Segunda-feira, 29 de Janeiro de 2007
Aborto... esse mistério incontornável
Caríssimos leitores,
Muito boa tarde/dia/noite a todos.
Até agora não tenho escrito nada sobre o aborto, tenho-me limitado apenas a ver um “chorrilho” de alarvidades e posições peregrinas sobre o assunto.
Sem querer ferir muitas susceptíbilidades e sem querer – pelo menos nesta fase inicial do texto – insultar, vamos analisar a questão do aborto da forma como EU entendo que deve ser discutida (o EU está com letra grande propositadamente uma vez que reflecte a MINHA posição).
Antes de mais, o problema do aborto é uma questão económica e de saúde que, pela sua natureza, é transversal a todas as esferas da sociedade. Em primeiro lugar, não creio que nenhuma mulher, no seu estado de juízo perfeito, vá fazer um aborto entre um café e a compra de uma blusa em saldos. A escolha de uma I.V.G. (como é fino agora dizer), para uma mulher, é algo delicado e, esquecendo casos clínicos de demência, e podem resurmir-se ao seguinte:
1. Casos de risco de saúde para a mãe e/ou feto;
2. Dificuldades financeiras sérias que colocam em risco a sobrevivência da unidade familiar;
3. Gravidez inesperada e fruto de um “namorico” ou “saída com amigas”;
4. “Ainda não ser o momento adequado...”;
5. Violação
O que leva realmente uma mulher a tomar uma decisão que é, sempre, dificil?
Situação 1: É inegável o direito de protecção da saúde da mãe e, também, evitar o nascimento de fetos que por variadas razões são vítimas de deficiências incapacitantes. Neste caso, criminoso é o médico que se recusa a efectuar esta intervenção que, assumindo uma posição de Deus Supremo, se recusa a efectuar o tratamento – sim, quer gostem quer não, é um tratamento. Ainda neste domingo, no jornal da TVI foi noticiado o caso de uma mulher paraplégica e a sofrer de vários outros problemas de saúde (inclusivé útero desviado que lhe impedia de levar uma gravidez até ao final) que engravidou por incompatibilidade entre pílula e outros medicamentos e que os médicos se recusaram a realizar o aborto no hospital (mesmo com a recomendação de vários especialistas que referiam o risco para a mãe e para o feto) tendo a senhora de ir a Espanha... Mas que raio de médicos temos? Objectores de consciência? Ou homens e mulheres que prestaram o juramento de Hipócrates? Entendo que perante situações de risco de saúde é um DEVER dos médicos e não algo para discussões morais.
Situação 2: Esta é talvez o móbil por detrás da maioria dos casos de aborto. A realidade pode ser dura mas a maioria das famílias que toma este caminho fá-lo porque não pode garantir a sobrevivência de um modo digno, dos seus filhos. Podemos tentar minimizar, podemos dizer que não mas a realidade é que a sociedade impôs regras de aceitação que passam por indices de consumo que não podem ser cumpridas por todos. A pobreza é uma realidade, não é uma estatística. O mundo moderno diz-nos que para sermos aceites no “Clube dos In” temos que ter a tv plasma, o carro, a casa, a roupa com a marca X, ir de férias para o sítio Y, jantar aqui, passar o fim-de-semana acolá, vestir os filhos com a roupa tal, dar-lhes os presentes coisa-e-quê, etc. No fundo a sociedade diz-nos que a forma de alcançar a felicidade é pelo consumo e show-off. Ora na Terra Estranha nem todos têm essa possibilidade, muitos nem têm comida até ao fim do mês, outros passam fome, são familias em que a única refeição que comem é na escola nos programas sociais de apoio e depois querem que essas mães, para quem as dificuldades financeiras são feridas abertas todos os dias não considerem fazer um aborto quando engravidam? Se já é mais do que difícil sustentar a familia, como será com mais um ou dois, ou três filhos?
Situação 3: Bem, neste caso as mulheres que me desculpem mas no século XXI já não acredito em descuidos ou coisas desse género. Aí a responsabilidade está nos dois intervenientes do acto uma vez que ele é um imbecil por, em encontros fortuitos, não se proteger devidamente... é que hoje pode ser uma gravidez mas amanhã pode ser um HIV. Quanto a ela é uma idiota chapada se não pensa da mesma maneira e não se protege. Adultos saudáveis gostam de sexo... é normal, é um acto de prazer, mas gaita! Não pensam um pouco? Nestes casos só mesmo à chapada uma vez que é uma roleta-russa... ou melhor, uma foda-russa!
Situação 4: Custa-me engolir esta, mesmo considerando o caso de mães adolescentes. Não é que seja contra o aborto, sou, sobretudo contra a estupidez e se não é o momento certo tomem as devidas precauções. A sensação que dá é que a malta fode primeiro e pensa depois! E isso irrita-me. Temos informação por todo o lado e pode-se resumir ao seguinte: os meninos têm um pilinha, que colocam no pipi das meninas, agitam-se, todos suspiram e depois saiem umas coisas que parecem girinos muito pequeninos e são uns sacaninhas a nadar direitos a umas bolas também pequeninas que estão escondidas nas meninas e depois as bolas crescem e olha! Saiem bebés... Porra! Anda tudo estúpido?
Situação 5: Neste caso acho que nem vale a pena falar muito e os cretinóides que estão contra o aborto deviam ser violados até engravidarem... eles e elas!
As razões porque sou favorável à despenalização do aborto são três, que passo a explicar:
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Livre-arbítrio → acredito no preceito fundamental da liberdade e que esta começa pela nossa própria consciência. A nossa racionalidade levou-nos pelo caminho da escolha, a cada segundo que passa tomamos decisões que alteram o nosso futuro imediato ou a longo prazo e somos nós que vivemos com o peso da nossa consciência. Desde que eu não prejudique terceiros, tenho o DIREITO fundamental de escolher o que quero – e por favor não me venham com as merdas que um zigoto com 10 dias ou um feto com 10 semanas tem consciência e é uma vida autónoma porque não é! Ainda não vi nenhum na fila do pão ou nos bancos da universidade... embora alguns abortos circulem pelos circulos do poder mas isso é outra conversa que não é para aqui chamada – e como tal acho que os outros podem escolher sobre eles.
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Inteligência → dizer que as mulheres que optam por esta via é crime é, em si mesmo, crime. Isso é uma maneira moderna de tentar chamar estupidas às mulheres que por acaso – mas só por acaso hã! Vejam lá! – são tão inteligentes como os homens. Não acredito que elas sejam “burras”, coitaditas!, e que tenham ido a uma espelunca às escondidas fazer um aborto. Sabem de uma coisa? As mulheres não têm pickles na barriga nem assim os consideram... elas sabem que são crianças, filhos que podem nascer mas que, naquele momento e sob aquelas condições, não o podem fazer. Acho que forças estas coisas (ou impedi-las) às mulheres é uma idiotice igual à imposição das burkhas, na escala de richter dos idiotas... grau 10,5!
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Governo → Todos nós temos Governo, votamos nuns tipos que supostamente ajudam-nos a viver porque o cidadão é imbecil, na perspectiva deles. Ora eu não sou imbecil, nem os outros são e eu não admito que o Governo me diga se posso ou não morrer ou se uma mulher pode ou não fazer um aborto. Se eu me suicidar, a escolha é MINHA e se uma mulher decidir seguir o caminho do aborto, a escolha é dela. Provavelmente ela até pediu ajuda ao Governo para ter uma vida melhor, para que os filhos tenham uma educação condigna, saúde gratuita, direito ao emprego, etc mas teve como resposta escolas a fechar e propinas mais caras, saúde a ser cobrada com novas taxas moderadoras e médicos que se estão nas tintas e com o aumento do desemprego. esta tem sido a resposta do Governo aos apelos dos desesperados, dos que passam fome, dos que sofrem e dos que querem apenas viver.
Tenho ouvido alguns dos debates acerca deste tema e por vezes fico chocado com o que ouço. No entanto creio que podemos facilmente identificar os defensores do NÃO e do SIM:
NÃO: Classe média-alta, alta ou muito alta, sem problemas financeiros, maioritariamente bem colocada no circulo do poder na Terra Estranha com tendências medíocres para uma moralidade hipócrita e uma falsa religiosidade. Não nos faltam exemplos na tv, na rádio e nos jornais. Usa, por norma, argumentos cretinos e egoístas e mistura ciência com moralidade faltando apenas o argumento “estive a falar com Deus a semana passada, na loja Channel, e ele disse-me que... blá, blá, blá!”.
SIM: Classe baixa, classe média e algumas franjas da média alta. A padecer maioritariamente de problemas financeiros ou pelo menos consciente da sua existência, assume uma posição moderada, deixando à mulher o ónus da decisão não se querendo intrometer sobre a consciência dela. Por normaé ateu, agnóstico ou moderado. Também consegue cativar algumas figuras publicas e poder, sobretudo de esquerda, que acham que agora é que vai ser bom, um regabofe geral em que se engravidarem alguém deixam de ter problemas de consciência.
No meio disto tudo, aparecem homens a debater acesamente um assunto que, sinceramente, não lhes diz respeito. É ver o Marcelo Rebelo de Sousa, Paulo Portas, Marques Mendes, Sócrates, Gentil Martins, Bagão Félix entre tantos outros aos berros a todos os que lhes prestam atenção (ou não) sobre este assunto. Tudo bem que alguns homens gostariam de engravidar mas a natureza não nos fez assim e por muito que apanhem no “nhóf” não engravidam... azar! Continuem a tentar!
A realidade é que este é um assunto de mulheres e nós podemos eventualmente ser solicitados a emitir uma opinião... nada mais. Além disso, considero que não era necessário um referendo para tratar disto. Se tivéssemos um verdadeiro Governo, limitava-se a modificar a Lei sobre a penalização e acabava-se isto. A realidade é que a problemática do aborto é essencialmente económica (para as mulheres que não podem sustentar a sua familia, para as clinicas abortivas, para a Indústria farmacêutica mais as suas pílulas do dia seguinte, para as parteiras clandestinas e médicos com ou sem escrúpulos, etc) e por muito lamentavel que isso possa parecer deixe-mo-nos de cinismos e hipócrisias.... é assim que o mundo é feito: és julgado pelo que tens, não pelo que és!
Uma última palavra acerca da Igreja. Eu entendo a posição da Igreja, na sua vertente mais global. A Europa está envelhecida, decadente, a cair de podre onde os jovens nem têm hipótese de sobrevivência. Cada vez há menos nascimentos, é necessário sangue novo se a Europa quer seguir em frente. Esta é a preocupação fundamental da Igreja... mas por amor do Senhor!! Arranjam cada besta e cada argumento para falar que mais valia estarem calados. Para além disso não basta existirem mais jovens se os velhos tubarões que estão sentados nos seus poleiros de lá não saírem... jovem ou não, se tiveres o azar de nascer numa familia fora do circulo do poder... estás fodido! E mais não digo, por agora...
Um abraço
MS
Sexta-feira, 26 de Janeiro de 2007
Alarvidades soltas... ou a vã glória de pensar!
Caríssimos leitores,
Muito boa tarde/dia/noite a todos.
Hoje é dia de escrever apenas algumas notas soltas sobre uns temas que julgo pertinentes e dignos da vossa reflexão.
A Terra Estranha está cada vez mais estranha e cada vez mais digna de ser vilipendiada pela estupidez acumulada. Vejamos alguns exemplos:
1. Ouvi hoje na TSF que os professores que se manifestaram, na Madeira no passado Outubro contra Sócrates – que lá tinha ido na qualidade de Secretário-Geral do PS começaram hoje a ser chamados à PJ para prestar declarações. Sobre este caso vejamos alguns pormenores dignos de uma obra Kafkiana:
a. De acordo com os iluminados da geração do temível 25 do 4, uma das vitórias do “dia da liberdade” foi a liberdade de expressão e o direito livre dos cidadãos se manifestarem. No tempo do Botas, três pessoas a falarem numa esquina era conspiração mas parece que, quase 33 anos depois, estamos perante o mesmo cenário. Questiono-me se a diferença, actualmente, será que para ser conspiração não são três pessoas mas sim cinco ou seis... talvez sete?
b. Como é que é possível – sem criar problemas de dupla personalidade graves – alguém sair de Lisboa 1º Ministro, chegar ao Funchal como Secretário-Geral de um partido e exigir que não lhe façam perguntas acerca dos mais variados assuntos? Mistérioooo!!!
c. Aparentemente os desígnios da Constituição Portuguesa sobre a liberdade entraram na gaveta, nesta nova era de modernismo e modernidade, semelhante ao tempo dos romanos... eu diria! Deve ser do choque tecnológico...
2. Ouvi, também, na TSF que está a ser feita uma investigação aos directores da Função Pública acerca da sua”promiscuidade” no sector privado como Formadores, Consultores e autores de manuais de formação, sobretudo na Industria Bancária. Parece que o Teixeira dos Santos, esse grande profissional, ficou um pouco surpreendido pelo facto dos seus próprios funcionários estarem a ensinar a quem lhes pague meia-dúzia de patacas. Deixem-me lá ver uma coisa... parece que alguns desses “meninos de coro” ganham cerca de 25.000 euros por ano nessas actividades... é!, sai mesmo barato comprar um Director-Geral das finanças para ensinar os “pobres” dos bancos acerca da melhor forma de fugir a impostos. Agora entendo porque é que existem alguns rumores acerca de corrupção neste País... mas são apenas rumoras, nada mais... Já não basta o facto de estarem a cometer uma ilegalidade dada a incompatibilidade de funções como ainda são aqueles que supostamente “caçam” os prevaricadores do fisco, que os ensinam a prevaricar em toda a sua plenitude! Hummm, será corrupção? Ainda não sei... acho que vou meditar um pouco sobre o assunto. É que se calhar os tipos estão a fazer isto por engano e eu estou a ser mauzinho... quem sabe?
A terceira nota que gostaria de deixar tem um cariz mais global... esta coisa das novas tecnologias é assim... um assombro... a aldeia global, sabe-se lá!
3. Dados publicados pela OIT – para quem não sabe, são uns palermas que dão pelo nome de Organização Internacional do Trabalho – mostram que 2006 foi mais um recorde de desemprego. Registaram-se, por dados oficiais, 196,5 milhões de desempregados, 40% dos quais são jovens entre os 16 e os 24 anos. Curiosamente, 2006 foi o ano em que a economia mundial cresceu 5%. Ora deixem lá ver... dizem os génios, como o Teixeira dos Santos, que as economias precisam crescer para poderem gerar empregos e riqueza... mas parece que alguém se enganou... “atão” a economia cresce 5% e o desemprego também aumenta??? Mas isso não contradiz o génio do Teixeira dos Santos? Vamos lá recapitular: a economia cresce, há mais dinheiro, novos mercados, novos produtos, mais emprego, mais riqueza.... logo menos desemprego! ou não? A sério, estou confuso... é que segundo os dados o que aparece é: a economia cresce, há mais dinheiro, novos mercados, novos produtos MAS menos emprego, riqueza acumulada em menos pessoas... logo mais desemprego! Mas afinal quem é que entende os economistas? Se dizem que crescimento = emprego porque é que quando vão aplicar as suas teorias dá crescimento = desemprego? Afinal o que conta? Eles afinal têm teorias ou andam apenas a inventar coisas sem coerência para justificarem os empregos?
Hoje vou ficar por aqui mas se alguém me souber explicar algum dos acontecimentos acima mencionados agradeço... é que por vezes tenho a sensação que vivo numa outra dimensão, algo entre a completa cretinice e a estupidez galáctica... mas sou só eu... sei lá!
Um abraço
MS
Quarta-feira, 24 de Janeiro de 2007
Aborto = Prisão, SIM ou NÃO! Eis a questão!
Saudações!
Regresso a este tema. O título diz tudo, ou devia dizer, mas há semelhança do que se tem passado na Terra Estranha, é capaz de haver imbecis que, ainda, não perceberam o que está em causa. O que tenho ouvido, nos últimos dias, na comunicação social é, no mínimo, aberrante.
Meus caros, estamos no século XXI, supostamente a maioria da população não é analfabeta, já dispõe de alguma cultura e capacidade de análise, no entanto continuo a ouvir e a ler alarvidades dignas dos tempos da Idade Média, quando o obscurantismo iluminava as mentes incautas dos cidadãos dessas épocas.
Supostamente o que se pretende referendar é a alteração de uma Lei, mais especificamente, um artigo do Código Penal. Que criminaliza a mulher se fizer um aborto antes das 10 semanas. Até aqui parece perceptível.
Não se pretende obrigar ninguém a fazer aborto ou qualquer outra imbecilidade do género.
Bom, parece claro. Errado!
Comecem por olhar para os cartazes dos adeptos do Não, verdadeiros hinos à hipocrisia. Segundo um cartaz do Não, os impostos não servem para pagar abortos, portanto o problema não é o aborto em si e as razões de tão radical solução, mas sim o facto dos impostos poderem servir para resolver, pelos vistos considerado para muitos, um problema com origem sexual, que, por acaso, até é principalmente de Saúde Pública.
Portanto, isto quer dizer que os dinheiros públicos devem servir para pagar:
- Enterros,
- Internamentos derivados de um aborto mal sucedido e clandestino,
- Estadias na prisão,
- Incentivar a ilegalidade e a criminalidade,
- Incentivar negócio obscuros,
Etc, Etc. E não questões relacionadas com a Saúde Pública. Realmente o importante neste assunto é – Para onde vão os impostos que pago? O quê? Financiar galdérias? Nem pensar!
Questões como o acompanhamento do problema por técnicos de Saúde e de Acção Social que, realmente, podem fazer a diferença entre o abortar ou não e em que condições se aborta, isso não interessam nada. São meras questões de pormenor.
O que interessa é: O imposto e o que se paga por um aborto, no imediato. Tipo supermercado: “Olhe se faz favor, era um abortozito, mas veja lá, baratinho….”.
Mas, afinal, o que é que sai mais caro? O aborto clinicamente assistido em hospitais ou feito na sarjeta? Para quem não sabe, existem estudos que comprovam, isto para os adeptos das questões monetárias, que o aborto clandestino, mal feito, sai 4 vezes mais caro ao erário público, do que se fosse feito, em condições, nos hospitais. Isto é apenas a ponta da meada.
Mas esta gente não se fica por aqui! há mais! Pois! O grande argumento, a Vida Humana! O coração que já bate! Extraordinário, esta então atinge os píncaros da nojice intelectual.
Como é que é possível quererem que as pessoas acreditem, que realmente andam tão preocupados com um feto de uma “barriga” alheia, que nunca viram e para a qual se estão, simplesmente, a “evacuar”, se nunca, na porca da vida, fizeram a ponta de um “chavelho” que marque, efectivamente, a diferença neste tipo de decisões?
Ou seja, temos resmas de pobres, mendigos, pessoas a passar fome, que vivem em condições de indignidade humana, mas têm de acartar com mais uma boca, porque, segundo alguns defensores da vida, é importante que a o feto nasça para ser mais um a mendigar nas agruras da sociedade “protectora dos animais”.
Já sem falar naquelas espécies de seres humanos (pelo menos são aparentados) que têm como hobbie o espancamento, ou outros interessantes derivados (neste campo a imaginação é fértil), diário dos filhos, enteados ou qualquer outra coisa de menor idade, mas que vêm muito cinicamente defender o direito à atrocidade, quer dizer, à vida e condenar as mulheres que se vêm confrontadas com esta horrível solução.
Aliás, neste ponto vou só fazer um parêntesis, Porquê que é Só a Mulher que é Condenada? Por acaso produziu o feto sozinha? Não terá tido ajuda? Se calhar estou a ver mal a coisa. Pode dar-se o caso de elas terem ido a um banco de esperma e…zuca ….Toca a engravidar, “agora vou fazer uma aborto por gozo ou, sei lá, é uma experiência como outra qualquer…”. Brincalhonas….
Deixo aqui uma sugestão aos líderes dos movimentos pelo SIM, comecem a dizer que são pelo Não, mas na condição do homem também ser criminalizado em condições idênticas à da mulher. Estou convencido de que a Lei nem iria a referendo, era logo alterada. Erradicada de vez.
Ainda neste parêntesis, aproveito para perguntar, porque carga de água é que uma mulher, ou o casal, quando engravida, deixa(m) de ser senhora(es) do(s) seu(s) corpo(s) e das suas decisões? Quem somos nós para impormos seja o que for? Não será o casal livre de pensar e de decidir por si mesmo?
Continuando, ainda nos meandros da comunicação social, neste fim-de-semana vieram cá umas senhoras, Norte Americanas, a convite de um Movimento pelo Não, em representação de uma associação de mulheres que, apesar de já terem abortado, defende a criminalização do aborto. Alegam as senhoras, que só abortaram porque podiam, se fosse crime não tinham abortado. Foram induzidas para tal. Para estas senhoras, o mal foi feito por culpa do Governo que não as proibiu.
Confesso que fiquei perfeitamente atónito e estarrecido com este argumento. Então as imbecis não sabem pensar pela própria cabeça? Ou seja, as estúpidas (que não têm outro nome) vivem num país livre, com liberdade de expressão, liberdade de informação e de escolha, vêm-se queixar dessa liberdade, porque não sabem o que fazer com ela, nem sabem tomar decisões. Então, o Governo é que têm a culpa? Isto é, no mínimo, aberrante.
Sinceramente, não deviam ter sido elas abortar, deviam ter sido as mães delas. Parir filhos sem cérebro é considerado uma deficiência e, nestes casos, clinicamente, é-se aconselhado a abortar.
E a estrema direita Francesa? Bem, para esses até se compreende. Porque se a Lei viesse com retroactivos, desapareciam da face da Terra.
Adiante!
E as figuras Públicas, os denominados líderes de opinião? Neste ponto, esta campanha atingiu o patamar máximo da incongruência. Basta ouvir o Sr. Professor Marcelo Rebelo de Sousa, para ele as mulheres que recorrem ao aborto não devem ir presas, MAS vai votar Não à alteração na Lei que as criminaliza e as envia para a prisão. Isto faz sentido, portanto, deixa cá ver se percebi: “sou contra o facto de as mulheres irem presas, tenho oportunidade de mudar isso, basta votar no sim neste referendo, Mas vou votar Não”. CONTINUO SEM ENTENDER ESTA LÓGICA.
Devo ser completamente obtuso, isto deve ser coisa de professores universitários, muito doutos nestas matérias.
Por falar em píncaros da imbecilidade, temos os fervorosos, pelos menos intitulam-se (pode levar a dúvidas, muito legitimas), defensores e respectivos membros do clero, em suma: os sacerdotes. Estes são o cúmulo de tudo o que é hipócrita.
Em primeiro lugar, supostamente, são virgens. Portanto, podem, à vontade, falar de um assunto que nem sequer fazem a mínima ideia do que é na prática. Ou pelo menos não deviam saber, ou será que sabem?
Por detrás das batinas, também, existem homens e mulheres, que já cederam, ou cedem, à tentação, mas quantos o assumem? Pior, quantos O Já Financiaram?
Pois é! Mas são os primeiros a comparar o aborto, sem se preocuparem com o que pode estar por detrás dessa decisão, com assassínio ou com a pena de morte. E a História? Ainda se lembram da Inquisição? Aí os corações que batiam já não eram importantes? Ou os inúmeros fetos encontrados num certo poço, que existe num túnel, supostamente secreto, que liga dois conventos, um de freiras e outro de padres, nestes casos os corações, também, não batiam, não é verdade? Ou o actual estado de escândalos encobertos que tanto tem abalado o Vaticano?
Por falar em Vaticano, somente o Estado mais rico do mundo, o que faz com a sua riqueza? Com certeza que se dedica, somente, a ajudar os mais carenciados e os mais oprimidos. De certeza! Será que não podia ajudar mais quem descarrila nas teias da vida?
E pior, estes energúmenos de Deus, isto no mínimo prova que existe o Diabo, ainda recorrem a ameaças aos fiéis que não votarem no NÃO. Viva a democracia e a liberdade de expressão. As pessoas são livres de fazerem o que quiserem, desde que façam o que eles disserem.
De facto, extraordinário!
Outro aspecto peculiar disto tudo, a mente popular. Apesar do que se sabe, do que se tem dito, da informação que tem circulado, das campanhas, etc, ainda existe quem pense, sendo este talvez o grande argumento do Não, que a não criminalização deste acto vai levar a que as mulheres desatem a “copular que nem umas doidas” e a fazer abortos “por dá cá aquela palha”.
Isto é Fantástico! Verdadeiramente digno de Maquiavel.
Este argumento é o maior atestado de estupidez que já foi passado a alguém. Existe mesmo a ideia de que se não houver repressão, prisão ou condenação, o povo (nós todos) vai desatar numa euforia de sexo. Orgias, Bacanais, sexo descontrolado, de qualquer forma e de qualquer maneira. Portanto, só estamos à espera, tipo atletas dos 100 metros, que alguém de o “tiro de partida” para desatarmos a “Fod…..” tudo e todos.
Depois, toca a ir em “bicha” para os hospitais abortar. Pelos vistos, abortar deve ser giro, fixe, porreiro. E ir para os hospitais também deve ser “altamente”. Tipo: “Olha fui de férias ao hospital para abortar, era isso ou ir à Bola ver o Benfica a perder.”.
Isto é mesquinho, baixo, alarve…….Acho que não existem palavras ou expressões suficientemente desagradáveis para rotular este pensamento. Estes animais julgam os outros por si. Ninguém pensa que se calhar é uma solução tremenda para quem faz. A última decisão que queriam ter de tomar. Nãããã!
O importante é condenar a prática sexual. Porque será? (Se calhar vivemos num país de gente mal “Fod….” e como mesquinhos, invejosos e frustados que são toca a chatear os outros: “Se eu não levo nada, os outros também não podem levar….).
No fundo, esta Lei, é um garante da Ordem e dos Bons Costumes sexuais, da abstinência, d’“a cópula só para fins reprodutores” (é por isso que o negócio do sexo anda na falência, não é?), virgens para o casamento (só se for nas orelhas), entre outras.
Mas não só, garante igualmente, de forma sub-reptícia, a descriminação de classes. Uma vez mais a classificação financeira da sociedade. Existem aqueles que, têm posses, vão ao estrangeiro e resolvem os seus assuntos fora do país (normalmente em países civilizados, o que não é o nosso caso, como prova esta questão). E existem aqueles que, não tendo dinheiro, têm de se sujeitar às regras locais. Só porque não têm dinheiro.
Em resumo, a questão da despenalização do aborto trouxe a lume o que de pior existe nesta sociedade. Começo a achar que o Não vai ganhar.
Pior cenário é difícil.
Vou concluir, no dia 11 de Fevereiro não se esqueçam de ir votar, de preferência no SIM, pela simples razão: acabar de vez o aborto clandestino. Possibilitar as mulheres de opções e de condições, sem ser pela via ilegal. Porque, não tenham dúvida, independentemente do resultado, vão continuar a haver abortos. E SEXO.
RdS
Segunda-feira, 22 de Janeiro de 2007
Os juízes e o apocalipse!
Caríssimos leitores,
Muito boa tarde/dia/noite a todos.
Estava eu sentado a ver TV quando, de subito e após ter ouvido uma notícia, fui atacado por uma revelação.
A notícia era acerca do Luisão, essa grande figura proeminente da cultura portuguesa, ter sido apanhado com excesso de álcool numa operação stop da GNR. Para além dele foi também apanhado um tal de um pressuposto actor de novelas portuguesas.
Ao que parece, apanhados com excesso de álcool foram levados a tribunal onde, após entrevista com o juiz saíram com a coima monetária (que para eles parece uma ridicularia) e umas horas de trabalho comunitário. Até aqui nada de mais excepto que outros condutores apanhados no mesmo dia, no mesmo local e em condições semelhantes levaram a coima monetária (convém contribuir para os cofres do Estado) e ficaram com a carta apreendida porque, afinal, eram criminosos. Mais curioso ainda é que o juíz responsável por tão momentosa “igualdade” de decisões era o mesmo.
As perguntas que faço são muito simples: A lei não é igual para todos? Que tipo de juízes temos na Terra Estranha?
A primeira é fácil de responder: NÃO! Não é igual nem nunca será. Basta ver o comportamento dos “supostos” importantes deste país para verificar que a Lei tem sempre 2 pesos e 2 medidas, isto é, existem aqueles que usam e abusam, são perdoados, processos arquivados, etc e há aqueles (leia-se contribuintes) que apanham por eles... e pelos outros. Aliás basta ver a mania que existe neste país de exclamar “Você sabe com quem está a falar?”
Dá sempre vontade de responder: “Desculpe, mas não quem é?? Ó homem, vá tratar essa amnésia!”
Quanto ao tipo de juízes, aí também é fácil responder: São filhos de outros juízes que não têm a minima noção do mundo que os rodeia, irresponsáveis perate a lei que utilizam e que normalmente perguntam “Você sabe com quem está a falar?”
Incomoda-me particularmente a questão de serem irrsponsáveis face às decisões que tomam. Isto é o mesmo que dizer que esses animais podem decidir o maior disparate, perfeito parecer de incompetência, lixar a vida ao infeliz que está à sua frente sempre afivelando um sorriso beatífico que nunca poderão responder pelas suas incompetências, erros ou, quiçá, inerente filho-da-putice.
Caso aconteça algum “erro”, encolhem os ombros e dizem que o cidadão tem direito a recurso. Pois..... mais 10 anos de processo em tribunal, prisão preventiva, etc, para se chegar à conclusão que afinal o juíz era uma merda!
Mais grave ainda é que na Terra Estraha existem algumas classes que se escapam sempre à divulgação das suas incompetências. Quantos casos é que sabemos, por meio da Comunicação Social, de um juíz que foi considerado incompetente, um verdadeiro animal... ou de um médico que matou o paciente porque estava com um bebedeira?
Este processo alargado de desresponsabilização não pode ser centralizado na população tuga – como a maioria da comunicação social e classe política quer dar a entender – mas é, isso sim, uma maldição da Terra Estranha. Para além do mais, como em qualquer comunidade animal, os mais fracos emais abaixo na “cadeia alimentar” do grupo seguem o exemplo dos seus pares superiores e temos que admitir que os exemplos que nos chegam da parte de quem nos governa são do mais vil, baixo e carregado de desrespeito que podemos assistir... sem vomitar!
Mas voltando ao caso Luisão: de acordo com informações veículadas (se são verdade ou não, isso é outra coisa) o argumento de Sua Excelência A Besta do Juíz foi o facto de quer o Luisão quer o actor são figuras públicas e, como tal, dignas de serem protegidas quando, na realidade, por serem figuras públicas os deveriam tornar exemplos. A mensagem que esse animal acéfalo do Juíz transmitiu foi que quem aparecer na televisão ou jornais mais do que cinco vezes pode muito bem fazer o que quiser pois já é conhecido e não vá dar-se o caso de ficar chateado... coitado.
Há ainda outra coisa em relação a este caso que me chateia: se um habitante anónimo da Terra Estranha comete algum crime o seu nome, de repente, aparece nos jornais mas quando uma “coisa” incapaz, incompetente e sem escrúpulos como o juíz deste caso faz o que fez, o seu nome nunca aparece. Eu acho – mas sou só eu – que o nome da alimária devia aparecer para que toda a gente – vizinhos, amigos, merceeiros e colegas – ficassem a saber que tipo de besta é essa pessoa.
Caso venha a acontecer algum juíz ler estas linhas, esteja descansado, envie um e-mail que eu terei todo o gosto em dizer quem sou e onde moro... não é por mais nada, é que eu não lhe reconheço qualquer tipo de autoridade para me julgar... ele apenas tem uma série de polícias atrás que mepodem bater ou prender em seu nome uma vez que, por norma, os juízes são cobardes e mesquinhos que se escondem por detrás de um manto de poder que nunca fizeram nada para merecer, quanto mais respeitar...
Um abraço
MS
Segunda-feira, 15 de Janeiro de 2007
Ser Mau PAI!
Ora viva meus amigos, hoje venho falar de um tema menos virado para as lides da gestão e do contexto sócio-económico do país, mas talvez muito mais profundo e importante – Ser Pai.
Quem sou eu para vir aqui dar lições ou para sugerir comportamentos a ter com os filhos, mas sou pai, tenho dois olhos na cara e não consigo ficar indiferente a determinadas “coisas” que vejo.
Este registo vem a propósito de um mail que me chegou à caixa do correio, com um artigo de uma senhora que defendia o facto de ser “Boa Má Mãe”.
Boa Má Mãe!
Isto é complicado, contraditório, no mínimo absurdo.
Vou só explicar um pouco mais, ela enaltecia o facto de ter sido “Má” para os filhos com o objectivo de os educar melhor. Esta senhora dava resmas de exemplos: chapadas, castigos, invocar o “não”, oferecer outros produtos aos filhos em vez daquilo que pediam, não ver televisão, não jogos de consolas ou PC, não sair, obrigar a estudar, obrigar a cumprimentar os velhos, não dar doces, entre outras “atrocidades”.
Mas, no fim, os filhos cresceram bons e sãos, verdadeiros exemplos a serem seguidos. Segundo ela. Não está arrependida de nada, antes pelo contrário, foi Bom ser Má.
Isto é apenas um resumo, deturpado e propositado. A megera, quer dizer, a “Boa Má Mãe” gabava-se de realmente ter conseguido, com a força bruta e a intransigência, educar primorosamente os filhos. Mais, defendia que para se ser um bom progenitor tem de se ser “mau” para os seus rebentos.
Pois, lindo!
Só não percebi o que ela considerava de “boa educação”, “crescerem bons e sãos”, nem de “serem um bom exemplo”?
Será que as mães do Hitler, Pinochet, Mussolini, não gostavam também dos seus filhos? Será que elas não acharam que os educaram bem? Não serão eles, também, exemplos de sucesso?
Bom, parece que tudo depende do ponto de vista de cada um.
Eu sou um “Mau Bom Pai”: deixo ver televisão, deixo jogar jogos de consolas e PC, brinco, leio histórias, acompanho os estudos, dou brinquedos, dou miminhos, dou doces, raramente me zango, preocupo-me em lhe proporcionar experiências agradáveis, evito obrigar a cumprimentar adultos, etc.
O que é curioso é que todas as pessoas gostam da criança, tem tido sucesso na escola, dá-se muito bem com os pais, com os avós, com os amigos, é sociável, é feliz e tem muitos valores já incutidos como: a justiça, os maus-tratos, a generosidade, a partilha, o conhecimento, etc.
Engraçado não é?
Eu sou, na opinião desta senhora, um péssimo pai, mas o meu rebento também está educado e, pelos vistos, no bom caminho.
E no futuro?
Provavelmente os filhos da megera, ops, da autora do artigo vão ter muito mais sucesso, pois já estão preparados para a “selva” da sociedade em que vivemos. Ela se calhar tem razão, há que desde pequeninos ensinar como “ser filho da puta”, a “pisar os outros, com educação”, a “ser o primeiro a todo o custo”, a “fazer as “coisas” pela calada”, enfim a sobreviver.
Pelo meu lado, só quero a felicidade. Será pouco?
RdS
Sexta-feira, 12 de Janeiro de 2007
Despenalização do Aborto.
Cumprimentos!
Estamos em plena época de mais um referendo. Será que desta vez os habitantes desta Terra Estranha vão-se dar ao trabalho de irem colocar a cruzinha?
Já agora coloquem no SIM!
Não tenham medo, a Lei não vem com retroactivos.
Serve apenas para acabar com a hipocrisia de se penalizar algo que é feito sem as mínimas condições.
Este assunto merece um pouco mais de detalhe, debrucemo-nos um pouco sobre o Não.
Como é que ainda, em pleno século XXI, temos alimárias supostamente pensantes que são contra a despenalização de quem faz um aborto?
Devem pensar que quem procura esta solução tem um certo prazer ou que é completamente destituído de tudo o que são valores humanos. Ou então, este é o verdadeiro pecado, a pessoa andou a “brincar” aos “papás e às mamãs” de forma descuidada e com qualquer um.
Era só o que faltava! Pensam que podem andar a fornicar como coelhos por aí?
Isso não pode ser! As sagradas escrituras proíbem! A cópula é só para reprodução! O resto é luxúria, Má Vida!
O mais vulgar é ouvir-se dizer: “São umas putas! Umas galdérias!”
Pois bem, lamento, mas a realidade não é assim. Quem tem o desprazer de ter de recorrer a esta solução não é por gosto ou por outra qualquer razão absurda que, normalmente, as mentes depravadas condenantes pensam (esta gente pensa mesmo?).
Mas o curioso disto tudo é que muitos dos que são a favor do Não até já passaram por esta situação e, pior, alguns até a originaram e a financiaram. Sabe-se lá em que condições e com que resultados.
Pois é, a hipocrisia no seu melhor!
Mas mesmo assim, lá andam, em movimentos supostamente vocacionados para a “vida”.
Outra chalaça engraçada. Vamos defender a vida! Mas durante o resto das nossas vidas borrifamo-nos (para ser mais realista devia dizer – cagamo-nos) para os outros. Quando vemos um mendigo, afastamo-nos para o outro lado do passeio; quando despedimos 300 ou mais trabalhadores, dizemos: azar! São as leis do mercado; quando vendemos armas, dizemos: as armas não matam, o que mata é o homem; quando vemos famílias a passar fome, dizemos: vai trabalhar vagabundo, mas se ele for à procura de emprego dizemos: lamento, mas o senhor não tem habilitações suficientes; quando vemos a merda em que esta sociedade se tornou, ouvimos: “foi vontade de deus”.
Mas entranhando mais um pouco nesta nojice do Não, vamos só tentar entender como funciona o cérebro de um apoiante deste movimento:
Portanto, ele ou ela quando sabe que houve um aborto deve pensar (ou algo semelhante a pensamento, provavelmente será mais um tipo de cólica intelectual, os neurónios de repente tiveram um pesadelo) em algo do género: “Puta! Andou a fornicar (isto para não recorrer ao palavrão) de qualquer maneira e agora quer ver-se livre do empecilho. Desgraçada, só pensa nela, só pode ser para não ficar com barriga. O que ela quer é andar metida com homens. E a criança? Galdéria!”.
Portanto, para estas pessoas não existem outras razões. Mesmo as questões financeiras são minimizadas. Por exemplo: “Onde comem 10 comem 11! Vão trabalhar!”.
Isto é profundo!
Supostamente, preocupam-se mais em condenar a prática sexual e os recursos financeiros, escudando-se na nobre virtude do valor da vida humana, do que em resolver os problemas, as causas ou as razões de tal acto. O que é que essa gente faz?
DIZ NÃO À DESPENALIZAÇÃO DO ABORTO.
Ponto final! Como grande solução apontam: ABSTENÇÃO, sexual! Isso sim é importante. De resto não fazem mais nada.
Enfim, abstenção sexual, vale a pena comentar?
Hum! Por agora chega. Fica para outro artigo.
Deixo só um último suspiro. Domingo, dia 11, vão votar. A abstenção é pior ou igual ao voto no Não.
RdS
Sexta-feira, 5 de Janeiro de 2007
Combustível ou Imposto?
Saudações!
Estou convencido que o meu carro não se move a gasolina / gasóleo, usa um outro combustível muito mais caro. Por acaso o ponteiro da gasolina / gasóleo mostra que algo entrou no depósito, mas ainda assim acho que não mostra tudo.
Estava a ler um artigo e deparei-me com o seguinte:
Para simplificar usemos o seguinte preço da gasolina: 1,209€ por litro (digamos que é o valor médio que pagamos por litro de gasolina).
Daqui 21% vai para o Estado, IVA.
Tendo em conta que o ISP corresponde a 0,558€ por cada 1 € de gasolina, o que compramos de gasolina por litro corresponde sensivelmente a 0,44€.
Ou seja, quando compramos 1 litro de gasolina, na realidade só está a comprar 36% do produto o resto consome-se em impostos, 63% (ISP + IVA).
Usemos o gasóleo, quando compro um litro de gasóleo, na realidade estou a comprar 44% de produto e 56% de imposto.
Já agora uma curiosidade: Temos o ISP e o IVA neste produto, ou seja, estou a pagar imposto sobre o imposto. Ou seja: Na gasolina, 10% do preço por litro corresponde a imposto sobre imposto. No gasóleo é de 7,24%.
Em resumo, o meu carro não anda a combustível, ele move-se a IMPOSTO, diluído com gasolina ou gasóleo, mas penso que estes 2 últimos componentes são apenas aditivos. O que pago mesmo é imposto.
RdS