Terça-feira, 29 de Agosto de 2006

O pasquim feminino

Ora boas,


Não sou nem nunca fui um assíduo leitor de revistas, quaisquer que elas sejam. Compro ocasionalmente uma revista relacionada com música, actualidades ou viagens, mas estou longe de ser um ávido e compulsivo comprador de quaisquer publicações diárias, semanais ou mensais que pululam em qualquer quiosque por onde passamos no nosso dia-a-dia.

Portugal é fértil no que se refere a publicações destas. Temos um dos maiores níveis de iliteracia da Europa, mas o que não faltam para aí é revistas sobre o que quer que seja. Desde desporto (invariávelmente o futebol) passando por música, jogos, arte, viagens, moda ou futriquices, há de tudo um pouco. E em relação a estas últimas, direi mesmo que há um excesso de oferta, vendo a panóplia de magazines que qualquer quiosque / livraria faz dispôr a ávidas leitoras que utilizam parte do seu rendimento mensal para se manterem cultivadas sobre o que mais importante se passa nas nossas esferas sociais.

Mas o que é certo é que há mercado, e o povo gosta. O povo gosta de coisas estranhas, digo eu, e está provado que sabermos da vida dos outros é o desporto nacional. A tal futriquice que falava ainda há pouco.

Como gosto de fazer um esforço em compreender os gostos da populaça, tentei ao máximo debruçar-me sobre o eventual interesse que a leitura de algumas revistas "para gajas" me poderia despertar. Então, fui fazer companhia à minha mulher quando ela foi ao cabeleireiro onde, podia ter ao meu dispôr uma série quase infindável de publicações que fazem as delícias de muita tuga.

Há primeiro que definir o que as modernas escolas de gestão chamam de segmentação e posicionamento, ou por outras palavras, quem são os tansos que estão dispostos a gastar dinheiro para comprar o lixo que produzimos. Os tansos (neste caso, mais as tansas) são normalmente publico feminino (como é lógico) onde depois há algumas variações dependendo do carácter mais ou ainda menos "literário" da publicação. Assim, a tansa que compra e lê a revista "Maria" dispõe de escolaridade mínima (daquela que só permite mesmo ler e pouco mais), tem mais de 35 anos, é casada com um pedreiro e tem um caso com o soldador do bairro, não depila as axilas, faz compras no Lidl e tem uma série de filhos sem ter a certeza quem são os pais. Uma publicação mais avançada em termos literários como a "Nova Gente" já exige que a tansa não tenha um caso com o soldador do bairro mas com o merceeiro. Publicações mais profundas como a "Lux" já exigem que as leitoras rapem a sovaqueira e se continuarmos até atingirmos o supra-sumo do erudito no que a este assunto diz respeito, a leitora da "Elle" ou da "Cosmopolitan" provávelmente é daquelas tugas modernas com direito a tatuagem, piercing e rata rapada. É mais jovem, possivelmente anda na universidade, vai às discotecas da moda 5 vezes por semana, e claro, gosta de fofoca.

Posto o acima, decidi então, enquanto a minha mulher frisava o cabelo, a ler (?) algumas dessas revistas. A panóplia de títulos era grande. Havia de tudo para quase todos os gostos. Fácilmente deu para constatar que as diferenças resumem-se ao balde, já que a merda é quase toda a mesma.

Assim, comecei por uma publicação chamada "Ana". A "Ana" é, ao que me pareceu, concorrente da "Maria", ou seja, tem normalmente na capa uma personagem qualquer de telenovela ou de reality show. Depois adensa-se em artigos sobre saúde, culinária, moda e sexo, e entrevistas bacocas a personagens supostamente conhecidas. Tendo tido quase um ataque de indigestão após ler este magazine em 2 minutos, debrucei-me na "Lux". Esta é mais "socialite", e como tal, das que me metem mais asco. A dita cuja traz tudo o que seja relativo àquilo que eles chamam de "celebridades". O conceito de celebridade pode variar, acredito, de pessoa para pessoa, mas aqui a celebridade é sinónimo de mediocridade. Assim, fiquei a saber pormenores pessoais de gente tão ilustre como a Elsa Raposo, a Merche Romero, a Cinha Jardim, A insuportável-do-sorriso-plástico-Lili-Caneças, a Silvia Rizzo ou o Gonçalo Diniz . A maioria destes nomes nem sequer os conheço, e sinceramente não sei o que fazem nem qual o seu contributo para a sociedade. Mas deve ser algum, porque aparecem em mais magazines do que o primeiro-ministro ou o presidente da República. As entrevistas e reportagens sobre estes...indivíduos, são da coisa mais escabrosa, patética, sofrível e de mau gosto que já vi em toda a minha vida. Entre ler um artigo desses e ler o livro vermelho do Mao, prefiro, apesar de tudo, o segundo, já que o primeiro é mesmo Mau. Saliento ainda, uma reportagem efectuada por essa revista a uma propensa festa "VIP" organizada pelos testa-de-ferro do pasquim, algures no Algarve. O nojo cresce à medida que vou lendo que uma série de anónimos perfilou-se à entrada da discoteca (ou fosse qual fosse o local de tão almejada realização) para ver entrar os "famosos". Ou seja, houve gente que foi ver passar numa passadeira uma série de pessoas reles a quem estas revistas chamam de famosos. Haja mercado!!!! A "Lux" desdobra-se depois em artigos de saúde, moda, culinária e sexo.

Com o vómito a chegar-me à boca, estóicamente abri as páginas da "Nova Gente". Esta é tipo "Lux" mas para gente mais vulgar, que é como quem diz, mais ordinária. Nada de muito novo, com artigos sobre culinária, saúde, sexo e moda (convém trocar as ordens dos temas para não me tornar muito repetitivo). As individualidades focadas, retratadas, fotografadas e entrevistadas não diferem muito das outras revistas, talvez com uma incidência maior em "mete-nojos" mais proeminentes na nossa sociedade, tipo João Kleber. Verifico e confirmo que as entrevistas são de uma paupérrima pobreza (passe a redundância) franciscana com realce para frases ditas que espelham a profundidade intelectual dos entrevistados. Coisas inenarráveis do tipo " O Manel é o homem da minha vida" ou "Voltaria a fazer tudo o que fiz".

Não demorei mais do que 5 (longos) minutos para passar ao próximo castigo. Agora a "Caras". Como eu costumo dizer, "quem vê caras não vê conas" e eu aqui só vi mesmo caras. Algumas que já tinha visto noutras publicações que tinha acabado de ler, outras nem tanto. Sucedem-se as fotografias de propensa gente famosa com as devidas legendas por baixo. Assim, fico a saber que há nomes tão escabrosos como "Bonequinha", "Tatão" ou "Pequenina". Eu se fosse casado com uma gaja a quem chamassem de "Pequenina", no mínimo passava-me. "Pequenina"?? Vá chamar pequenina para o raio t'a parta. Mas pelos vistos, a nossa reles "socialite" publicita a ridicularidade das figuras com as dos nomes. E gostam, claro está. Confesso, depois de ter virado 3 páginas, que não conhecia um único nome de entre todos os (as) fotografados(as). Mas deve ser gente importante e quiçá empreendedora e filantrópica, ou ainda gente candidata a um qualquer Nobel, ou no mínimo a uma qualquer sessão de entrega de prémios da revista "Lux" (se é que os há - não me admiraria). Por entre as páginas da revista, aparecem artigos sobre moda, sexo, culinária e saúde.

Não consegui ler nenhuma "Elle" ou "Cosmopolitan". Possivelmente porque a maioria do público alvo da cabeleireira não se insere no posicionamento que essas revistas têm, mas julgo que tirando algumas pequenas diferenças, algures no meio falarão de sexo, culinária, saúde e moda.

Eu de moda, saúde e culinária não me interesso muito, mas já quanto ao sexo, confesso que é daqueles assuntos que me fazem sentir curioso com as coisas que se dizem e se escrevem. E como já o referi acima, não há pasquim feminino que não tenha o seu artigo (normalmente extenso) sobre este tão abrangente tema. No fundo, não diferem muito umas das outras na sua abordagem. Há, claro, aquelas que publicam as cartas com dúvidas dos leitores (e mais das leitoras) e que têm direito a uma resposta de uma qualquer entendida nestas questões (as dúvidas que aparecem vão do tipo "o meu namorado gosta de me ver a masturbar" a "tenho o meu clitóris pequeno") mas aquilo que mais se realça são os artigos de fundo. Coisas do tipo "Saiba como levar o seu homem à loucura" ou "as posições que dão mais prazer" ou ainda "porque não engoli-lo (Importam-se de repetir?????)". Vaise- descobrindo que as gajas levam estas coisas a sério, e asseguro que deve bastar ler 2 ou 3 artigos dessas revistas para um gajo ficar um autêntico expert nestas questões do treco-lareco. Assim, fica-se a saber que o ponto G é algures lá dentro, que os orgasmos múltiplos podem ser atingidos mediante a intensidade dos preliminares ou que as zonas erógenas das mulheres são mais do que a quantidade de bonecos que aparecem nos livros "Onde está Wally" .

Constata-se uma coisa, tudo isto dá dinheiro a muita gente. Aos editores, fotógrafos, jornalistas (será que se pode apelidar de jornalistas quem escreve para estas revistas), opinadores e eventualmente entrevistados e fotografados. Mais uma vez, o que é necessário é que haja sempre quem compre aquilo que se pretende vender. Se há mercado para as armas de guerra, para a pornografia, para as bebidas alcoólicas, porque não haver também para a futilidade e para a mediocridade. Depois queixa-se quem compra estas revistas que a educação é cara, provávelmente proque o dinheiro que iriam gastar com a compra de livros (nunca tão didácticos como estas revistas) para a escola dos filhos é tão onerosa como o que o agregado familiar gasta por ano com a compra destes verdadeiros almanaques de sapiência

Eu por mim fiquei farto e já não consigo sequer olhar para a capa destas revistas. Como tal, assim que saí da cabeleireira fui comprar um almanaque do Patinhas para poder lavar os olhos. Sempre é mais educativo, o que não é de todo difícil.

JLM


publicado por GERAL às 16:01
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Terça-feira, 22 de Agosto de 2006

As férias

Ora muito boa terça-feira a todas(os)

Voltei de férias! É verdade! Ao fim de 4 anos sem as ditas, tive duas semanas de férias.

Durante essas 2 semanas tive tempo para reflectir em muitas coisas e ver pouca televisão. Por momentos tive a oportunidade de esquecer que estava na Terra Estranha, vítima do simplex, do Governo, da Política Nacional e de outras maleitas criadas pelo homem, habitante desta terra estranha.
As poucas notícias que tive acesso (felizmente) tinham a ver com os dramas normais:
1. Portugal a arder,
2. Guerra no Líbano,
3. Aumento de preços,
4. Restantes dramas dignos de aparecer no noticiário.

A parte mais interessante é a forma redutora que se podem olhar para as notícias. Vejamos:

1. Todos os anos arde, porquê o espanto nesta altura? Eles prometem aviões, submarinos e helicópteros para combatem às chamas. Os bombeiros têm gps e telemóvel, as equipas de coordenação mudam todos os anos e... o fogaréu continua! Temos que ser optimistas, contudo. Dentro de pouco tempo já não há nada para arder, logo (premissa óbvia) deixam de haver fogos. Simples não é? Acham que deviam pagar um subsídio de 10.000 euros mensais ao António Costa para fósforos. Mas primeiro ensinem o homem como é que aquilo funciona... é finório o tipo e não sabe essas coisas simples. Para além disso parece que o gajo está bem relacionado com o S. Pedro que até fez chover. É perigoso o gajo!

2. Guerra no Líbano: esta, pelas notícias transmitidas pelos nossos repórteres de acção, teve efeitos sobre o fenómeno El Nino. É claro que nem preciso falar acerca do preço do combustível. Esse sobe sempre que há um soluço internacional (ou uma boa desculpa) e mesmo que o preço do petróleo desça, nunca baixam em Portugal. Será alguma forma de Maldição de Tut-ank-Amôn? Por outro lado acho engraçada a forma como a ONU geriu o conflito. Colocou os membros do conselho permanente a discutir e quando saiu um texto, pôs os outros países a pagarem para lá colocar uns soldaditos (desde que não sejam americanos, pois estes têm uma tendência para ser vitimas de atentados naquelas zonas). Também reparei na forma como as coisas foram colocadas, tipo, cai uma bomba em beirute e morrem 10 civis, cai um missil em Haifa e morrem 10 pessoas. Civis não são pessoas? Pessoas não são civis? É só para saber...

3. O comentário a este tipo de notícia resume-se a uma coisa apenas: É sempre a mesma merda. Porque é que ainda aparece no telejornal????

4. Esses são os habituais dramas voyeuristas dos tugas. As velhinhas, os assaltos e afins.

Mas agora que já falámos das notícias de duas semanas, façamos uma pequena análise acerca dos tugas em férias. Em primeiro lugar há que realçar a indumentária. Há de quatro tipos, a saber:
- Jovens (machos): T-shirts com estampados acerca da sua performance sexual género “I-have-a-dick-like-a-pole-but-only-use-my-hand” e calções de banho coloridos, pelo joelho, sem NUNCA esquecer a chinela de enviar no dedo, tipo brasileiro.
- Velhos (machos): T-shirts de cor berrante e enjoativa, calções com bolços e sandália com meia.
- Gajas (novas): Biquini com uns panos enrolados à cintura. Unhas pintadas e banhas a saltitar (deve ser do problema da obesidade).
- Gajas (velhas): Fato de banho completo, tamanho XXXXXXXLL, pano enrolado à volta do corpo e banhas amarradas para não arrastarem pelo chão. Nunca esquecer que tantos estas como as gajas novas levam o eterno chinelo, a mostrar os calos.

Depois nunca esquecer dos putos, de preferência ranhosos, constantemente a correr e a gritar e a incomodar. Isso é absolutamente fundamental! Nunca esquecer putos birrentos. Férias sem putos birrentos não são férias, da mesma maneira que ir para a praia sem cães não é praia. Uma praia sem um bom cagalhão de cão não tem direito a bandeira azul!

Para além disso há que conduzir bestialmente, isto é, como uma verdadeira besta. Não há tuga de férias que não julgue que a estrada é só para si e que os outros têm que o contemplar, esforçado trabalhador, de férias e a chatear toda a gente.

Não posso esquecer, também, os turistas estrangeiros, essa fonte inesgotável de discursos políticos sobre o “petróleo” do Algarve. Vejamos um pouco mais este “petróleo”. Em primeiro lugar, são mais poluentes que o original. Poluem o intelecto, as praias, os restaurantes, as ruas, etc. Não é uma afirmação xenófoba não senhor! É uma realidade. São a animalagem da europa que, depois de terem sido escorraçados de todo o sul da europa (Espanha, Itália, Grécia) desembarcam no aeroporto de faro com toda a delicadesa de uma manada de búfalos num campo de nenúfares. Depois é vê-los quase sempre bêbados, arruaceiros e com um ar muito importante... para despejadores de caixotes de lixo em Londres ou Munique.

Não esquecer, ainda, os emigrantes, com o seu francês de alcochete e inglês de chelas.

Mas mudando um pouco de assunto. Ontem li que o sr. saramago (letra pequena propositadamente) chamou hipócritas aos que criticam Gunter Grauss por ser um antigo nazi – não só nazi mas sobretudo SS. É que nazis há muitos mas SS nem por isso. Ora vejamos, o sr. saramago passou anos da sua vida (ainda era de esquerda e vivia em Portugal) a criticar os regimes totalitários (de direita, claro) e todos aqueles que os apoiaram e que ainda estavam vivos. Se isso era assim, agora que é laureado e vive no estrangeiro (devo presumir que já não é um comunistóide baratucho) e julga-se muito importante há que chamar hipócritas a todos os que acusam potenciais assassinos. Cada vez mais os Nobel caem em desgraça. Terroristas têm o Nobel da Paz, SS têm Nobel da Literatura, o samago tem Nobel da Literatura... bateram mesmo no fundo. Já agora proponho o seguinte ao Comité Nobel: Nobel da Paz a Hitler, é que afinal o fulano ía resolvendo o problema do Médio Oriente com os judeus.

Os livros de história ensinam-nos que Roma, o apogeu da civilização antiga na europa, caiu de podre e foi invadida pelos bárbaros. Dois mil anos depois, com o sonho do império romano a ser revisitado pela UE, os bárbaros estão devidamente instalados nas cadeiras do poder.

Bem, regressei de férias mas o mundo continua a girar, agora com mais 3 planetas... porreiro esta! Aumentamos o sistema solar administrativamente e se não o fizéssemos o futuro da humanidade estava comprometido.... balelas!!

MS
publicado por GERAL às 15:36
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Segunda-feira, 21 de Agosto de 2006

A tuga moderna

Ora boas,

Confesso que não gosto nem nunca gostei muito de ir à praia. Atrapalha-me ver 500.000 pessoas acondicionadas num espaço de metro quadrado, irrita-me ter areia espalhada pelo corpo, não aprecio o berreiro dos vendedores ambulantes e acho que não há nada mais imbecil do que uma pessoa esponjar-se durante horas a fio a apanhar sol com o intuito de ter uma côr mais apetecível de modo a causar inveja aos colegas de trabalho quando regressa de férias.

Seja como fôr, confesso que nem tudo é mau. Há sempre uma esplanadazita para um gajo tomar uns copos, e sempre dá para lavar a vista com (alguns) corpos femininos que nos passam pela frente (e pelos lados também).

A esse respeito tenho vindo a constatar algumas transformações de estilo na mulher tuga, como se se tratasse de uma adaptação aos tempos modernos. Quem, como eu, se habituou a ir à praia ou à piscina municipal, na minha adolescência para, entre outras coisas, admirar o corpo das mulheres ou colegas, ou amigas da altura, nota de facto que algo mudou.

Tuga moderna que se preze tem agora, pelo menos, uma tatuagem algures no seu corpo. Preferencialmente na omoplata ou no ombro. Os motivos da tatuagem (ou seja o porquê de elas terem-na(s) feito), acho que ninguém percebe, mas invariávelmente elas aparecem como sinal de moda. Diz quem frequenta os vestiários de um qualquer ginásio, que madames executivas, ao se despirem, exibem orgulhosamente as suas "tattos" que contrastam com um estilo de vestir mais formal e conzento. Para além das tatuagens, tuga moderna que se preze tem também um piercing algures no corpo, de preferência no umbigo, já para não falar na carrada de outros piercings como no nariz ou nas orelhas (chegam a ser tantos que dá-me a impressão que se passarem num qualquer íman ficam lá agarradas pelas orelhas) ou ainda em zonas mais rebuscadas como nos mamilos ou mesmo no lugar "holy of the hollies" . Outros acessórios são as pulseiras nos tornozelos ou os anéis nos dedos dos pés. Característica mais intimista mas que se sabe que existe é a chamada "rata rapada". De facto, a rata rapada está para a tuga de hoje como o bigode estava para o tuga dos anos 70 (é ver os posters futebolísticos da altura). Pelos vistos (ou melhor, pêlos muito pouco vistos), a modenidade da tuga está directamente proporcional à ausência de pêlos na região da pube, contrastando como tal ao que se via antigamente onde os mesmos chegavam a aflorar abundantemente na sovaqueira.

Eu não tenho nada contra tudo o acima. Antes pelo contrário, já que sempre fui da opinião que prefiro limpar os dentes com fio dental, e acima de tudo, gosto que a tuga seja cada vez mais feminina como parece nos dias de hoje.

A nível comportamental, a tuga moderna tem como grande ambição o aparecer nas revistas femininas da modo, tipo Lux, Caras ou Vip. É "in" e garante-se, nem que seja temporáriamente, o sucesso. Quem não aparece nessas revistas, pelo menos compra-as sempre no intuito de um destes dias aparecer por lá, numa daquelas fotografias de corpo inteiro com as inenarráveis legendas por baixo que não dizem mais do que o nome da fotografada (em 95% dos casos não se sabe quem é).

A tuga moderna gosta também de cuidar do físico, indo a ginásios onde para além de almejar engatar o professor de aeróbica, compete a nível corporal com as outras tugas que por lá andam. Tem uma alimentação cuidada, não ingere gorduras e não fuma, ou fuma pouco.

Porque já sei que sou capaz de receber uns comentários menos aprazíveis das leitoras, julgando-me machista, misógino, tarado entre outros adjectivos, apraz-me dizer como conclusão, e para amansar as coisas, que as tugas estão fisicamente cada vez mais apetecíveis, e hoje em dia, pode-se dizer que já não devem nada às mulheres de outras nacionalidades, que antigamente faziam-nos sonhar, a nós homens, particularmente as oriundas do norte da Europa (embora houvesse sempre gajos com gostos mais eclécticos).

Caso para dizer que o (a) nacional é bom, e recomenda-se.

JLM

publicado por GERAL às 12:36
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Sexta-feira, 11 de Agosto de 2006

Obicoelho

Ora bom dia,

Hoje estou feliz. Não, não é por me ter saído o euromilhões nem tão pouco por achar que a situação do país está melhor. A razão da minha felicidade tem um nome. Estrangeiro, é certo, mas representativo da nação tuga - Francis Obikwelu.

Pela primeira vez na história do atletismo temos um atleta que ganha 2 medalhas de ouro (100 mts e 200 mts) numa competição europeia. Ou seja, somos finalmente, através deste verdadeiro senhor, uma nação que tem motivos de orgulho por um feito desportivo de grande realce.

É claro que já tivemos as nossas medalhas de ouro em outros eventos desta modalidade (recordo principalmnente as medalhas de ouro nos olímpicos do Carlos Lopes, da Rosa Mota e da Fernanda Ribeiro) mas já há muito tempo que não ganhávamos nada de jeito, focalisando sempre as nossas atenções no insuportável futebolzinho que leva o país a entrar em estado orgiático por um 4º lugar conseguido num mundial, reclamando desde logo alguns cérebros nacionais para a isenção do pagamento de impostos por parte dos futebolistas que atingiram tão prestigiada distinção (?).

O Francis Obikwelu é um daqueles gajos que merece tudo de nós. Não só não deverá pagar qualquer imposto, como lhe devem ser dadas todas as condições para que ele possa treinar e melhorar-se em território nacional. Do que me lembro, o homem andava a treinar em Espanha (se calhar foi por isso que ganhou) nos ultimos tempos.

Eu recordo (conforme já escrevi em artigos anteriores) que Portugal é um deserto no que se refere ànossa iconografia, seja ela desportiva, cultural, política ou económica. Nós nunca tivemos campeões de xadrez, vencedores do festival da Eurovisão, vencedores de medalhas de ouro nos olímpicos (tirando os casos já citados no atletismo e tirando as olimpíadas para deficientes onde parece que somos bons), artistas renomados, vencedores na fórmula 1, no ténis ou na natação.

Uma vez que parece estar comprovado que genéticamente nós não somos relevantes em nada, apelo a que se importem mais "Obikwelus", que eles se sintam em Portugal como no seu país, que lhes dêem as condições para eles singrarem, para que possamos colher mais resultados prestigiantes.

A este respeito, é de facto engraçado, para não utilizar outro objectivo, como os jornais se referem às medalhas ganhas pelo "velocista português Francis Obikwelu". De reparar que eles não dizem "o velocista nascido na Nigéria e naturalizado português Francis Obikwelu". Das duas uma, ou isto é mesmo contágio eufórico, ou então temos que chamar portugueses também a por exemplo todos aqueles que trabalham nas obras (qualquer "raça"). Obras aliás, onde o Francis Obikwelu foi "descoberto". Talvez já chegue de hipocrisia, e que se comece a tratar bem quem faz bem pelo país, seja nas obras ou nas pistas de atletismo.

O meu muito obrigado ao Sr Obikwelu, que na minha opinião até deveria ser rebaptizado com um nome mais tuga de Obicoelho, tão rápido foi o gajo a ganhar as corridas.

JLM
publicado por GERAL às 12:46
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Segunda-feira, 7 de Agosto de 2006

O complicadex parte III - Mas esta merda nunca mais acaba???


Estimados(as),

Pois é. Agora vou ser curto (e grosso).

Para quem leu os meus 2 artigos anteriores em relação a este assunto, sabe que ando desde há umas semanas a procurar obter um mero passaporte para a minha filha no intuito de poder viajar de férias para Cabo Verde.

Hoje, todo esperançado, lá me dirigi à Loja do Cidadão, porque tinha a certeza, que finalmente me dariam o respectivo documento.

Chego lá com uma fotocópia da requisição que tinha feito no dia 20 de Julho. Esperei cerca de 45 minutos para ser atendido, porque, pasme-se, em pleno Agosto deveriam estar cerca de 3.542.319 pessoas na Loja do Cidadão à procura de qualquer coisa.

Ora bem, sou atendido por uma simpática senhora a quem entrego a referida fotocópia:

- Bom dia
- Bom dia, eu vim buscar o passaporte da minha filha, e trago aqui esta fotocópia da requisição do serviço...
- Fotocópia? Qual fotocópia? Onde está o talão comprovativo do pagamento do seviço?
- Talão? Mas qual talão? Não me foi entregue talão nenhum...só esta fotocópia...
- Isto é estranho. Isto nunca me aconteceu
(e eu penso... mas a mim acontece-me sempre de tudo)

- Pois (diz a senhora), devia ter-lhe sido entregue um talão aquando do pedido do serviço...

O caro(a) leitos(a) deverá entretanto imaginar a quantidade infindável de asneiras que disse para comigo mesmo na altura, e o esforço que fiz para não me passar. Educadamente lá disse à senhora que a não entrega do tal talão era um problema do serviço deles e não meu, ao que a senhora (valha-me isso) lá compreendeu.

Posto o problema de lado, fui informado que o passaporte não estava pronto. Ora bem, o passaporte é um documento que, conforme está aliás escrito no próprio formulário de pedido do documento, leva 8 dias a ser feito. Isto se não fôr pedido com urgência (3 dias). Ora, eu pedi o passaporte a 20 de Julho. Hoje é 7 de Agosto, ou seja 18 dias depois o passaporte não está pronto.

Frustado e cabisbaixo, lá pedi para que me dessem uma perspectiva de quando o mesmo estará pronto, e lá me disseram, que, devido aos atrasos nos serviços o mesmo estará pronto amanhã. Ao final do dia.

Foi mais meio-dia de trabalho perdido, e a conta do parque de estacionamento (eur 2,55) lá teve que ser paga por mim, ao que se juntará mais uma conta amanhã.

Espero não haver um quarto capítulo desta "série".

JLM
publicado por GERAL às 17:02
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