial e por “serem calões”. Preguiçosos!

Portanto só resta uma alternativa – NÃO PAGAMOS! NÃO PAGAMOS! NÃO PAGAMOS MAIS IMPOSTOS!

Talvez assim as brilhantes mentes deste país comecem a perceber que se calhar é bom que exista um povo e que esse povo tenha algum dinheirito, nem que seja para gastar “mal e porcamente” e “consumir desmesuradamente”, é que sem consumo não há mercado e sem mercado, também, não há investimento.

RdS
publicado por GERAL às 10:31
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Quarta-feira, 28 de Junho de 2006

PORTUGAL E A SELECÇÃO - VERSÃO 2.0

Boas tardes (ou noites ou manhãs, ou seja qual fôr o período de tempo em que lerem este artigo).

Há uns tempos atrás, redigi um artigo chamado Chocolari (em homenagem aos bonecos do Contra-Informação), em que zurzia a torto e a direito no seleccionador nacional, o Sr Luis Felipe Scolari. No fim do artigo, concluí para mim mesmo que o nosso seleccionador nacional é uma besta.

No entretanto, a selecção portuguesa fez a sua estreia no mundial da Alemanha, e ganhou todos os jogos que fez até à data de hoje, poucos dias antes de enfrentar a nossa nova rival, a Inglaterra.

Ora esta fase de vitórias fez a populaça portuguesa rejubilar com a selecção, e básicamente, é difícil falar hoje de outra coisa que não de futebol. Mesmo as pessoas que não percebem, não gostam, ou não suportam futebol não estão indeferentes ao mundial e ao "sucesso" da nossa selecção.

Eu por mim, mantenho a mesma ideia do artigo anterior, ou seja, que o Scolari é uma besta. E manterei essa posição mesmo que ele traga de lá o caneco. Não quero com isto dizer que não apoio a selecção. Eu, adepto do benfica, torço mais pela selecção do que pelos vermelhos da Luz. Agora, não digo o dito por não dito, nem pertenço aos 99,99% dos tugas que estão prontos a lamber o cu ao Scolari só porque ele teve umas vitórias à frente da selecção. E isto não se trata de ser "velho do restelo", "mal agradecido", nem tão pouco se trata de desejar insucesso ao Scolari (e consequentemente à selecção). Trata-se sómente de ser crítico em relação a coisas que vão acontecendo e que aconteceram que, na minha opinião não podem nem devem ser esquecidas à conta de vitórias futebolísticas. O ordenado do Sr Scolari, bem como o dos jogadores da selecção é pago por todos nós, contribuintes, e como tal, deve a selecção estar sujeita a críticas.

Eu não esqueço, nem mudo de opinião por a selecção estar a ganhar. Ganhar é bom? Claro que é. Mas o que eu disse e continuo a dizer é que há, houve erros grosseiros por parte do Sr Scolari, tanto a nível técnico como a nível "diplomático".

Convém antes de mais desmistificar um pouco a aura do Sr Scolari. O homem foi campeão pelo Brasil. Sim senhor. Honra lhe seja feita. Para quem viu o mundial de futebol de 2002, o Brasil passou a primeira fase com um grupo acessível, passou depois os quartos de final com a Inglaterra com uma fífia monumental do guarda-redes inglês o David Seaman, passou nas meias-finais com a Turquia, num jogo em que o Brasil foi dominado do princípio ao fim pelos turcos, chegou à final onde perdeu com uma Alemanha, que para quem sabe um pouco de futebol, nada tinha a ver com a poderosíssima Alemanha de uns anos atrás. Aliás, essa Alemanha foi a Alemanha derrotada por uma "selecção B" de Portugal num europeu 2 anos antes, e logo por 3 a 0. A Alemanha chegara à final do mundial 2002 com vitórias por 1 a 0,ùm pouco à semelhança do que a Grécia fez no nosso país em 2004.

Depois, qualquer treinador, com um mínimo de conhecimentos, que acredito que o Sr Scolari tenha, arrisca-se a ganhar um mundial com a equipa do Brasil. O Brasil é totalista de todos os mundiais, esteve em 7 finais e ganhou 5. Raramente ficou por menos do que os quartos de final. E em 2002 tinha um Ronaldo em grande forma, um Ronaldinho a explodir, e um Senhor Jogador chamado Rivaldo que, para mim, na altura, era o melhor jogador do mundo. Não contanto com muitos outros (excelentes) jogadores que ainda hoje, 4 anos depois, são titulares na equipa do Brasil.

Contente com o feito inimaginável do Sr Scolari, o Sr Presidente da FPF (Federação Portuguesa de Futebol), apressa-se a ir ao Brasil contratar o Sr Scolari para começar a treinar a equipa portuguesa para o Euro 2004 a ocorrer em Portugal. A memória é curta para muita gente, e corre-se sempre o risco de passar-se de besta a bestial e vice-versa, mas gostava de recordar alguns factos (não são opiniões, são factos) que julgo salientes:

* Estando a organizar o Euro 2004, Portugal não teve que se preocupar com o apuramento para o europeu de futebol. Podia pois, calmamente, programar a sua vidinha e fez para isso uma série de jogos particulares em que ganhou muito poucos. Houve derrotas colossais com a Espanha, em Guimarães por 3 a 0. É claro que isso era a feijões, mas o que é certo é que foram derrotas. Também contam, certo?

* Depois, pouco antes do Europeu, o Sr Scolari mantem na dúvida de todos os portugueses, se convocaria o Maniche ou não. Não o havia convocado nos ultimos jogos particulares da selecção, estava "chateado" ou lá o que fosse com ele, mas à ultima hora, a bem da selecção resolveu chamá-lo. Erro rectificado a tempo, confesso.

* Final do Euro 2004 e o Sr Scolari sagra-se vice-campeão. O que é um vice-campeão? Para mim, é o primeiro dos ultimos. Nunca tinhamos chegado lá? Não, mas tinhamos estado perto (3º lugar), 4 anos antes (aí sim, uma equipa a jogar um futebol brilhante, e que só foi eliminada nas meias-finais pela França, campeã mundial, com um golo de penalti no ultimo minuto - recorda-se), e também em 1984 (3º lugar outra vez, eliminada na mesma pela França, a jogar em casa, e, pasme-se, com um golo do Platini ...no ultimo minuto). Tanto em 2000 como em 1984 aquilo que aconteceu foi mesmo "galo". Melhor, foi "coq au vin" francês.

* Em 2004, Portugal tinha TUDO para vencer. Tinha jogadores, tinha o publico, detinha a organização, e, na final, ia jogar contra uma equipa medíocre (apesar de campeã europeia, o que é certo é que ninguem reconhece grande mérito na conquista do euro 2004 pela Grécia (que aliás, nem sequer foi apurada, como se sabe, para o mundial deste ano), e, pasme-se, já tinha jogado e perdido contra essa Grécia no primeiro jogo do Europeu onde, aliás, choveram críticas ao Scolari pela equipa que formou na altura. Dir-se-á - mas a Grécia eliminou a França (campeã europeia anterior) bem com a Republica checa que apresentava o melhor futebol de 2004. Pois foi, mas tanto num jogo como no outro os deuses foram gregos e a Grécia só não saiu derrotada porque marcou em ambos os jogos na unica oportunidade que teve (tal aliás como na final) como (e recordo-me particularmente do jogo contra os checos) teve uma vaca dos diabos em não terem entrado 4 ou 5 golos durante o jogo na sua baliza. É bom recordar isto. Dir-se-á - Portugal chegou à final com grandes exibições (o melhor futebol foi indiscutivelmente o da Republica Checa) e com bons resultados contra grandes equipas. Sim senhor, ganhámos à Russia por 2 a 0 a jogar 80 miuntos do tempo contra 10, e tivemos muita sorte nos penaltis contra a Inglaterra, mas enfim, tenha havido mérito na passagem à final. Na final, Portugal fez um dos piores jogos, se não o pior jogo que me lembro de ter visto da nossa selecção. E tinhamos tudo para ganhar. É que nem sequer uma oprtunidade de golo, ao que me lembro, chegamos a ter. E substituições para o ataque, só depois, claro está (quem não arrisca não petisca) depois de mais um golo fortuito por parte da Grécia. É claro que faltavam 20 minutos para o final e a melhor oportunidade de golo, se é que a podemos chamar, foi um remate do Figo 4 metros ao lado da baliza. Recordam-se? É bom recordar. Vice-campeões? Onde é que está a glória??

* Depois veio o grupo de apuramento em que Portugal não tinha, pura e simplesmente, rivais à altura. O unico que se perfilava, teoricamente, era a Russia que fez o pior jogo da sua história (não foi o melhor jogo na história de Portugal, foi o pior jogo da história da Russia) e que levou 7 a 1 de nós. Isso foi o grande resultado da nossa classificação, onde chegamos a empatar em casa com esse grande portentado do futebol mundialç chamado Liechtenstein.

E agora o Mundial. 4 vitórias, 6 golos marcados, 1 sofrido. E o povo rejubila. Eu pergunto, Portugal tem nas suas fileiras jogadores como o Deco, titular indiscutível na equipa campeã europeia o Barcelona, o Cristiano Ronaldo, titular indiscutível do Manchester United, uma das grandes equipas inglesas, o Figo, titular indiscutível no Inter de Milão e considerado não há muito tempo o melhor jogador do mundo, o Pauleta considerado dos melhores jogadores em França onde não raras vezes é o melhor marcador de cada época, o Miguel, titular indiscutível do Valência (uma das melhores equipas espanholas) e considerado um dos melhores laterais direitos da Europa, o Ricardo Carvalho, titular indiscutível do Chelsea (e está tudo dito), entre muitos outros jogadores que poderia também aqui falar. Ganhar é assim tão anormal? É algum feito ganhar por 1 a 0 a Angola, onde, com o devido respeito, pontificam colossos futebolísticos com o Zé Kalanga, o Makanga, o Loco e o Jamba? Que tem na equipa titular 2 desempregados (guarda-redes e avançado)? Cuja maioria dos jogadores actua nos 2º e 3º escalão da liga portuguesa? E ganhar ao Irão??? Que grande feito é esse? Mesmo ganhar ao México ou à Holanda pode ser considerado normal. Não é nenhum feito. É sempre, com os jogadores que temos, uma hipótese com altas probabilidades de acontecer. Não julguem estas vitórias como milagres, nem tão pouco como a quintessência do futebol. É claro que o povo gosta. Diz que jogadores bons também tinhamos há 4 anos, mas aquilo que se passou há 4 anos, isso é que não foi nada normal. Porque, quando jogámos há 4 anos "normalmente" até demos 4 a 0 à Polónia. Lembram-se?

Desmistifiquemos pois o papel do Sr Scolari à frente da selecção. Tenho no entanto que reconhecer algumas coisas:

* Ao contrário do que previ, o Figo está num muito bom momento de forma, apesar de visivelmente, já não ter estaleca para jogar a extremo

* O Simão Sabrosa está a jogar (finalmente) tão bem ou quase como o faz no benfica

* O Sr Scolari tem, indiscutivelmente uma estrelinha consigo. Tem sorte. É inegável. Tem sorte quanto aos adversários a defrontar, tem sorte nas grandes penalidades que marca e não sofre (vide Inglaterra há 2 anos, vidé México agora onde, jogando contra 10 jogadores não fomos capazes de controlar a partida na 2ª parte), tem sorte nas bolas à barra (vide Holanda agora), tem até sorte no numero de jogadores expulsos igual ao de Portugal (vide Holanda outra vez). A Nossa Senhora do Caravaggio deve, com certeza ter algum peso.

O problema é que nós, tugas, ao contentarmo-nos com pouco, ao não termos ponta por onde se lhe pegue no que se refere a razões de fundo para sermos orgulhosos para com a nossa nação, lá vamos nós lamber o cú (vão todos vós que eu não entro nisso) a quem faz alguns resultados que, por mim, são mais do que naturais. Porque de facto, a Espanha aqui ao lado pode ter a selecção já eliminada, mas ganhou há bem pouco menos do que duas semanas mais um grande prémio, através do Fernando Alonso, mais um open de ténis de Roland Garros através do Nadal, e em Maio ganhou através do Barcelona e do Sevilha as 2 competições europeias de futebol - a Liga dos campeões e a taça Uefa. E, apesar disso, não andam com bandeiras a esvoaçar pela janela e pelos carros, tendo eles, muito mais razões do que nós para isso.

Eu digo, e continuarei a dizer, o Sr Scolari, que ganha entre 30.000 a 40.000 contos por mês, pago por nós, tem só a obrigação de trazer resultados dignos para Portugal, assim como teve a ocasião única de ganhar o Europeu há 2 anos atrás e não o fez. Condições (leia-se por exemplo jogadores, apoio federativo, apoio popular) ele tem. Tem também a obrigação de, sendo seleccionador nacional, convocar os melhores jogadores do momento de Portugal, e não se restringir à sua quintinha só porque os conhece bem. Isso aliás já se tem visto nos resultados no mundial. O Costinha está a acusar falta de ritmo, e o Boa Morte, nos poucos minutos que esteve em campo no jogo contra o México, veio só provar aquilo que já sabia dele, ie, que o Quaresma com as pernas amputadas e uma venda nos olhos consegue ser muito melhor do que ele em plenas condições físicas. O Quaresma!!!! O melhor jogador do campeonato nacional 2005/2006 unanimemente reconhecido por toda a crítica. E eu não sou suspeito que sou do Benfica. Quanto ao Quaresma não ter provado nada no campeonato europeu de sub-21 apenas digo que, após ter sido o melhor jogador do campeonato, apesar de ser considerado um "génio da bola" ou "uma benção para os avançados" (op.cit. várias individualidades no mundo da bola) , eu se fosse a ele estava-me a cagar para a selecção de sub-21. E quem diz o Quaresma poderia dizer o Pedro Emanuel ou o Ricardo Rocha para substituir um Ricardo Costa que pura e simplesmente não jogou durante todo o ano, poderia dizer o João Tomás em vez do Helder Postiga que já se sabia que não estava em forma, ou o João Moutinho que fez uma época melhor que o Hugo Viana.

E o que dizer da conferência de imprensa aquando da convocação dos jogadores para o mundial? O que pensar do Sr Scolari nessa conferência ter dito que "só falava dos jogadores convocados"?? Mas que direito tem ele de dizer isso? Se fosse o Mourinho, diziam logo que ele era arrogante. Como é o Scolari ninguém ousou contestar. Volto a perguntar, só para ser chato, que raio de direito tem ele ao dizer uma coisa dessas? O primeiro ministro ganhando 20 vezes menos do que ele, alguma vez poderia dizer que não responde a determinadas perguntas que são pertinentes?? Caía o Carmo e a Trindade, de certeza.

Vê-se pois que o Sr Scolari é preguiçoso (5 meses antes do mundial dizia que 20 jogadores de 23 já estariam préviamente convocados sem saber como eles estariam aquando do mundial), teimoso, déspota e casmurro. Ou seja, uma besta, mesmo acreditando que seja um excelente vendedor de relógios da FPF.

Nós tugas contentamo-nos com pouco, é o que chego à conclusão. Somos pouco ambiciosos quando temos condições para sonharmos um pouco mais e damo-nos por contentes quando alguem não faz mais do que a sua mera obrigação. Não chega.

Desejo por fim, e sem qualquer hipocrisia sorte à selecção. Mas se perder, que perca de uma maneira que o Scolari seja posto na rua. É falta de patriotismo? Falta de patriotismo é não termos razões para pendurarmos bandeiras a não ser por causa do futebolzinho.

JLM
publicado por GERAL às 19:17
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Quinta-feira, 22 de Junho de 2006

Portugal e a Selecção

Olá a todas(os)

Como todo o bom português, tenho seguido o percurso da selecção nacional neste mundial. Tenho, também, seguido os comentários que surgem antes, durante e depois de cada jogo da selecção.

Tenho de referir que não gosto, por norma, de futebol e na minha vida nunca li ou comprei um jornal desportivo. Considero perda de tempo e de dinheiro. No entanto, a selecção nacional é outra coisa. Defende as cores do meu País e se eu digo mal dele (porque sou português e está nos meus genes dizer mal) não admito que um “camone” venha com comentários menos próprios sobre Portugal... É antiquado mas eu sou assim.

Mas voltando ao futebol (na minha perspectiva ignorante). Antes do jogo ouvi o aparatchik intelectual futebolístico a berrar contra o Scolari porque foi fazer o estágio a Évora e que estava muito calor. Ora como na Alemanha tem estado muito calor não me parece que o estágio tenha sido despropositado – aliás, já ouvi o mesmo aparatchik que sim, que afinal até tinha sido porreiro.

Ouvi a cáfila de comentadores dar palpites antes e durante o jogo com Angola. Depois do jogo berravam que não tinhamos jogado nada e que deveria ser assim e assado e que o homem (o brasileiro) não percebe nada daquilo. Bom, ganhámos por 1 a 0!

Foi o fim do mundo... uma vergonha ganharmos... um crime contra a genealidade de comentadores. Os comentários depreciativos choviam de todo o lado, esqueçam que portugal não perde à 15 jogos.

No segundo jogo, lá voltaram os peritos com a táctica e a técnica e Portugal ganhou por 2 a 0. Lá vieram as críticas e que era uma vergonha. Até essa aventesma do Pinto da Costa veio com uns palpites. Não interessava que Portugal não perdia à 16 jogos nem que há 40 anos que não se classificava para os 1/8 de final. E muito menos interessava que Scolari tinha batito todos os recordes da FIFA em termos de vitórias consecutivas em Mundiais.... pfffff! O que é que isso interessava!

Ao menos, algumas vozes começaram a piar, de longe, que afinal o gajo (o brasileiro) até sabia daquilo. Algumas dessas vozes, pasme-se, eram dos próprios jogadores. As vedetas concordavam que ele (o brasileiro) era o melhor que tinham encontrado e que sabia como os motivar e como trabalhar.

No terceiro jogo, com menos 5 titulares, Portugal ganha de novo por 2 a 1. Desta vez contra o México que já se havia assumido como pretendente ao título. Mesmo assim voltei a ouvir – agora menos – vozes de discórdia que o jogador X não devia ter ido e que a posição Y não foi preenchida. Nesta altura começaram a pensar que de facto a selecção não perde à 17 jogos e que ele (o brasileiro) até sabe da coisa.

Sinceramente não percebo e agradecia que quem pudesse me esclarecesse: Pela 1ª vez em 40 anos seguimos em frente, pela 1ª vez não existem putas a correr à frente dos jogadores nos hoteis, pela 1ª vez os jogadores não batem nos árbitros, pela 1ª vez não são os clubes que ditam a estratégia da selecção, pela 1ª vez os próprios jogadores pedem que o treinador continue à frente da selecção e... MESMO ASSIM NÃO SERVE???

Bolas que somos esquisitos!

Sou levado a concluir que para os 10 milhões de treinadores de bancada os resultados deveriam ser assim:

Portugal vs Angola
23 a 0
Golos de:
Pauleta: 7
Figo: 8
Cristiano Ronaldo: 5
Deco: 3 (*)
(*) Não jogou mas não interessa, é tão bom que marca sem jogar (perspectiva dos tipos do FêQuêPê)

Portugal vs Irão
21 a 0
Golos de:
Deco: 5 (*)
Figo: 5
Cristiano Ronaldo: 5
Pauleta: 5
Maniche: 1
(*) Jogou de olhos vendados e em benefício da equipa (perspectiva dos tipos do FêQuêPê)

Portugal vs México (a equipa já era melhor que os adversários anteriores)
15 a 1 (**)
Golos de:
Figo: 5
Simão: 5
Nuno Gomes: 4
Deco: 1 (*)
(*) Não jogou mas não interessa, é tão bom que marca sem jogar e desta vez foi só 1 porque não estava no estádio (perspectiva dos tipos do FêQuêPê)
(**) Golo sofrido quando o Ricardo saiu da baliza para ir ajudar um parto na bancada (perspectiva de todos os Portugueses)

Será que nesta altura já não diziam mal? Ou será que mesmo assim ainda tinham algo a apontar? Mesmo que o acima tivesse sido conseguido não ficávamos, à mesma, com 9 pontos no nosso grupo ou transitávamos directamente para as meias-finais (à semelhança do halterofilismo em que o atleta levanta 100 kgs e depois só vai aos 300 kgs; ou mesmo como o salto em altura)?

Se há uma certeza na vida é que confiem num português para dizer mal. É só andar na rua para ouvir que o inverno é uma porcaria porque chove (venha o verão), o verão uma merda porque faz calor (venha o inverno); a selecção é uma merda porque perde (ganhem os jogos palhaços), a selecção é uma merda porque ganha (marquem mais golos palhaços); etc. Eu também gosto de dizer mal (afinal tenho os genes tugas) mas ao menos estou satisfeito com os resultados da selecção. Ao menos acho que muito tem ele (o brasileiro) feito por nós e olhem que ter de aturar o Pinto mais os seus muchacos não é fácil. Ainda hoje querem saber a história do Vitor Baía e do Quaresma... Por falar em Quaresma, esse está na moda agora? Ou o Pinto quer vendê-lo ao mesmo preço que vale, por exemplo, Deco? Aliás, agradeço o génio do Quaresma quando trouxemos o Europeu de sub-21 e.... espera! Afinal não ganhámos nada pois não?

Outra coisa que não entendo é o raio da mania que temos que sabemos tudo. Sempre que se pergunta ao tuga de bigode que vai na rua e cospe para o chão é vê-lo a dizer que a táctica devia ser esta e que fulano devia ir para aquela posição, etc, etc.

De uma coisa podem ter a certeza, de futebol não percebo (nem quero) e se algum dia tiver o infortúnio de ser abordado por um jornalista (à semelhança de uma qualquer gazela atacada por uma hiena) que me pergunte acerca do(s) jogo a única coisa que posso, em consciênci, dizer é: olhe, não sei se é bom ou mau mas que estou satisfeito com as vitórias, lá isso estou!

Aqui, nesta Terra Estranha, é tudo à bruta: só interessa a opinião de quem tirou, no mínimo, média de 19 a Direito, média de 21 a Economia, média de 32 a medicina com Doutoramento já no 2º ano de curso e média de 125,4 a Politologia (nota importante: os cursos só têm valores até 20); só interessam as vitórias por um diferencial superior a 10; só interessa que ou não tenhamos despesa pública (0,00 euros portanto) ou a totalidade de despesa pública (PIB total em despesa pública). Será que não conseguimos ser comedidos? Será que temos que ser mais exigentes que os outros, com coisas que não interessam?

Já pensaram que, em termos de mundial, neste momento estão os holandeses a pensar: FODA-SE... QUE AZAR, FICÁMOS COM PORTUGAL? E que os Argentinos estarão a pensar: UFA! NÃO NOS SAIU PORTUGAL...

MS
publicado por GERAL às 14:03
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Terça-feira, 20 de Junho de 2006

Defensor da Liberalização

Olá a todas(os)

Hoje ouvi na rádio que, segundo um dito Observatório para assuntos da saúde, os medicamentos vendidos dentro e fora das farmácias NÃO sujeitos a receita médica estavam mais caros do que antes da aplicação das medidas de liberalização do Governo.

Ao contrário do que possa transparecer nas linhas seguintes, eu sou defensor da liberalização e, em simultâneo, do papel fiscalizador/controlador do Estado. Como anteriormente referi (vide “Um S em terras de sua majestade”) estive este ano em Londres – considero-a uma cidade fantástica, onde numa única rua podemos encontrar o mundo – e entrei numa (bem, até foi em mais que uma porque a mulher queria uma porcaria de uns cremes que não lembram ao diabo...) farmácia e pude verificar a quantidade de medicamentos disponíveis sem receita médica.

O que achei mais interessante foi, em primeiro lugar, os preços praticados (aspirinas mais baratas que em Portugal) e em segundo lugar, a crer nos génios que pululam na Terra Estranha, a tendência kamikaze dos “britishis” uma vez que existia uma enorme variedade de medicamentos que qualquer tresloucado poderia comprar e tomar, como se de smarties se tratasse. A realidade, contudo, é que tanto lá como cá as pessoas não andam a tomar medicamentos de empreitada apenas porque os podem comprar. Os casos que existem, são casos clínicos lá, como cá, como em qualquer ponto do mundo.

Ora, voltando ao assunto que me trouxe aqui, eu sou um defensor da liberalização. De acordo com a wikipedia (é de borla e é óptima), o liberalismo económico é: As teses da economia liberal foram criadas no século XVIII com clara intenção de combater o mercantilismo, cujas práticas já não atendiam às novas necessidades do capitalismo. O pressuposto básico da teoria liberal é a emancipação da economia de qualquer dogma externo a ela mesma. Outro ponto fundamental é o facto de que todos os agentes económicos são movidos por um impulso de crescimento e desenvolvimento económico, que poderia ser entendido como uma ambição ou ganância individual, que no contexto macro traria benefícios para toda a sociedade, uma vez que a soma desses interesses particulares promoveria a evolução generalizada.

Por outras palavras e resumidamente: é a permissão dada aos indivíduos para que possam exercer a sua tendência natural de ganância, sem qualquer controle, com a desculpa que o próprio mercado irá actuar sobre eles, numa lógica de oferta e procura que regulará o valor do bem (que na perspectiva económica, é sempre escasso). Ora, o mercado – essa estranha entidade que umas vezes aparece e outras não – está-se nas tintas para o cidadão. Confusos? Eu explico! É que supostamente, o mercado é composto por todos os seus elementos – quem oferece e quem compra – mas sobrepõe-se a eles sempre que as “regras” definam/apontem para uma redução de valor.

De acordo com o liberalismo económico – que por acaso vem do século XVIII, que por acaso vem de uma altura onde a dinâmica social era diferente, que por acaso vem da altura em que o totalitarismo (como filosofia de quem manda é um, o Rei, e mais nenhum) até era bem visto, que por acaso ainda se estava na fase de nascimento de proto-empresas, que por acaso corresponde ao nascimento dos primeiros economistas – a ideia é a de que deixem a ganância agir à vontade, não perturbar a acção do mercado por factores externos (como por exemplo o controle social ou o controle do Estado) que depois “alguma coisa” irá tratar de ajustar as coisas, mas como a “coisa” não está definida, deixo à vossa consideração a conclusão.

Numa linha só: Deixem os filhos da puta agir que eventualmente os gajos param!

Voltando ao assunto, eu sou um defensor da liberalização. Em portugal está na moda a aplicação do liberalismo como corrente económica de força, apresentada como salvação da pátria (Ó D. Sebastião, lamento informar mas estás ultrapassado pá! Não és liberal!). Na sequência do que já fizémos há 500 anos atrás, somos um exemplo para o mundo – ainda não reconhecido – que demonstra à UE e ao resto do mundo a desactualização das teorias liberais. Porquê? Porque somos o único caso em que qualquer sector da actividade que seja liberalizado sobe imediatamente os preços. É verdade, nós somos a demonstração prática que uma corrente teórica está errada. É escusado referir única e exclusivamente os medicamentos, podemos falar de muitos outros sectores até chegarmos à pérola da liberalização que são os combustíveis.

Uma das mais valias que a Terra Estranha trouxe à UE – e que deveria ser formalmente reconhecida – é a demonstração prática que fazemos das tendências teóricas:
- conseguimos demonstrar que o liberalismo não é controlado pelo mercado mas sim pela colectividade de filhos da puta (leia-se empresários);
- conseguimos demonstrar que a democracia, nos moldes que está actualmente implantada, é uma mera perpetuação de um tipo de oligarquia assente em raízes familiares, à semelhança de uma outra qualquer monarquia
- conseguimos demonstrar que o mercado é uma mera demonstração teórica que nada tem a ver com os seus cidadãos nem com os seus elementos e, a somar a isso, não controla absolutamente nada.

Voltando ao assunto, eu sou um defensor da liberalização. Esta corrente económica defende, como atrás referi, a não ingerência de factores externos sobre a sua acção, de modo a corresponder às exigências do capitalismo. Ora, um dos fundamentos para esta livre acção da ganância humana tem a ver com a atitude de controle do mercado. O que é o mercado? Um mercado é um mecanismo que permite às pessoas realizar trocas, normalmente reguladas pela lei da oferta e da procura. Existem tanto mercados genéricos como especializados, onde apenas uma mercadoria é trocada. Os mercados funcionam ao agrupar muitos vendedores interessados e ao facilitar que os compradores potenciais os encontrem. Uma economia que depende primariamente das interações entre compradores e vendedores para alocar recursos é conhecida como economia de mercado.

Até este ponto nada há a acrescentar. Poderia desviar-me para assuntos directamente ligados e com influência sobre este assunto mas concentremo-nos sobre o mercado. Sabemos que, pela acção natural da ganância humana, existe uma tendência para a acumulação de riqueza e pela formação de grupos restritos pautados por interesses comuns. Na lógica de acumulação de riqueza, por uma questão de fusão por matrimónio, aquisição, superioridade comercial ou técnica ou outra, um mercado caracterizado por muitos vendedores e muitos compradores sofre uma profunda alteração: diminui o número de empresas, mantendo-se (ou aumentando) o número de compradores. Assim, assistimos a um “fenómeno” interessante, as quotas de mercado das empresas aumenta face à diminuição de operadores no mercado enquanto que as opções de escolha dos compradores diminui. Verificamos, então, que o mercado não está habilitado a controlar o funcionamento liberal da economia, porque o mesmo está controlado pelos pouco vendedores face aos muito compradores. Em vez de assistirmos a um estado de permanente negociação entre a compra e venda, verificamos que os vendedores definem entre si o valor do bem/mercadoria e caso o comprador proteste, aguardam que o mesmo se cale e venha comprar.

Na sua perseguição da ganância, os fundamentalistas desenvolveram, já no século XX, o neo-liberalismo. Já não se trata de um liberalismo mas sim de um assumir selvático da ganância dos poucos sobre os muitos. A teoria mais antiga ainda defendia que o Estado/Reino tinha um papel importante na acção de regulação (até porque na altura era bem possível fazer um tratamento radical às amigdalas por intermédio de uma guilhotina e por muito defensores da acção do mercado que sejamos, este não se sobrepõe às amigdalas) contudo, no final do século XX, alguns grupos de influência constataram que as suas empresas/conglomerados movimentavam mais dinheiro que os estados. Haviam-se desenvolvido estados dentro do Estado, com mais poder e com mais capacidade de chantagem, isto é, como o Estado ficou com a exclusividade de garantia social de sobrevivência dos cidadãos, as empresas negociaram na base do “ou-me-dás-o-que-quero-ou-fecho-e-ficas-com-milhares-de-desempregados-nas-mãos”.

Este neo-liberalismo tem como dogma algo tão simples como isto: O Estado tem apenas como responsabilidade a defesa da nação e a elaboração das leis. Tudo o resto é MERCADO... Estão a ver para onde isto caminha não estão?

É a velha história, tão bem utilizada na Terra Estranha, do “agora que já está feito, chega para lá que é a minha vez”. É que se a primeira premissa do liberalismo é a ganância (característica humana que lança o primado do eu sobre todos os outros), que se afastava de qualquer tipo de responsabilidade sobre o próximo, com o neo-liberalismo há uma sofisticação de comportamentos em que é retirada, ao Estado, a responsabilidade, inclusivé, sobre a protecção do cidadão uma vez que este já não é um dos factores do mercado mas sim uma componente mercantil desse mesmo mercado. A acção de equilíbrio entre os muitos vendedores e os muitos compradores transformou-se numa definição dos poucos vendedores sobre tudo o resto. O comprador deixou de influenciar o mercado, de agir sobre ele e protegido pelo Estado e passou a ser mais um bem/mercadoria negociável. É a era da nova escravatura.

Não sou um esquerdófilo quando digo isto, aliás, sou um defensor da liberalismo. Mas acima de tudo sou um defensor da justiça, dos direitos, da moral, da ética e do ser humano. Se eu encontrasse alguma mais valia geral para os 6 biliões de humanos que habitam este terceiro planeta do sistema solar, seria o primeiro a defender o liberalismo e o neo-liberalismo e o mega-ultra-liberalismo. Infelizmente, por uma questão de educação, não aceito que o benefício dos poucos vendedores se sobreponha ao prejuízo explicito dos muitos compradores. Sou moralmente incapaz de aceitar esta premissa tão moderna. O liberalismo, nas suas mais variadas formas deve existir, é indubitável, mas para que o mesmo funcione na sua totalidade TEM de ser controlado pelo Estado, isto é, o mercado funciona mas existem regras para o funcionamento do mesmo, criadas pelo Estado, como garante final do bem estar das populações. Deixo a ressalva que não vale (é batota) dizer que esses mecanismos existem porque é mentira. Veja-se o caso dos observatórios, comissões, autoridades, etc e verão porque digo que é batota...

Paizinho, tu que provavelmente irás ler este texto, desculpa lá pá mas estou chateado. É que afinal não me educaste para ser filho da puta, o que é uma desvantagem competitiva...

MS
publicado por GERAL às 14:47
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Segunda-feira, 12 de Junho de 2006

Não merecemos....

Não merecemos nada, nesta tugolândia miserável.

Ontem foi dia grande em Portugal. A nossa selecção teve o seu primeiro jogo no mundial 2006. A selecção jogou e ganhou por 1 a 0.

Pensava eu que o objectivo dos jogos era ganhar... pensava eu, claro, na minha ingenuidade. O miserável do português nunca está contente. Nunca vi um povo tão mal agradecidocomo o nosso. Tenho ouvido os comentários da TV e rádio e é particularmente vergonhoso e nada patriótico estar com afirmações do género: “Não jogámos nada”, “A selecção não presta”, “O treinador é uma porcaria e teimoso”, etc, etc.

O que acho inacreditável é que, sendo nós um País que cada vez mais está na cauda da Europa, andamos com exigências mesmo quando os objectivos são alcançados. Como já disse em crónicas anteriores, não gosto nem percebo nada de futebol. Não sei se o jogador A é um médio semi-ofensivo com características de poste e uma capacidade de cobrir o esférico numa filosofia de 5 1 1 1 2 e que o trinco fica do lado de trás da porta mas com uma envolvente técnica de 4 linhas e blá, blá, blá... Isso, considero, é conversa da treta. Essa conversa recorda-me a doutorite (já aqui mencionada, a doutorite) do futebol. Num País de 10 milhões 9.999.999 são treinadores de café e de jornal desportivo. Não sou nem uma nem outra coisa.

Aquilo que sei é que até hoje não houve nenhuma equipa que tenha um jogo bonito que seja campeã mundial. Aquilo que sei é que as equipas que ganham são campeãs mundiais.

Assente nessa premissa, o que me interessa é que Portugal ganhou o jogo. Ponto final!

Mas aqui, nesta terra estranha da treta, se uma equipa ganha aparecem os Velhos do Restelo a berrar que o jogo não foi bonito que podia ser mais assim ou assado, que era necessário um trinco, poste, distribuidor, atacante, guarda-redes e sei lá mais o quê. Dizem esses Velhos que o que interessa é a beleza do jogo e que basicamente ganho mas isso não interessa. No entanto, se uma equipa tem um jogo espectacular do ponto de vista estático, com imagens de antologia desportiva mas não ganha o jogo, os mesmos filhos da puta dos Velhos do Restelo (os mesmos, sem tirar nem pôr) vêm dizer que foi uma merda porque fizeram um jogo bonito mas não ganharam e o que interessa é ganhar.

DECIDAM-SE PORRA!!!!

Dá-me um certo asco ver quando os tugas começam a berrar “até os comemos” e depois de comidos vir com o palavreado de aves agourentas de “comer, comemos mas causou-me azia e estava ensonso”.

Quero lá saber se os jogos foram ganhos por 0,5 a 0 se Portugal chegar longe, muito longe? Estou a imaginar que, num caso de fantasia pura Portugal chega à final e ganha por 1 a 0 e quando a selecção chegar ao nosso País é apedrejada porque o que interessava era a beleza do jogo e não a vitória...

Este País é de loucos mal-agradecidos. Que merda de gente que habita este território que mesmo com as vitórias não está satisfeita. Mas afinal fomos ao mundial com o objectivo de ganhar jogos ou de ficar bem na fotografia? Se é para a fotografia, então escusamos de ir ao mundial... mandamos os jogadores até ao Algarve ou Seychelles e fazemos uma campanha publicitária.

Por outro lado, quando às afirmações de Luis Figo sobre a Comunicação Social... tem TODA a razão. Esses filhos da puta (ocorrem-me outras palavras mas são ainda bem piores), que mal sabem escrever e nem sequer sabem interpretar um texto, têm que criar casos e dizer que afinal podia ser um 4-3-2-1-6-7 no campo e outras merdas do género. O que querem é dizer que afinal somos uns desgraçadinhos e que ELES, génios da maledicência jornalística, é que tinham razão.

A pergunta que faço é simples: qual foi o seleccionador nacional que conseguiu os resultados que Scolari tem conseguido? Que eu saiba, na minha ignorância, NENHUM.

Foi melhor o mundial anterior? Fizémos jogos “lindos” e perdemos com os EUA por 3 ou algo do género, o João Pinto andou aos socos ao árbitro, etc... Isso sim, é melhor? É mais digno para um País que não pode contar com nada porque ninguém tem a vontade e a coragem de o fazer?

É esta mentalidade mesquinha que me incomoda, as pessoas que berram que os estrangeiros são maus e vêm para cá para a agricultura, por exemplo, mas quando perguntamos à CAP porque não desenvolvemos o mesmo tipo de projectos começa a conversa lamecha do subsídio e da distribuição e da chuva e dos adubos e do preço do petróleo e......

Esta filosofia de Humpty-Dumpty de ficar quieto apenas a dizer mal é que nos leva cada vez mais para o fundo. Nem para benefício da pátria somos capazes de dizer VENCEMOS!

O ano passado, um piloto português de F1 conseguiu pela primeira vez ir ao pódio mas apareceram logo umas aventesmas a dizer que isso não era nada porque os outros desistiram. Se o mesmo piloto arranjasse 500 milhões de Euros para “comprar” um lugar numa equipa de topo, as mesmas aventesmas berravam que era dinheiro a mais e que somos um País pobre. O desgraçado arranja meia-dúzia de tostões e “compra” um lugar numa equipazinha de F1, mas conhecida pelo facto de ser uma chicane móvel e as aventesmas dizem que pois, somos um País pobre mas ele podia ter arranjado mais 10 Euros, que ele jornalista até sabia onde mas ninguém lhe perguntou. O piloto, mesmo nessas condições, consegue um terceiro lugar, e já não presta.... Irra que não há paciência!

É inegável, VENCEMOS contra Angola! Que querem mais?

MS
publicado por GERAL às 14:19
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Quarta-feira, 7 de Junho de 2006

A extrema hipocrisquerda

Ora então muito bom dia,

Não me considero nem uma pessoa de direita nem uma pessoa de esquerda, quando penso nas minhas inclinações políticas. Penso que tanto uma como outra "facção" tem ideias boas que podem ser aproveitadas assim como outras que só na cabecinha dos pensantes desses quadrantes é que fazem sentido.

Para uma melhor definição do que é a esquerda e a direita, apelo que façam uma (re) leitura do brilhante artigo publicado a 24 de Fevereiro desde ano, neste espaço de maledicência, elaborado pelo "S" RdS e com o título "Esquerda / direita - Ou o descalabro do centro".

Não estando particularmente virado para qualquer uma das ideologias, nomeadamente nos seus pontos mais extremos (que se tocam), cabe-me hoje vir aqui falar dos paradoxos da extrema esquerda.

A extrema esquerda tem, na generalidade, uma representatividade em Portugal muito superior à dos restantes estados membros da UE. Em Portugal, se juntarmos a CDU e o BE, temos mais de 10% da população que votam nesses partidos, e uma representatividade parlamentar de 16 deputados. À primeira vista, e tirando o caso da Itália e de alguns países ex-pertencentes ao bloco soviético, não me recordo de facto de outro país comunitário cuja representação parlamentar desta, como direi, ideologia, seja tão premente como a nossa realidade muito tuga.

Perguntar-se-á porque é que aqui, neste pequeno burgo à beira-mar plantado, a extrema esquerda consegue obter tantos simpatizantes, e a resposta, eu não a consigo dar, porque também não compreendo os motivos. Deve ser, quase de certeza, por Portugal ter passado 48 anos de ditadura de direita, e pelo facto de termos uma parte de população semi-pseudo-intelectualóide.

Eu apesar do meu primeiro parágrafo onde digo que há ideias que podem ser aproveitadas de ambos os lados (esquerda e direita) limito muito esse aproveitamento à medida que se vão extremando as posições. Se detesto a extrema direita pela sua defesa ao capitalismo selvagem ou pelas propensões a ideais xenófobos, odeio visceralmente a extrema esquerda pela sua hipocrisia gritante.

Aqui em baixo, apresento algumas ideias de extrema esquerda, às quais se seguirão umas perguntazitas em relação a algumas delas. No mínimo, dir-se-á que existe um pequenito paradoxo entre os ideais ou ideologia, e a prática.

* A esquerda luta contra a tirania ditatorial

Perguntas: A tirania ditatorial refere-se, claro está, às chamadas ditaduras de direita. Casos como o de Salazar em Portugal, Franco na Espanha, ou o Pinochet no Chile. Mas porque não as ditaduras muitíssimo mais lesadoras para o povo como as ditaduras da Coreia do norte, da China, de Cuba ou as anteriores do ex bloco soviético? Porque é que nunca falam dessas, apesar de as mesmas terem sido responsáveis por milhões (muitos largos milhões) de mortes? Porque é que o verdadeiro estado de sítio montado por essas ignóbeis ditaduras não são sequer mencionadas pela nossa extrema esquerda? Porque é que o Fidel Castro é tido pela extrema esquerda como um herói quando se mantém no poder há mais de 40 anos, matando, literalmente, tudo o que é oposição? Porque é que ninguém da extrema esquerda fala do regime norte-coreano onde as pessoas passam fome? Porque é que aquando da queda das ditaduras do proletariado no regime soviético, a extrema esquerda ficou caladinha? Porque é que ninguém fala dos crimes que se praticam diáriamente na China? Porque é que, após o 25 de Abril houve tantos ou mais presos políticos num espaço de pouco mais de um ano do que tinha havido em 48 anos de ditadura? Porque é que alguem ainda tem coragem para publicar um artigo lisongeador sobre o Estaline no orgão oficial do PCP, o "Avante" sem que nada lhes aconteça (já viram o que seria alguém publicar um artigo a favor do Salazar)? Porquê???

* A extrema esquerda é a defensora das liberdades

Perguntas: Porque é que não há imprensa livre nos países onde há ditaduras de esquerda como as acimas referidas? Porque é que nos países do bloco soviético havia filtragens de informação? Porque é que todas as informações eram encapotadas? E porque é que nos meses após o 25 de Abril (esse grande acontecimento histórico) as televisões e a imprensa era controlada pelo MFA e pelo PCP? E porque é que esse grande escritor-cabrão chamado Saramago fazia antênticas purgas quando foi director do Diário de Notícias? E porque é que durante muitos anos, existiu uma coisa abominável chamada de "muro de Berlim"? Porquê???

* A extrema esquerda é defensora do ambiente

Perguntas: E Chernobyl é onde? Na América? E porque é que os países mais poluidores eram os do ex-bloco soviético? E porque é que a China está cheia de problemas ambientais? E porque é que os solos da Republica Checa continuam contaminados devido à política agrícola (?) dos governos da outra senhora? Porquê???

* A extrema esquerda é defensora da paz

Perguntas: Porque é que a Russia e a China têm tantas armas nucleares? Porque é que haviam nos tempos da guerra fria, manifestações contra os mísseis norte-americanos instalados na Europa e não havia contra os mísseis que estavam instalados na europa de leste, a nós apontados? E porque é que a União Soviética invadiu o Afeganistão? E porque é que todos os países onde existem ditaduras de esquerda são todos eles extremamente militarizados? Porquê???

* A extrema esquerda é a favor das salas de chuto

Perguntas: Se o tóxico-dependente é um "doente", proque não apelidar de doentes os alcoólicos e dar-lhes um subsídio em forma de "Vat 69"? E porque é que, já agora, os pedófilos também não são considerados doentes, e não lhes dão umas salas de queca-na-malta-pequena? E porque é que eu tenho que pagar, em forma de impostos as salas de chuto e os vícios de outrém? Porquê???

* A extrema esquerda é contra a ocupação da Palestina

Perguntas: E porque não contra a ocupação do Tibete pela China? E porque é que falam de Israel, um estado democrático, e não falam do Irão, do Iraque, e de todas as ditaduras ou ex-ditaduras que existiam nos países árabes? Será que os judeus não estão nessa terra há mais tempo do que qualquer outro povo? Será que os judeus não sofreram o suficiente durante todos os séculos que passaram? Será que os atentados terroristas que existem não são tão graves como a ocupação da Palestina? Será que preferem o regime Taliban (nunca ouvi da exttrema esquerda nada contra)? Será por Israel ser um país apoiado pelos Estados Unidos? Porque é que as antigas ocupações dos países de Leste, contra a vontade desses povos, nunca foram mencionadas? E porque é que houve membros da extrema esquerda a ficarem silenciosamente contentes com o 11 de Setembro? Porquê???

* A extrema esquerda é contra os cartoons de Maomé

Perguntas: Onde é que eles estavam quando o desenho do Papa com o preservativo no nariz foi feito? E porque é que a igreja católica é sempre atacada visceralmente pela extrema esquerda quando ao mesmo tempo empolam o islamismo e defendem que foi um erro ter-se publicado as caricaturas de Maomé? E onde estão as defendidas liberdades individuais? E porque é que não dizem nada sobre a "Sharia" ou sobre a mutilação genital nos países islâmicos? Ou sobre a morte por apedrejamento das mulheres apanhadas "em falso"? Porquê???

* A extrema esquerda é contra a pena de morte

Perguntas: E Cuba? E a China? E os países islâmicos? Estão à parte? Porquê???

* A extrema esquerda tem horror ao capitalismo

Perguntas:Como alguem disse, o capitalismo é a exploração do homem pelo homem, e o comunismo é exactamente o contrário. E o que se passa na China actualmente (querem capitalismo mais feroz?)? E porque é que todas as economias ditas socialistas mantinham a população numa pobreza quase franciscana? Porque é que Portugal está hoje atrasado, em parte à conta dos excessos cometidos pós 25 de Abril? E porque é que o Estado de extrema esquerda é bur(r)ucrático e despesista? E porque é que as tecnologias de ponta e os grandes investimentos são feitos pelo sector privado? Porquê???


Resumindo, a extrema esquerda é hipócrita. É caso para flar de extrema hipócrisquerda. Na extrema esquerda a ideologia não serve o homem. O homem é que serve a ideologia. Deus nos livre de um regime de extrema esquerda. Independentemente do muito mal que penso da extrema direita, seria caso para dizer "volta Salazar, estás perdoado".

JLM





publicado por GERAL às 12:42
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Segunda-feira, 5 de Junho de 2006

Parolices

Ora então muito bom dia,

Ontem, após um dia de ressaca à conta do Rock in Rio, a minha mulher disse-me que uma colega dela tinha comprado um telemóvel ultima geração pelo valor aproximado de 100 contos. A colega em questão é uma miudinha de 19 anos cujo ordenado mensal não anda muito longe do valor do telemóvel que pagou.

Isto para mim já deixou de me surpreender. Já aqui escrevi que o tuga pode estar endividado até às orelhas, mas artigos básicos (não, não é a alimentação nem a renda de casa) como os telemóveis ou os pópós é coisa que não lhes pode faltar.

Isto é das tais coisas, cada um faz a cama com a manta que tem, e a maioria da população tuga não tem manta. Quando muito, tem um lençol esfarrapado que mal lhes dá para cobrir as pernas, mas gosta de se mostrar aos outros como tendo uma daquelas camas tipo Luis XIV.

O mal de Portugal não está apenas na (pouca) qualidade dos nossos governantes. Está na populaça tuga que não sabe, nem nunca soube distinguir o que são prioridades. Não tenho nada contra quem compra um telemóvel no valor de 100 contos. Já me custa constatar que, depois, são esses que compram essas utilidades os primeiros a dizer que a vida está mal e que ganham pouco. São esses que, levando o pópó todos os dias para a "faculdade" vêm depois bradar aos céus que não querem pagar propinas. E a quem não lhes falta comprar diáriamente a Bola, o Record e a TV Guia. E que apostam todos os meses umas dezenas de euros no Totoloto, Euromilhões e afins (com umas idas ao novo casino de Lisboa pelo meio). A riqueza para o tuga tem que vir de algo que não o trabalho, que poucos rendimentos dá e que servem só para que se comprem mais telemóveis e pópós.

Isto é a chamada parolice nacional. O tuga é bacoco. Gosta de se mostrar e inventar causas e coisas. Quando abriu a ponte Vasco da Gama, fez-se um almoço para figurar no guiness (é daqueles livros onde Portugal está bem representado, quer seja por fazermos a maior açorda do mundo quer seja por termos um pacóvio qualquer que decidiu dar a volta ao mundo em carrinho de rolamentos), devido ao facto de termos construído a maior mesa de repasto em todo o mundo. Quando foi a independência de Timor, era ver o pessoal vestido de branquinho a dar as mãos e a construir cadeias humanas, repletas de sentimentos de dor e solidariedade (acho que a situação actual de Timor clama a uma acção parecida - lá podemos nós figurar no guiness como os maiores tansos). Agora com o mundial de futebol, é ver-nos a pôr bandeirinhas nas janelas e nos carros. Mais parolo é impossível, e vai de encontro à lista de prioridades que cada tuga tem para a sua vida.

Dinheiro? Nunca é problema. Comprem-se os telemóveis e os pópós que se quiserem, independentemente dos custos das chamadas ou do custo da gasolina serem comparativamente dos mais altos da Europa. As prioridades nacionais passam pelo futebol e pelos programas tipo "big brother" da televisão, para além das tentativas de figuramos no Guiness. Opções estratégicas, como gostamos de as chamar, não são nem nunca foram levadas em linha de conta por ninguém. Mais vale estarmos endividados até às orelhas do que faltar-nos o dinheirinho para as coisas boas da vida. As gerações vindouras que se lixem, e dado o jeitinho português para o desenrascanço, com toda a certeza que saberão angariar o guito para não lhes faltarem os telemóveis, os pópós~, ou as idas a restaurantes de 1ª classe.

Confesso que ando um pouco cansado desta maneira, não de estarmos, mas de sermos. Mas há alguém que tenha esperança neste povo? Só nos faz resta mesmo ganharmos o mundial de futebol...

JLM
publicado por GERAL às 11:01
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