Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2007

Arbitrariamente...

Agora reparo que nunca escrevi nada sobre futebol, não que seja importante ou tenha interesse (neste campo este texto partilha do mesmo interesse dos outros que tenho escrito, ou seja: nenhum!), não sou adepto fanático nem um entusiasta fervoroso, o que não invalida que seja uma estreia.

Percebo pouco da psico-estratégia de colocar 11 acrobatas do esférico, absurdamente bem remunerados, a “rebolarem” pela relva com outros tantos, em manobras, por vezes, sadomasoquistas de domínio territorial (muito parecido com as lutas territoriais de alguns animais selvagens) com a suprema finalidade de marcar um golo. Mas dá-me “bué” gozo ir a Alvalade (SIM!!! Sou Leão de corpo e alma) ver o meu Sporting jogar. SSSSSSSSSSSPPPPPOOOOOOOOOOOOOOOORRRTTTTTTIIIIIIIIIIIIIIIIINNNNGGGGGGG!!!!!!

É fantástico!! Milhares em uníssono apoiando esfusiantemente um pequeno conjunto de prima-donas, todos de olhos postos no desejo ardente de largas à alegria e explodir em êxtases orgásticos com a penetração esférica numa abertura, demasiado grande na minha opinião, para justificar tal onda de prazer. Enfim, o maravilhoso mundo “da Bola”.

Outro aspecto incontornável do “ir à bola” é, sem dúvida, o poder extravasar os nossos sentimentos para cima de uma figura. O público vibra, urre, aplaude, xinga, mas não vive sem o árbitro – ele é a estrela! Pensavam que eram os jogadores? Nãããã!!!! Estão enganados. Nós só vamos ao futebol por causa do árbitro! A cada apitadela... A “ casa vai abaixo” .. É aproveitar ao máximo... Sai tudo cá para fora!!!!!!!!!!!!

Agora que penso nisto vejo a verdadeira essência do árbitro na vida desportiva. É ele, com as suas cartolinas, que, qual maestro, vai marcando a cadência de uma sinfonia oscilante entre a condução correcta e a infâmia brutalidade da condição humana. Pois, além disso consegue que os adeptos se exteriorizem verdadeiramente, sem inibições e sem complexos.

Dando espaços ou reprimindo, evidenciando uma justiça cega, balanceando a verdade dos factos com a estrita observância da regras, imune à exaltação popular e ao rápido julgamento subjectivo, o árbitro avança depondo sucessivamente “faltas e condutas incorrectas” tentando transmitir alguma coerência na defesa da verdade desportiva e da fundamental Lei Natural - do domínio do mais forte.

UAU!! !Ganda homem”. Devia haver mais assim, já estou a ver nos empregos – PPRRRRIIIIIII!!! “Ó senhor director, tome lá um cartãozito amarelo que é para deixar a menina em paz! MMAss, ó Senhor Director!!! Se continua a tentar enfiar a boca da senhora no ... Eu avisei! PPPRRRIIII!!! Cartão Vermelho!!! Rua! Vá “pró” chuveiro acalmar os ânimos!”

E na politica? Aí nem se fala, por exemplo o nosso Primeiro, a ele ninguém lhe mostra cartão nenhum, ele é que anda a ver cartões - tudo o que não for Rosa é perseguido, mastigado e deitado à Rua. Justiça cega, mas não cheira a rosas...

Neste caso, quem poderia ser o árbitro???? Hum!... Pois, devia ser o PR. Só que... Ele perfilha de tal modo das ideias do Primeiro, com uma comunhão plena de pensamentos e de atitudes, uma verdadeira “Irmandade” (acho que se inspiraram no exemplo Polaco). Bom, se não pode ser o PR...Podíamos fazer um benchmarking a Espanha.

Talvez ... lembram-se da novela Chavez? Acho que foi um verdadeiro exemplo de arbitragem. Vejam lá! Ainda existem pessoas, Homens, com coragem para defender ideias e ideais, sem medo de criar incidentes politicamente e diplomaticamente incorrectos, de comprometer acordos económicos e financeiros, que assumem frontalmente os seus princípios. E isto aconteceu!!!!!

Foi Bonito!

E nós??? Galp??? Diz alguma coisa?? Devia ser Glup!!! Ou Glu, Glu, Glu Venuzuela. E a seguir? O nosso Primeiro recebeu com grande vigor e alarido o Presidente Chavez. Pois! O mesmo que o Rei Espanhol mandou calar. Mas não ficámos por aqui....

Logo de seguida começaram as cimeiras da vergonh... ups! Cimeiras europeias: Europa-África (Não sei o Bin esteve cá (como não se conhece o paradeiro, se calhar o convite ficou nos CTT), mas o resto não faltou à convocatória), Europa-Putin, Europa-china, Europa-Máfia (esta foi mais discreta), tratado de Lisboa (só alguns iluminados sabem verdadeiramente o que é) , etc...

Tudo ao mais alto nível, claro! Verdadeiros exemplos de democracia, de respeito com os direitos humanos, dos mais altos valores ideológicos, em suma, o supremo eixo civilizacional dos Estados Modernos. Memorável! Portugal pagou milhões em segurança, recepções, banquetes e estadias, para quê???

Foi Feio!

Mas, onde está o nosso árbitro??? Parece que não há!!! Ao contrário do que sempre defendi, só me apetece dizer: Monarquia!!! Regressa!!!! Ó D. Duarte, por favor, SEJA REI!!!!!!!  Acabe com esta República de vez e ponha algum tino nos nossos políticos que eles, coitados, não sabem pensar por si, nem são capazes de cuidar de nós.

Ena!! Do futebol para as empresas, das empresas para política, que grande salganhada.

AZAR! Vou continuar. Já que a arbitragem se revela tão decisiva, porque não estende-la ao seio familiar? Pode ser bastante interessante, cada família com um árbitro em casa. Lindo!!! Cada puto ranhoso que levar uma palmada do pai, porque passou à frente da TV quando o Benfica ia tentar marcar um golo, dava direito a.. PPPRRRIIIIIIIIIIIIII!!!!! Cartão vermelho!!! Lá iam muitos pais para a rua sem ver o final do jogo...

Ou então, quando surgem aquelas desculpas esfarrapadas, de uma das partes, durante as habituais negociações pré-coito, como: “Olha querida, fazemos antes um 68, estou cansado, tu fazes tudo e eu fico-te a dever uma”.. ou “Hoje não amor, tenho muita dor de cabeça, estou com uma amigdalite cavalar e um hemorroidal lunar...”, PPPRRRRIIIIIIIIII!!!!!! Cartão amarelo!!! Mais uma falta e o árbitro “entra” em ...Substituição...Confusão...

OPS! Já me alonguei demasiado. Boas Festas a todos!!!

RdS
publicado por GERAL às 10:00
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Terça-feira, 18 de Dezembro de 2007

Fillius da Putorum est ou o Filho da Puta

Caríssimos leitores,
 
Muito boa tarde/dia/noite a todos.
 
Como podem ver voltei mesmo! Já sei, já sei... grande seca, desespero galáctico, pior que que o Governo... desculpem mas esta última não aceito! É que pior que a anormalidade governativa só mesmo ser sodomizado por um porco espinho com pila de baleia a sofrer de um caso terminal de gonorreia e mesmo assim não sei! É que nem o diabo cá quer vir pois o Teixeira dos Santos pode fazer-lhe uma penhora à forquilha.
 
Bem, mas vamos a coisas sérias, o tema de hoje. Pensei longamente sobre este assunto, hesitei alguns momentos mas lá me decidi. Creio que é importante neste espaço de má-lingua referir uma personagem de extrema importância na cultura portuguesa, eu diria mesmo indelével do imaginário histórico nacional e chave-mestra do nosso presente sucesso nacional, europeu e mundial. Não! não estou a falar dos políticos liberais, nem do republicanismo, nem estou a falar dos monarcas visionários que tivémos e muito menos dos valorosos navegantes e exploradores... estou a falar de algo transversal a todos eles que tem, nas últimas décadas impulsionado o país, estou a falar, senhoras e senhores, do Filho da Puta.
 
Falar do Portugal moderno, dos séculos XX e XXI sem falar do Filho da Puta – também conhecido por FdP – é o mesmo que falar do Islamismo sem referir Maomé (ups! Lá vou ter umas ameaças em cima), ou falar da génese do País sem mencionar Afonso Henriques. A presença do FdP faz-se sentir em todos os meios e todos os dias. Saímos de casa e vemos o dito a passar de carro, vamos almoçar e ele alimenta-se alarvemente, de boca aberta e com um palito à laia de sobremesa, vamos ao cinema e lá está o animal a cheirar mal dos pés, a falar ao telefone e a rir à gargalhada de uma piada brejeira. É ele que nos dirige, que nos ensina e serve de role model; é ele que nos leva para o caminho do desenvolvimento, que abre a empresa de duração definida (seis meses depois vai à falência e o pai, que por acaso é funcionário de um banco e extremamente religioso, perdoa a dívida); em suma, é o animal sempre atento que aguarda a sua presa e que ataca quando menos se espera... até para morrer este tipo chateia!
 
Mas falar do Filho da Puta sem dar alguns exemplos pode não ser demonstrativo e por isso aqui estão alguns modelos, modernos e actuais, de Filhos da Puta:
 
O Filho da Puta do Político: visto nalguns locais da chamada socialite, é por norma um tipo pernicioso, relaxado com os outros e consigo mesmo e que se pode gabar de nunca na vida ter trabalhado. É perigoso porque só conhece a política da terra queimada, lixa tudo e todos em nome de algo que nunca consseguiremos entender. Não raciocina e destrói, é um animal instintivo mas com uma verborreia por vezes interessante, levou a arte da mentira a novos expoentes e nunca disse algo que não contradissesse rapidamente. Não se lhe conhece um posição ou opinião coerente e consistente. Os mais antigos gabam-se dos seus tempos de exílio em França e do seu papel contra o Filho da Puta do Salazar. Sempre viveram bem, mesmo quando já estão xéxé (como é o caso) e depois de se sentarem na cadeira é difícil como o caraças desalojá-lo. A pequena parte dos reformados acima dos 5.000 euros mensais acham que é um tipo porreiro – há quem diga que é fixe – e estão sempre de bem com ele. Os modernos já são de outra laia. Por norma são filhos de outros Filhos da Puta e assim o comportamento sai-lhes naturalmente. Raramente se sabe como e onde tirou a licenciatura, diz-se amigo do povo mas nunca se lhe reparou nenhuma medida nesse sentido, promete uma coisa e faz exactamente o oposto. Assim se ele vos disser bom dia vão a correr à janela confirmar se não é noite (como usualmente acontece).
 
O Filho da Puta do Economista: normalmente chega a político, ou seja, ascende de um modo de filho da putice a outro como quem muda de camisa. Costuma ser mau num lado e noutro e afirma que sabe tanto, mas tanto, da poda que cada vez estamos mais na cauda da Europa. Provavelmente a besta tem uns óculos que lhe mostram as coisas como o negativo da fotografia e para ele o fim é o principio... enfim é uma besta do piorio! Temos vários exemplos brilhantes de incompetência que devíamos exportar como modelos do “não fazer assim” mas um dos principais até chegou a Presidente da República. Era um “excelente” economista que sabia tanto disto que se não fosse o dinheiro da Europa já nos tínhamos oferecido para experiências médicas. Depois o animal retira-se, é substituído por uma anormalidade maior, passa pelo deserto (foi ao freeport de Alcochete) e volta como salvador da pátria. Expliquem-me lá uma coisa: era uma besta antes e ficou esperto depois? Ou uma besta é e será sempre uma besta? Temos um outro tipo de FdP da economia, o tipo calado, que vai para os bancos ou para as empresas, que como única solução para aumentar lucros é pelo despedimento puro e duro; este animal – incapaz de um rasgo de imaginação criativa – sabe apenas foder o que mexe e muito particularmente a secretária... enfim, o homem é um perigo pois tenta disseminar a sua semente... e infelizmente consegue!
 
O Filho da Puta do Empresário: este vive à volta do FdP político e contrata o FdP Economista. É um atavismo da natureza pois não é empresário de coisa nenhuma. Gosta de mandar pelo simples facto de mandar, não costuma saber o que produz, para quem produz e com que materiais. Fica sempre surpreendido quando tem lucro e ao mesmo tempo tem de pagar ordenados... e vai daí reage da única maneira que sabe: despede. É um perigo para a sociedade pois não investe, ataca tudo o que mexe, leva empresas à falência e fala com uma arrogância de suposta sabedoria de tal forma inflamada que esconde o seu 9º ano mal tirado. No entanto temos que lhe prestar uma homenagem. Graças a este Filho da Puta, Portugal consegue ser um perfeito case study sobre como todas as regras mais básicas da economia podem falhar, mesmo quando não têm razão para falhar. Na sua forma mais simples, este Filho da Puta aparece como Gestor Público ou Director do Funcionalismo Público. Tem uma pelagem mais cinzenta, pardacenta e uma curva cervical que denotam uma constante posição de servilismo face ao Filho da Puta do Político. Vive à conta impostos dos outros e nunca criou riqueza para o País. Pensa-se, por análise de registos fósseis, que se um dia contribuir para o bem estar e riqueza o mundo acaba!
 
Poderíamos muito falar sobre esta espécie de Fillius dei Putorum est mas com estas três sub-espécies conseguimos definir as grandes linhas de força da sua alma. No nosso dia-a-dia surgem-nos várias sub-espécies, mais simples e inofensivas mas de algum modo perturbadoras das meninges. Refiro-me ao taxista, ao empregado de balcão brasileiro, à vaca dondoca que se passeia e incomoda toda a gente, à tia de cascais que acha que o oxigénio surgiu apenas para inflar os seus pulmões, entre tantos outros formatos de Filho da Puta.
 
O que interessa, porém, é que nós vamos no bom caminho, segundo diz um excelente espécime de Filho da Puta, e creio que podemos dizer, tal como diria o poeta: “Com Filhos da Puta como estes como é que podemos falhar?”
 
Voltarei em breve, espero, para vos chatear um pouco mais
 
Um abraço
 
MS
publicado por GERAL às 23:57
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Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2007

Ambiente, Bali e Gemidos

Caríssimos leitores,
 
Muito boa tarde/dia/noite a todos.
 
Depois de uma longa ausência – foi a minha travessia do deserto que, de acordo com o Mário Lino, significa que passei entre o Montijo e Almada, seguindo pela ponte Salazar – resolvi voltar às lides da má-lingua.
 
Por falar em deserto, ali está um verdadeiro camelo, meio careca, com cara de neardental e ideias de pitecantropus!
 
Onde ía?! Já sei! Como dizia, resolvi voltar às lides linguísticas (com ou sem acordo ortográfico). E hoje, para variar, não vou falar sobre o preço do petróleo que, se bem se recordam, no início deste ano de 2007 falei que o preço chegaria aos Usd 100 por barril e como podem ver falhei por trocos; nem vou falar sobre os políticos portugueses; e muito menos vou falar acerca do Tratado da União, também conhecido por Tratado de Lisboa, também conhecido por Tratado-dos-Lixados-por-um-Bando-de-Bandidos-que-Supostamente-Prometeram-um-Referendo-mas-que-se-Estão-a-Cagar ou TLBBSPREC. Decidi que vou falar sobre um tema recorrente, importante, preocupante, deslumbrante e, essencialmente, mentiroso que é o Ambiente, Bali e o Aquecimento Global.
 
Eu não estou a insinuar que o problema do ambiente não é, de facto, preocupante nem estou a dizer que deveríamos cagar no assunto e seguir para bingo! Nada disso! É deveras preocupante uma vez que nos vamos lixar todos de um modo que eu chamaria bíblico. Mas o que gostaria de fazer convosco é apenas um pequeno exercício intelectual acerca da hipocrisia da coisa. Então vejamos:
 
- É inegável que o planeta está a rebentar pelas costuras. Os governos mundiais, em nome das Global Corporations, já não conseguem esconder essa realidade e, muito menos, os números arrepiantes da produção mundial de gases de efeito de estufa que são lançados para a atmosfera. Essa é a parte que eles já não conseguem esconder.
 
- Outra coisa que não conseguem esconder é que o volume de gases libertados de longe ultrapassa a capacidade natural de reciclagem, nomeadamente por intermédio da fotossíntese.
 
- Das duas realidades acima expostas depreende-se que o volume actualmente existente é claramente excessivo e que existe uma incapacidade natural de reciclagem.
 
- A resposta das autoridades tem sido a apresentação de projectos de medidas restritivas, apresentação de objectivos de redução, quotas de emissões entre outras coisas que, embora sejam medidas positivas não o nego, são claramente incapazes e ineficazes para reverter algo que está descontrolado.
 
- Mas então pergunto-me uma coisa: A capacidade de absorção/reciclagem foi ultrapassada, existe um claro excesso na atmosfera e eles querem reduzir as emissões na ordem dos 15% a 20% até 2020? Se assim é, então continuamos a ter um excesso de gases na atmosfera e o efeito de estufa continua a progredir ou não é??? A mim parece-me óbvio que sim mas provavelmente os génios da Quercus achem que não!
 
- Eu não estou a dizer que nada deveria ser feito perante um quadro tão negro. Pelo contrário! Eu digo que muito tem que ser feito mas o que pretendo é alertar para o facto que, se quisermos, de facto, reverter o efeito global então temos que “parar e fechar para obras” durante uns mesitos porque senão o que estamos a fazer é varrer o problema para debaixo do tapete e o último que feche a porta.
 
Pelo que digo também parece que não há benefíciospara ninguém mas mais uma vez enganam-se. Vejamos quem ganhou e quem perdeu com a questão do ambiente:
 
- As grandes empresas, MUITO preocupadas com o ambiente têm aumentado o valor dos seus produtos porque afinal “estão preocupadas com o ambiente e como temos que limpar o nosso lixo (eu até pensava que era obrigatório mas parece que não) vocês é que o pagam até porque na minha margem de lucro ninguém toca”. Ou seja, eles continuam a produzir a mesma coisa e do mesmo modo, limpam como antes o faziam e aplicam umas taxas e custos extra, tudo em nome do ambiente, e nós é que nos fodemos!
 
- Os governos, que andaram durante décadas a cagar legislação acerca deste problema mas nunca a aplicaram, enfiam-nos mais uns impostos pela goela abaixo e “cala-te porque é tudo em nome do planeta”. Mas eu pensava que a legislação que foi parida era para isso mesmo, para evitar problemas e degradação ambiental. E nem preciso ir muito longe para dar exemplos... basta ver a questão das descargas nos rios e ribeiros portugueses para ver quantos empresários foram presos. NEM UM!!!
 
- Compramos um carro e pagamos eco-taxa; metemos combustível e pagamos eco-taxa; vamos às compras e pagamos a eco-taxa do saco do lixo; mudamos os pneus do carro e mais uma eco-taxa; compramos um electrodoméstico e mais uma eco-taxa; mudamos o óleo do carro e a dita eco-taxa lá aparece; aumentam o preço da electricidade com base nas energias alternativas; viajamos e lá vai mais uma eco-taxa; pagamos a portagem e tunga, mais uma eco-taxa mas... e para que servem os impostos? E para que servem as margens de lucro das empresas? Não é para isso mesmo? Não, afinal parece que lucro é a cava sagrada, ninguém toca e impostos e para ver se estás mais calmo e não pensas porque se pensas podes ser um perigoso revolucionário.
 
Quando falo na hipocrisia do ambiente é justamente nisto! É que as empresas e os governos continuam a aumentar os proveitos sem dar nada em troca, muito menos ao ambiente. O negócio do século é o chamado negócio verde, isto é, em nome do “fica na mesma” ganha-se mais uns cobres e os palermas dos media vão atrás e comentam que é tudo em nome do ambiente. O que é facto é que é em nome do lucro. Quanto aos desgraçados dos Quercus... bem, há muitos anos que não se via um tal bando de aproveitadores, vaidosos e atrasados mentais tão juntinho e no mesmo local. Eles não querem falar de ambiente, querem apenas ter tempo de antena e de preferência não perturbar os poderes e lobbies instituídos, pois podem perder uns dinheiritos que recebem à laia de esmola. Curiosamente, esses anormais da quercus só se lembram do ambiente depois de terem a electricidade em casa, o carro, o frigorífico, a playstation, etc e quando constatam o quão miseráveis são intelectualmente resolvem fazer algo pela vida. Uns, os melhores, ainda arrajam umas gajas e dão umas pinadas e fica tudo bem, outros, os piores, aderem à Quercus na expectativa que uma das associadas – mais feia que uma bota da tropa siflítica – olhe para eles com um esgar de desejo, que mais se assemelha a uma hiena na época da reprodução.
 
Muito mais há para dizer sobre o ambiente, mas sinceramente... agora não me apetece. Acho que vou fumar um cigarro... enquanto o posso fazer, pois qualquer dia vão dizer que o meu cigarro é cauzador do buraco do ozono. Mas todos se esquecem que o metano proveniente dos peidos e arrotos das vacas é muito mais prejudicial que o meu cigarrito... enfim, é o ambiente. Abaixo o cigarro e acabem com as vacas – as de 4 patas pois as de 2 patas fazem falta!
 
Voltarei em breve, pois já vos privei da minha companhia por muito tempo.
 
Um abraço
 
MS
publicado por GERAL às 22:27
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Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2007

A contínua perda de identidade

Buenas tardes,

 

Sim senhores e senhoras. Em espanhol que é o que está a dar. Ao menos lá, há um soberano que não se importa, tendo-os no sítio, de mandar calar um ditadorzeco de meia tigela com o nome de Chavez. E está a dar porque já há muuuuuito tempo que a Espanha, económicamente (e não só) falando, já tomou conta de Portugal. Pena é que ao tomar conta de nós (salvo seja) Portugal não consiga colher os benefícios que nuestros hermanos têm, ou seja e entre outros, melhores salários, generalidade dos bens de consumo mais baratos, melhores condições de vida, uma (muito) maior projecção internacional em vários aspectos desde o cultural ao desportivo, desde o político ao lazer.

 

Bom, mas não é só de Espanha que eu quero falar. Já estou farto de escrever sobre Espanha. E farto de me sentir português com todos os males que isso me acarreta. Orgulho nacional? Mas que orgulho nacional? Pela selecção de futebol e pendurar bandeirinhas nos carros e nas varandas? O que é que eu posso, perante um estrangeiro, alegar para dizer que Portugal é um grande país? Já fomos. Agora não somos. E já não somos desde há muito tempo. Deixa-me cá ver mesmo assim indo ponto por ponto. Pelo menos naquilo que eu acharia mais relevante:

 

  • Económico – Se se tratasse de uma corrida de carros, estamos a ser ultrapassados por outros “bólides” que vêem a meta comum mais perto e nós cada vez mais longe. Basta ler e ouvir os dados das Eurostatts, do FMI, da OCDE, da UE, entre outros, para ver que ali o Chipre já é mais avançado do que nós;
  • Turístico – sim senhor, já que estamos a transformar tudo em campos de golfe...e o resto? Que dizer da paisagem urrbana que estragámos ao longo dos anos? Hei-de escrever mais sobre isso num artigo que chamarei de Autarquitectura (pelo menos nome já há)
  • Desportivo – Cristiano Ronaldo, Cristiano Ronaldo, Cristiano Ronaldo...e..ah...Cristiano Ronaldo
  • Cultural – pois...exposição do Hermitage...que é russo. E um prémio Nobel recente cujo atribulado mais valia ir fazer companhia ao seu ídolo Fidel para ver o que é a verdadeira democracia
  • Político – sem palavras

 

E outros que mais...ou que menos neste caso.

 

Não bastando o acima, deparo-me amiúde com crónicas  sobre as novas imposições a serem tomadas a partir do dia 1 de Janeiro. Imposições da União Europeia às quais os nossos governos, quasiquer que eles sejam ou fossem, aceitam e assinam de cruz, provávelmente à espera que ao vergarem-se sobre elas, consigamos mais uns milhõezinhos para ajudar a pagar os deslizes orçamentais das construtoras quando estas começarem a construir as novas obras programadas da OTA (sim, será a OTA que é mais cara e menos eficiente)  ou do TGV, aquele que entre Lisboa e o Porto terá 7 paragens no caminho para delícia de vários autarcas, e que como tal, reduzirá o tempo de viagem em cerca de 30 minutos face ao que já existe.

 

A burocracia europeia veio para ficar.  Burocracia? Não, Burrocracia. Eurocracia? Não, Errocracia.

 

Confesso que gosto mais de escrever opiniões do que pura e simplesmente citar outras. Mas é algo que já fiz neste espaço, e volto a fazer para que os (poucos) leitores percebam melhor do que estou a falar. E assim cito (esperando que não me obriguem a pagar direitos de autor) o brilhante artigo do António Barreto no Público, apelidado de “Eles estão doidos” que básicamente resume (ou alonga) o acima. Tomem nota:

 

QUOTE

A MEIA DÚZIA DE LAVRADORES que comercializam directamente os seus produtos e que sobreviveram aos centros comerciais ou às grandes superfícies vai agora ser eliminada sumariamente. Os proprietários de restaurantes caseiros que sobram, e vivem no mesmo prédio em que trabalham, preparam-se, depois da chegada da "fast food", para fechar portas e mudar de vida. Os cozinheiros que faziam a domicílio pratos e "petiscos", a fim de os vender no café ao lado e que resistiram a toneladas de batatas fritas e de gordura reciclada, podem rezar as últimas orações. Todos os que cozinhavam em casa e forneciam diariamente, aos cafés e restaurantes do bairro, sopas, doces, compotas, rissóis e croquetes, podem sonhar com outros negócios. Os artesãos que comercializam produtos confeccionados à sua maneira vão ser liquidados.

 

A SOLUÇÃO FINAL vem aí. Com a lei, as políticas, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velho mundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, quem não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos e matérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente está condenado. Estes exércitos de liquidação são poderosíssimos: têm Estado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se no governo nacional, sob tutela carismática do Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho; e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelas multinacionais da gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios do açúcar.

 

EM FRENTE À FACULDADE onde dou aulas, há dois ou três cafés onde os estudantes, nos intervalos, bebem uns copos, conversam, namoram e jogam às cartas ou ao dominó. Acabou! É proibido jogar!

 

Nas esplanadas, a partir de Janeiro, é proibido beber café em chávenas de louça, ou vinho, águas, refrigerantes e cerveja em copos de vidro. Tem de ser em copos de plástico.

 

Vender, nas praias ou nas romarias, bolas de Berlim ou pastéis de nata que não sejam industriais e embalados? Proibido.

 

Nas feiras e nos mercados, tanto em Lisboa e Porto, como em Vinhais ou Estremoz, os exércitos dos zeladores da nossa saúde e da nossa virtude fazem razias semanais e levam tudo quanto é artesanal: azeitonas, queijos, compotas, pão e enchidos.

 

Na província, um restaurante artesanal é gerido por uma família que tem, ao lado, a sua horta, donde retira produtos como alfaces, feijão verde, coentros, galinhas e ovos? Acabou. É proibido.

Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido.

 

Trazer da terra, na estação, cerejas e morangos? Proibido.

 

Usar, na mesa do restaurante, um galheteiro para o azeite e o vinagre é proibido. Tem de ser garrafas especialmente preparadas.

 

Vender, no seu restaurante, produtos da sua quinta, azeite e azeitonas, alfaces e tomate, ovos e queijos, acabou. Está proibido.

 

Comprar um bolo-rei com fava e brinde porque os miúdos acham graça? Acabou.

É proibido.

 

Ir a casa buscar duas folhas de alface, um prato de sopa e umas fatias de fiambre para servir uma refeição ligeira a um cliente apressado? Proibido.

 

Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.

 

É proibido ter pão congelado para uma emergência: só em arcas especiais e com fornos de descongelação especiais, aliás caríssimos.

 

Servir areias, biscoitos, queijinhos de amêndoa e brigadeiros feitos pela vizinha, uma excelente cozinheira que faz isto há trinta anos? Proibido.

 

AS REGRAS, cujo não cumprimento leva a multas pesadas e ao encerramento do estabelecimento, são tantas que centenas de páginas não chegam para as descrever.

 

Nas prateleiras, diante das garrafas de Coca-Cola e de vinho tinto tem de haver etiquetas a dizer Coca-Cola e vinho tinto.

 

Na cozinha, tem de haver uma faca de cor diferente para cada género.

 

Não pode haver cruzamento de circuitos e de géneros: não se pode cortar cebola na mesma mesa em que se fazem tostas mistas.

 

No frigorífico, tem de haver sempre uma caixa com uma etiqueta "produto não válido", mesmo que esteja vazia.

 

Cada vez que se corta uma fatia de fiambre ou de queijo para uma sanduíche, tem de se colar uma etiqueta e inscrever a data e a hora dessa operação.

 

Não se pode guardar pão para, ao fim de vários dias, fazer torradas ou açorda.

 

Aproveitar outras sobras para confeccionar rissóis ou croquetes? Proibido.

 

Flores naturais nas mesas ou no balcão? Proibido. Têm de ser de plástico, papel ou tecido.

 

Torneiras de abrir e fechar à mão, como sempre se fizeram? Proibido. As torneiras nas cozinhas devem ser de abrir ao pé, ao cotovelo ou com célula fotoeléctrica.

 

As temperaturas do ambiente, no café, têm de ser medidas duas vezes por dia e devidamente registadas.

 

As temperaturas dos frigoríficos e das arcas têm de ser medidas três vezes por dia, registadas em folhas especiais e assinadas pelo funcionário certificado.

 

Usar colheres de pau para cozinhar, tratar da sopa ou dos fritos? Proibido.

Tem de ser de plástico ou de aço.

 

Cortar tomate, couve, batata e outros legumes? Sim, pode ser. Desde que seja com facas de cores diferentes, em locais apropriados das mesas e das bancas, tendo o cuidado de fazer sempre uma etiqueta com a data e a hora do corte.

 

O dono do restaurante vai de vez em quando abastecer-se aos mercados e leva o seu próprio carro para transportar uns queijos, uns pacotes de leite e uns ovos? Proibido. Tem de ser em carros refrigerados.

 

TUDO ISTO, como é evidente, para nosso bem. Para proteger a nossa saúde.

Para modernizar a economia. Para apostar no futuro. Para estarmos na linha da frente. E não tenhamos dúvidas: um dia destes, as brigadas vêm, com estas regras, fiscalizar e ordenar as nossas casas. Para nosso bem, pois claro.

UNQUOTE

 

Só com o artigo acima, fica este muito longo. Mas não posso deixar de tecer mais umas considerações. Principalmente quando ainda hoje ouvi um reforço do acima num artigo radiofónico do João Gobern na Antena 1. E que confirmava o acima, mas punha a cereja no topo do bolo. Ou a gota de água que faz transbordar o copo (de plástico, entenda-se) Aparentemente, vamos deixar de poder beber cerveja em copos de vidro. Leram bem, acabou-se a tradicional imperial, aquela que dava gosto de beber com os copos de vidro gelados, esses micróbios virulentos, sendo que no entanto eu tenha a esperança de ter ouvido mal. Cerveja em copo de plástico? Fooooooooooooda-seeeeeeee. É pior que sexo com duplo preservativo. Pior do que ouvir boa música com os ouvidos tapados com algodão. Pior do que cheirar o Chanel 5 (que até nem gosto muito) dentro de uma latrina acabada de ser usada.

 

Há pior perda de identidade do que aceitarmos à força decisões que apelidarei como contra-culturais (utilizando um eufemismo)? Vamos todos estar sujeitos a autoridades como a Asae que qualquer dia nos entra em casa multando-nos por estarmos a comer uma alface da horta da tia Matilde? De que valerá a pena reclamarmos sobre a qualidade de um pastel de nata feito em escala industrial, quando os da avó Maria eram perfeitos, e depois de 30 anos a comê-los nem um leve vestígio de alergia. E porque raio hei-de eu ter que ter talheres de cores diferentes para comer pratos diferentes num restaurante, eu que até gosto de partilhar os pratos que escolho com a minha mulher. A que vou estar eu sujeito? A coisas do tipo, “olhe lá, o senhor está a partilhar o bacalhau da sua mulher (salvo seja), e como tal, não pode usar a faca vermelha com que está a cortar a morcela (salvo seja outra vez). Tem que ser roxa”.

 

Mas há mais, no que se refere a perda de identidade. Iremos um destes dias assinar o novo acordo ortográfico, que já se ouve aí à boca cheia, e onde palavras tão antigas, e com tanta razão de existirem pela sua etimologia, ou pelo seu léxico, hão-de ser substituídas pelo português do Brazil. E falaremos o brasileiro de Portugal. Dizem que será mais fácil e uniformizador para os países da CPLP. E porque raio não substituír o “brasileiro” (que não existe como língua) pelo nosso português? Nããã... eles são muitos. E fazem mais novelas do que nós. E como tal, teremos cada vez mais homónimos, coisa que é sempre boa, principalmente para ensinar as nossas criancinhas. Assim, é crível que “pacto” passará para “pato”, sendo difícil depois distinguirmos o “pato com laranja” do “pato de coesão” (no fundo temos que engolir ambos, pelo que o homónimo aqui até está bem empregue). Ou ainda o que o “acto” que poderá passar para “ato” , e assim teremos frases como “o ato sexual” que fará pulular na imaginação das senhoras uma forma de dar um nó nos falos.

 

Nós gostamos de ser uma “cona aberta” (o título bem poderia ser a perda da virgindade – a 452ª na nossa história recente). Mas eu recuso-me a ser ainda mais fodido com coisas como estas. Mas haverá opção...? Acho que vou ter que engolir tudo isto. Tal como o faço com o pato de coesão.

 

JLM

 

 

 

publicado por GERAL às 18:26
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