Bom dia aos habitantes da Tugolândia
Confesso que não gosto, nunca gostei, nem nunca irei gostar dos chamados "reality shows". Desde que essa praga apareceu com o felizmente longínquo "Big Brother" (George Orwell deve andar a dar voltas no túmulo ao saber que esta expressão andou a ser utilizada para estes fins) que o nível da já pobre televisão que temos tem descido, algo que pensava ser impossível.
O programa "Os grandes portugueses" acaba por ter parecenças com os reality shows, nem que seja pelo facto de estarmos perante personagens que estão sujeitas a votações. Mas tenho que confessar que apesar de não gostar do formato, ou mesmo do fim do programa em si, que é menos mau do que os restantes que podem ser classificados neste tipo de programas.
Escolher os grandes portugueses acaba por ser uma réplica do que já foi feito em diversos países do mundo em relação aos seus grandes. Com a diferença que em muitos desses países as personalidades escolhidas, ou muitas delas, serem de facto conhecidas a nível mundial ou quase. Em Inglaterra, estavam sujeitos a votação nomes como o de Winston Churchil, John Lennnon ou Shakespeare. Nos Estados Unidos uma série de presidentes desse país. Em França nomes como os de Luis XVI, De Gaulle ou Cousteau.
Em Portugal temos os nomes que temos. Para consumo interno, tirando talvez o Vasco da Gama. Já havia falado nisso num texto que escrevi denominado de "embaixadorzinhos" em que opinava sobre o verdadeiro grau de (re)conhecimento que Portugal (não) tem no estrangeiro, quer por falta de produtos/marcas/características da nossa nação, como principalmente da falta de "ícones universais"que temos a diversos níveis que vão da política ao desporto passando pelas artes, ciências e coisas afins.
Mas adiante,, falemos então dos 10 nomes finais escolhidos para a escolha do Grande Português de todos os tempos. A ordem é aleatória.
Fernando Pessoa - Um dos mais famosos poetas portugueses com direito a estátua no Chiado à qual os turistas acham graça sem perceberem muito bem de quem se trata. Autor de várias obras utilizando diversos heterónimos. Segundo parece, tinha pancadas das grandes. Reputação estrangeira - quase nula.
Camões - O mais famoso poeta português, que zarolho e a nadar com apenas um braço, conseguiu salvar o manuscrito mais famoso da história da literatura poética portuguesa - os Lusíadas. O nosso presidente da república não sabe quantos "cantos" a obra tem. O resto do mundo também não.
D. João II - O rei português que "os teve" no sítio. Empreendedor, visionário e instigador de grande parte das descobertas portuguesas. O mundo talvez não o saiba. E julgo que grande parte dos portugueses também não.
Marquês de Pombal - A obra mais visível deste senhor é a baixa pombalina que teve que (re)construir em virtude de um terramoto, ou seja, se o terramoto não tivesse existido, provávelmente não teríamos ouvido falar dele e não haveria direito a estátua na Rotunda, se bem que tenha também sido um gajo com "eles no sítio" e dos poucos que tentou remar contra a tristemente famosa sina portuguesa do coitadinho. Mas enfim. Para além da baixa, ainda fez algumas baixas na população que não estava propriamente de acordo com as suas ideias, muito "Stalin Style" portanto. Dizem os entendidos que foi o ministro europeu mais revolucionário do seu tempo em toda a Europa, mas eu ainda não tive o prazer de ver um estranja a olhar para a estátua e dizer outra coisa que não "mas quem é o domador de leões lá em cima?"
Aristides de Sousa Mendes - Para mim um herói, mas por estranho que pareça, e ao que sei, não tem direito a estátua ao contrário do Eusébio (já agora, sendo Portugal um país tão futebolísticamente dependente, até acho estranho a "pantera negra" não estar presente na eleição dos 10 mais). É sobejamente conhecido no entanto em Israel onde tem direito a nomes de ruas e a estátuas. Salvou cerca de 30.000 judeus da chacina nazi. Não há dinheiro em Portugal para restaurar a casa onde viveu. Salazar que consta no role dos 10 mais não gostava muito dele;
Salazar - Já que falei nele...filho da puta que governou em regime de ditadura o país durante 42 anos. Teve o mérito (ou demérito - vide plano Marshall para os países afectados pela 2ª grande guerra) de não envolver Portugal na guerra mundial. Envolveu depois Portugal em outras guerras nos agora PALOP's. Era teimoso, sovina e não tinha visão. Não é o que se chama de figura consensual, mas ao que parece há ainda quem goste e se lembre dele ao ponto de o pôr a figurar nesta galeria
Álvaro Cunhal - complementar ao anterior, ou seja, filho da puta que dizem que lutou pela liberdade quando o que ele queria era instaurar um regima ditatorial "de esquerda marxista" em Portugal. Quase que o conseguiu através do Gonçalvismo, mas felizmente para nós houve uma coisa chamada de 25 de Novembro que devia ser tão feriado nacional quanto o 25 de Abril é. E não me digam "Olhe que não";
Vasco da Gama - descobriu o caminha marítimo para a India atravessando o Cabo das Tormentas e navegando Indico acima até Calecut. Ajudou a fundar umas feitorias aqui e ali. Tido como o homem mais famoso das descobertas portuguesas, e com ampla representatividade nominal nos dias de hoje em coisas tão distintas como aquátrios e pontes com o seu nome. Gostava de bater nos indianos e trouxe bué de especiarias para a Europa ajudando Lisboa a tornar-se um dos mais importantes pontos do mercantilismo europeu da altura;
Afonso Henriques - Ajudou a criar um país batendo na mãe e nos mouros ao mesmo tempo. Uma facção importante de habitantes da nossa terra lamenta a sua existência por pensar que Portugal estaria melhor se não fosse mais que uma província autónoma espanhola, ao jeito da Catalunha;
Infante D. Henrique - Reconheço grande mérito pelo sua visão e por ser o grande impulsionador do período mais aureo da história portuguesa - os descobrimentos. Mas tinha mesmo que ser rabeta?
Ou seja, entre políticos, descobridores, diplomatgas e poetas haverá um que será escolhido como o grande português entre os grandes portugueses. Como já referi e tenho vindo a referir, a noção de grande deve ser levado à nossa escala uma vez que a quase totalidade da fama dos nomes acima é quase só para consumo interno, da mesma forma que os hoje-em-dia-chamados-de-famosos são os que aparecem em reality shows chamados de "Big Brother Famosos" e em capas de revistas de gosto (muito) duvidoso. Enfim, é o que temos, e já tenho que me dar por contente por não aparecerem aqui nomes como o do Cláudio Ramos, da Lili Caneças, do Figo, da Floribella, do Zé do Telhado ou do 3 beiços...mas já não poderei estar muito contente de encontrar nesta lista dos "grandes" verdadeiros filhos da puta" como o Salazar ou a sua antítese política (daquelas que "muda o balde que a merda é a mesma") Álvaro Cunhal.
A minha escolha? Entre o D. João II, o Aristides, o Infante D. Henrique ou o Vasco da Gama que apesar de tudo, parecem-me ser os mais consensuais e os que, apesar da fama, fizeram menos merda. Isto para além claro está de considerar como grande portuguesa a minha filha de 5 anos.
Por ultimo, estranho a falta de um nome aqui que teria o meu voto. Nós não temos no mundo inteiro, e do pouco que sei, nomes de terras, de cidades, de paisagens, de montanhas, de "whatever" , ligados a personagens históricas portuguesas. De facto não conheço nenhuma "cordilheira da Gama" ou "Cunhalândia" entre outras milhares de hipóteses de baptismo institucional. Não temos? Temos sim. Temos o famoso estreito de Magalhães, homenagem feita a Fernão de Magalhães, português que (quase por si) deu a primeira volta ao mundo. Morreu algures a meio mas foi sob a sua responsabilidade e comando que a expedição foi feita e terminada depois por Sebastião Del Cano. Engraçado Magalhães não estar contemplado quando até temos direito a um local geográfico importante com o seu nome. Se calhar foi por estar a mando de Espanha. Os que lamentam a existência de Afonso Henriques têm mais uma razão a seu favor.
JLM
Caro José,
Como sabes, tirei uma semana de férias para vir a Andorra e tentar a minha sorte na prática do ski. Em Portugal estou sempre limitado, uma vez que a nossa única pseudo-estância de ski - a Serra da Estrela - não teve neve este ano, e parece que os canhões de neve não funcionaram muito bem. Faz-me lembrar aquela canção dos "Salada de Frutas" dos meus já longínquos tempos de pré-adolescente que dizia "Se cá nevasse fazia-se cá ski". Mas adiante, resolvi escrever-te para te dar conta de coisas estranhas que se passaram nesta minha viagem, agora que acabei de chegar ao meu destino de férias.
A viagem correu bem. Foram 1250 kms sempre a esgalhar no meu carro comprado há uma semana (que é o mesmo que dizer que desde há uma semana que estou com a corda ao pescoço)
Saí de Lisboa cedo, de modo a rentabilizar o meu tempo. Auto-estrada por aí fora a caminho de Badajoz. Claro está que antes de entrar em Espanha tive que pagar a portagem - cerca de 14 Euros para fazer 180 kms. E antes mesmo de empreender a viagem, tive, claro está, que encher o depósito do meu carro de gasóleo, o que me ficou em cerca de 60 Euros.
Entrado em Espanha, começo a constatar coisas não muito normais...ando na auto-estrada há uns bons quilómetros e não vejo portagens. Estranho..Entrei na auto-estrada sem levantar nenhum ticket, já saí e re-entrei duas vezes e não encontrei nenhuma cabina onde tivesse que dispender uns euritos por estar a utilizar uma via em tudo parecida com aquela que utilizei ao fazer a travessia de Portugal...se calhar enganei-me nas saídas e nas entradas...
Saio uma terceira vez da auto-estrada para descansar mais um pouco e para comer qualquer coisa, que isto de fazer viagens longas necessita de um estomago reconfortado. Como tal, saio numa terreola chamada "Trujillo". Engraçada a terreola...Quase que não vem no mapa e está cheia de monumentos...e tem uma daquelas coisas designadas de "Parador" que é como quem diz uma espécie de Pousada lá do sítio. Em tom de curiosidade olho para os preços para uma eventual estada...ora bem Eur 115/noite para um quarto com cama de casal e cama suplementar para a minha filha de 5 anos...engraçado...quase que juro que o preço para passar uma noite numa pousada em Portugal é algo mais caro...para aí uns 150 euros...e que coisa mais estranha...o IVA é de 7% ??!?? Será por a qualidade do estabelecimento ser pior? À primeira vista não me parece...isto até fica num castelo medieval e tudo...
Trujillo fica algures na Extremadura espanhola, aparentemente a região mais pobre de Espanha...mas não consigo encontrar pobreza nesta terra. E, curioso, vejo montes de jovens espanhóis a deambularem pela rua, pelos cafés, pelos restaurantes...não devem saber o quanto é bom irem para as cidades do litoral como os nossos jovens portugueses fazem..sim, porque quando eu vou a uma aldeola no interior da tugolândia as pessoas mais jovens que vejo davam para ser meus tetravôs...
Bem...vamos comer para regressarmos à estrada, que se está a fazer tarde. Ora bem...restaurante simpático, deixa-me ver os preços...média de eur 12/refeição..bah...não me parece demasiadamente caro...mais ou menos o que pagaria em Portugal ...e não se pode dizer que este restaurante seja uma espelunca. Comeu-se de facto bem, e ala que há que voltar à estrada. Bem...assim como me abasteci, tenho que abastecer o meu carro também, que quando come um, comem todos. Dirijo-me a uma estação de serviço, ponho exactamente os mesmo litros de gasóleo que havia posto em Portugal e vejo que gasto menos 10 euros...
Sigo viagem pela auto-estrada que me há-de levar a Madrid onde chego passado pouco tempo. Entro na capital ibérica...perdão...espanhola, mais fácilmente do que entraria em Lisboa. Deve haver um feriado qualquer aqui, porque sendo Madrid uma cidade com o quintuplo dos habitantes, deveria pelas contas de qualquer um, ter 5 vezes mais carros..mas não. De certeza absoluta que os espanhóis não devem andar de carro que os mesmos devem ser muito caros...Por falar nisso...vejo ali um stand da Citroen...ora, deixa-me lá ver quanto é que custa aqui o mesmo carro que acabei de comprar uma semana antes no meu querido país...O quê? eur 4000 a menos?? Não pode ser...este stand deve com toda a certeza estar a fazer "dumping"...
Estaciono o carro vendo desde logo que não se pode fazê-lo em cima dos passeios, como se faz lá na minha terra, mas parece que os passeios aqui são só para os peões. Se o Asterix estivesse aqui diria algo como "estes espanhóis são loucos", com toda a certeza. Dou uma volta pelo centro da cidade e constato que há um nível de vida, como direi...diferente, do que vejo em Portugal...as pessoas parecem-me mais felizes...começa a ser hora de sair do trabalho e vejo quase toda a gente a ir para os cafés comer umas tapas...há algo aqui que não bate certo...já vi pela minha viagem até agora que os espanhóis,ou melhor, o Estado Espanhol, não sabe ganhar dinheiro...não há portagens, gasóleo mais barato, turismo mais barato, carros mais baratos...quase de certeza porque deve o povo espanhol auferir menos do que os nossos...e mesmo assim, gastam dinheiro numas tapas...
Bom, há que sair da cosmopolita Madrid. Rumo a Saragoça, próxima paragem a 300 kms. Mais uma vez, não há portagens na auto-estrada. Burros estes governantes castelhanos...3 horas depois chego ao meu próximo destino intermédio, ie, Saragoça, onde pernoito. Para uma cidade que deve ser para aí a 5ª ou 6ª no ranking populacional das cidades espanholas, parece-me estar muito bem apetrechada de tudo. Desde hotéis a restaurantes, sem falar claro está de um centro histórico de fazer inveja a qualquer património mundial em Portugal. E veja-se bem...Saragoça a organizar a Expo 2008...qualquer coisa como se a Amadora ou a Maia, à nossa escala, organizassem a mesma no nosso território.
Passeio pela cidade e vou jantar com a famelga num restaurante a uma hora onde em Portugal já só se lavariam os pratos. São 22.15 quando me sento no mesmo. Finda a refeição, após ser muito bem servido (com extrema simpatia e delicadeza por parte dos empregados), há que dormir para prosseguir a viagem no dia seguinte.
Manhã seguinte - Toca a rumar a Andorra, onde acabo por chegar cerca de 4 horas depois. Quando chego ao hotel onde acabei por pagar por um pacote turístico (5 noites, regime de meia pensão, forfaits incluídos, livre acesso ao spa do hotel) provávelmente muito menos do que pagaria em Portugal num hotel semelhante, apresento-me como sendo de Portugal, e o empregado, português (!), dá-me a boa vinda na denominada língua de Camões, e diz-me, a meio da conversa, que em Andorra a primeira comunidade é a portuguesa. Seguida pela espanhola, e só a seguir a própria andorrenha.
Ou seja, meu caro José, cheguei às seguintes conclusões:
1) Eu que gosto muito da chamada sabedoria popular, constato que há algo de errado naquele ditado que diz "De Espanha nem bom vento nem bom casamento". Sugiro pois que a tua filha possa pensar em casar com um castelhano nem que o mesmo seja trazido por um (bom) vento. E, claro, que vá viver para Espanha;
2) O Estado espanhol não deve mesmo saber ganhar dinheiro (ou por outras palavras, não sabe chular o povo como o nosso faz). Mas sabe fazer uma coisa - sabe de facto como e onde gastá-lo;
3) Para quem (ainda) pensa que Portugal se transformou num país de imigração sugiro que vão a Madrid, onde a comunidade imigrante é em si maior do que a que se pode encontrar em todo o Portugal, e que de seguida vá a Andorra constatar que grande parte da população - portuguesa - veio para este principado para auferir de condições materiais (sim, que eu não acredito que os portugueses sejam muito afoitos às condições climáticas de Andorra) que não conseguem em Portugal.
4) Se houvesse um campeonato "Qual o melhor país para se viver" entre Espanha e Portugal, e onde estivessem em disputa 300 critérios, levávamos uma cabazada de 296 a 4. Os nossos 4 "golos" seriam (sem qualquer tipo de ordem) - a gastronomia, nomeadamente o pastel de nata, a não dobragem dos filmes estrangeiros, o vinho do Porto, e a Soraya Chaves (menos por ser boa actriz do que boa atrás)...tudo o resto é paisagem.
JLM
Saudações caros navegantes!
Passada a euforia abortífera que varreu o país de assuntos, voltamos pois aos velhos e brandos costumes da “Roubalheira” Nacional e do atentado ao cidadão que se instalou neste membro rectal da Europa.
Além dos combustíveis, que continuam na sua galopante epopeia rumo a máximos históricos de envergadura mundial (apesar da cotação do crude estar a diminuir – estas estrangeirices têm de acabar, como é que se pode roubar…quer dizer, enriquecer à vontade com diminuições de preços?), temos a OCDE a marcar pontos com mais um relatório inovador.
Pois é, Portugal tem de despedir mais facilmente! Corremos o sério risco de continuarmos a decrescer. E isso não queremos! Sem despedimentos fáceis, ágeis e “imediateis” (foi o que me saiu) não conseguimos entrar na senda do sucesso.
A nova palavra de ordem é: TOCA A DESPEDIR!
Não interessa porquê, para quê, ou qualquer outro quê, o que interessa é agilizar os despedimentos. Se não, nunca seremos competitivos. Evolução no seu melhor! Estamos em plena época do darwinismo laboral! A natureza no seu máximo esplendor! (no sentido mais animalesco mesmo)
Segundo as mentes iluminadas desta Terra (Pachecos Perreiras, Lobos Xavieres, etc) a grande solução para sair da crise e para a sobrevivência nacional passa pelos despedimentos. Realmente, como é que as empresas irão ser competitivas se têm de pagar salários?
Não pode ser! As empresas não podem comportar esta situação! Não são a Santa Casa da Misericórdia! Tudo para a rua!
Senhores Gestores e Líderes deste país! O grande desafio é conseguir produzir mais e melhor sem trabalhadores. Agora é que vamos ver quem são os melhores. As empresas que conseguirem ter zero funcionários é que vão atingir o sucesso.
MAS ATENÇÃO! Não acho que seja este o caminho. Não sei se estamos em condições de conseguir produzir ou laborar sem ter de recorrer à mão-de-obra humana (arg! Que infelicidade!) portanto antevejo (provavelmente sou um visionário) uma solução melhor:
Em vez das empresas pagarem salários, devem ser os trabalhadores a pagarem para terem o privilégio de estarem empregados!
Isto sim, parece-me uma boa solução e consegue-se resolver os problemas de ambas as partes. As empresas não só diminuem os custos de produção como provavelmente ainda conseguem ver as outras despesas cobertas pelos ganhos com os trabalhadores. Para os trabalhadores é excelente, deixa de existir o espectro do desemprego.
Portanto, sejamos mais ambiciosos! Vamos saltar este passo na evolução e avancemos logo para uma solução capaz de resolver de vez a crise em Portugal.
Continuando, a CP, fiel aos princípios com que o Estado tem esfolando os seus contribuintes, ofereceu à RAVE (é tudo o mesmo) um funcionário e ainda desembolsou uns míseros 200 e tal mil euritos para que o Senhor não ficasse “descalço” com esta mudança (não vá o Diabo tece-las).
E o Tio Belmiro mantêm a sua postura, comprar a PT a preço de saldo, e ainda considera um excelente negócio para Portugal.
Por hoje chega, já sinto falta da época do referendo, ao menos tinha a esperança de que algo fundamental ia mudar no país e para melhor.
RdS
Ora boas,
Este texto é curto e grosso.
Todos os dias se apregoa que Portugal tem que ser mais produtivo, ou seja, um eufemismo para que os nossos patrões sejam mais ricos, já que a distribuição da riqueza em Portugal é algo que existe apenas na teoria que nos é apregoada ... pelos patrões ricos.
Digo isto sem qualquer inclinação pró-esquerdista, já que, quem tenha reparado em artigos anteriores deste que assina este texto, fácilmente verificará que, não só não me designo de direita ou de esquerda, como particularmente em relação a esta ultima, tenho um ódio enorme em relação às ideias extremistas que em pleno século XXI ainda teimam em existir.
E todos os dias ouvimos dizer que um dos problemas estruturais em Portugal é o da educação ou da (falta) de qualidade da mesma. E também ouvimos, senão todos os dias, pelo menos todas as semanas, a insatisfação dessa trolha profissional que são os professores de liceu e desse orgão semi-mafioso chamado de FENPROF.
Isto é o que ouvimos. Falta de produtividade, falta de qualidade de ensino, falta de condições para a classe profissional dos professores.
Como tal, não deixei de ficar absolutamente pasmado (mas porque é que eu ainda fico pasmado com determinadas coisas????) com o facto de que, devido à realização do referendo sobre a IVG, as escolas (ou pelo menos algumas delas) onde estarão colocadas as urnas de voto estão fechadas durante o dia de hoje.
Ou seja, desculpas para não trabalhar já há muitas. Quer-se entreter o povo, dêem-se-lhes festividades, feriados e futebol. Não se dê trabalho. Neste caso os professores agradecem, os alunos também, a commissão nacional de eleições idem aspas, entre outras entidades que de certeza ficaram deleitadas com a possibilidade que um referendo, uma eleição, ou o que quer que seja, lhe granjeia por ter mais um diazinho de descanso.
Pergunto o que é que os pais das crianças que não puderam hoje ir às aulas tiveram que fazer para salvaguardar o tempo em que os seus filhos não terão que dispender por não estarem onde deviam estar hoje - na escola. Pergunto que raio de logística integrada foi assumida para que 2 dias antes da realização do referendo, se impeça uma escola de prosseguir a sua actividade normal. Pergunto quais os benefícios (??) reais que um dia de aulas a menos traz ao país assim como os benefícios que traz à realização de um referendo, onde supostamente ter-se-ão que colocar numa qualquer sala de aula umas urnas e um papel onde é suposto pôr-se uma cruz ou no "sim" ou no "não". Pergunto se isto é atitude que se tenha quando, lá está, todos os dias nos deparamos e depararemos, pelo andar da carroça, com os chamados problemas estruturais da Terra Estranha.
Eu pergunto. Será que alguém me responde?
Sinceramente...já não há pachorra.
JLM
Ora bom dia,
A Terra Estranha tem andado ultimamente entretida com o tema da IVG, mais vulgarmente conhecido como aborto, ou a sua interrupção voluntária (ou não). A este respeito, sou partidário do SIM por todas as razões que já foram aqui dissecadas, mas entendo algumas posições dos partidários do NÃO. Entendo nomeadamente que após a eventualidade da lei do SIM ser aprovada (não tenho dúvidas que a será), o aborto não deve nem pode ser um acto de quem vai "ali às compras para comprar uma camiseta ou um esfregão de limpeza". Tenho dúvidas que assim será, mas conheço a propensão muito portuguesa de aproveitar tudo o que seja de borla. Enfim, o futuro o dirá.
E enquanto o aborto vai sendo o tema do dia, e enquanto andamos também muito entretidos a escolher os "grandes portugueses" (mais uma palhaçada) ou as "7 maravilhas de Portugal", os problemas estruturais de Portugal e dos portugueses continuam.
Portugal continua a ser o país dos 3 F's, da mesma maneira que este blog se intitula de 3 S's. Se antigamente o lema era Fado, Fátima e Futebol, não muito mudou. Em vez de Fátima, local de peregrinação, temos a Fátima Lopes, apenas como representante de uma escumalha de figuras semi-públicas e aparentemente famosas, por quem o povito nutre admiração. O Fado? Só se trocaram as vogais, que nunca como agora, o sexo vendeu tanto e de tantas formas. E o Futebol, esse, claro está, continua inalterado. Veja-se o que aconteceu em Itália no encontro entre o Palermo e o Catania (para quem não sabe morreu um polícia nos confrontos e a Federação Italiana decidiu suspender - e bem - todos os encontros de futebol nesse país) e tente-se imaginar o que uma suspensão de futebol faria ao nosso Zé Povinho. Marx, se vivesse hoje não diria que era a religião o ópio do povio. Em Portugal é o futebol(zinho).
Mais do que continuarem os modificados F's a pautarem a filosofia tuga, e mais do que termos a classe dirigente, os empresários, os sindicatos, os professores, os juízes, os médicos, os advogados, os alunos, etc, etc, etc, que temos (isto é para ser dito em tom pejorativo, se bem que só para alguns das classes, entre outras, mencionadas - enfia a carapuça quem quiser), temos acima de tudo, e em termos mais globais se assim quisermos, o "tuga", esse misterioso ser que abunda um pouco (ás vezes muito mesmo) em cada um de nós.
Vem isto a propósito de um pequeno comentário que ouvi no outro dia na televisão quando num telejornal qualquer vi uma entrevistada de rua a tecer uma consideração. Falava-se e entrevistavam-se pessoas na rua à conta dos preços da gasolina, e dizia a dita senhora (desconhecida) qualquer coisa como "só em telemóvel e em gasolina vai-se o meu rendimento". Palavras para quê? Está tudo dito, ou quase. Oh minha senhora, V.Exa espelhou com essa simples frase a característica mais tuga de todas as que nós temos - a displicência que temos com os nossos rendimentos e as prioridades que nós estabelecemos com o dinheirinho. É espelho disso o nível de endividamento das famílias, ou o facto de os empréstimos recorrentes à banca suplantarem em muito o nível de poupança. Haja dinheiro. Mesmo que ele seja pouco, o que importa é dar para as nossas necessidades primordiais. Educação? Saúde? Poupança? Nããã...Telemóveis e gasolina. Tudo o resto é suplementar...mas mais uma vez, enfie a carapuça quem quiser.
JLM
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