Segunda-feira, 27 de Outubro de 2008
Preocupado... é o Estado da Nação!
Estou preocupado!
Recentemente fiquei preocupado… e bastante! E o que me deixou preocupado é muito grave.
Não, não estou preocupado com a crise. Essa já sabemos que veio para ficar e serve apenas para “emagrecer” as empresas em termos de recursos humanos.
Também não estou preocupado com a guerra do Iraque. Isso é para fazer mais uns filmes estilo rambo XXIV.
Muito menos estou preocupado com o estado da nação. Sabemos que é um estado comatoso crónico por isso nem perco tempo com tais coisas
E nem sequer estou preocupado com o preço dos combustíveis. Por muito que se escreva sobre o assunto sabemos que o resultado será sempre o mesmo… paga tuga, que ainda respiras!
O que me preocupou é muito mais grave. É algo tão grave que pode pôr em risco a estabilidade mental de qualquer português. Algo tão mau que, comparado com o fim do mundo, este parece um piquenique. Descobri algo que se relaciona com o nome deste blog. Este local de entretenimento da má-língua dá pelo nome de “Os 3 S’s na Terra Estranha”. Até aqui tudo parece normal, os autores dos escritos têm S no nome e parece-me lógico o nome uma vez que moramos numa terra deveras estranha.
Infelizmente descobri que os S’s podem ter outra conotação, tipo “Sócrates, Salazar e Silva (Cavaco, claro está) na Terra Estranha. Ora eu não acho que alguém chamar-se Sócrates, Salazar ou (Cavaco) Silva é ofensivo. É que nenhum dos autores quer ser confundido com os outros S’s históricos, que raio! Ainda poderíamos argumentar que o Salazar “vá-que-não-vá” até porque o tipo mantinha os tugas com medo, abertamente e sem espinhas enquanto que os outros S’s mantêm a malta com medo mas às escondidas. Até podíamos argumentar tem uma linguagem moderna – tipo: “porreiro pá! Venha daí um abraço”; ou, inclusive, podíamos defender que o Silva (Cavaco) é um homem do “povão” pois gosta de comer bolo-rei de boca aberta.
Mas não acredito que, mesmo com uma argumentação positiva e sagaz, possamos defender tais semelhanças. É que não há argumentação mesmo! É um infortúnio poder pensar que posso ser confundido com qualquer um destes três tipos. Só de pensar nisso envelheci uns cinco anos e comecei a pensar em meter baixa psiquiátrica. É que mais um bocadinho ainda dizem que os elementos deste simpático blog são os culpados pela crise… bem, aqui também não tínhamos muitos argumentos a apresentar em nossa defesa porque continuamos a permitir que tipos com o calibre dos S’s históricos (Sócrates, Salazar e Silva) ainda trabalhem… fora da construção civil.
É que os S’s históricos são piores que os cavaleiros do apocalipse! Qualquer arma de destruição maciça é um estalinho de Carnaval ao lado de qualquer um dos S’s armado de uma caneta. Qual míssil qual caraças! O Sócrates com uma caneta é muito mais perigoso. É que o míssil, depois de explodir, matou umas quantas pessoas e feriu outras, tudo no espaço de uns segundos mas o segundo é no espaço de uma legislatura. O tipo assina hoje e um gajo fica desempregado daqui a seis meses… e logo desempregado sine die!
Salazar era um pouco mais imediatista. Ele gostava de assinar hoje e a GNR ia partir os cornos a alguém logo na semana a seguir. E, por fim, o Silva não assina nem deixa assinar e o resultado final é igual, fica tudo na merda! Além disso o homem parece o “Worm Tongue” do Senhor dos Anéis, sempre na sombra, a sussurrar à Manelinha o que deve fazer. É muito estranho mas podemos sempre ansiar pela aparição de um qualquer Gandalf que acabe com tantos sussurros.
Espero que os leitores não confundam nenhum dos autores com os outros S’s! Podem insultar-nos à vontade, fazer alusões à nossa mãezinha, paizinho ou outro qualquer familiar até à 5ª geração, os leitores podem pôr em causa a nossa masculinidade à vontade, nenhum de nós se importa… mas por favor não nos confundam com os outros S’s, os históricos porque isso é ofensivo… MESMO!
“Um banqueiro é um indivíduo que nos empresta um chapéu-de-chuva quando está sol mas que nos exige a devolução assim que começa a chover”
Mark Twain (1835 - 1910)
“Democracia é o mecanismo que garante que seremos governados da forma que merecemos”
George Bernard Shaw (1856 - 1950)
“Democracia consiste na escolha do nosso ditador, depois de ele nos ter ditto aquilo que pensamos querer ouvir”
Alan Corenk
“A economia é extremamente útil para dar emprego a economistas”
John Kenneth Galbraith (1908 - 2006)
“Para cada acção existe sempre uma acção contrário no programa de governo”
Bob Wells
“O Governo é demasiado importante e grande para ser deixado nas mãos dos políticos”
Chester Bowles (1901 - 1986)
“Debaixo de cada pedra, rasteja um político”
Aristophanes (450 BC - 388 BC), Thesmophoriazusae, 410 B.C.
“Agora já sei o que é um Homem de Estado; ele é um político morto. Precisamos de mais Homens de Estado”
Bob Edwards
“Um político honesto é aquele que, depois de comprador, mantém-se comprado”
Simon Cameron (1799 - 1889)
“O crime não compensa… tanto como a política”
Alfred E. Newman
Abraço
MS
Segunda-feira, 20 de Outubro de 2008
O fim da crise, ou talvez não... sei lá! Legislativas regionais...
Finalmente acabou!
Finalmente acabou a crise… Hurrraaaa!
É que, sinceramente, já não podia ouvir mais sobre a crise. “Está a chover…”, é a crise; “Amanhã vou de comboio…”, é a crise; “A minha mulher não quer nada comigo…”, é a crise!
Agora que acabou a crise, e tudo voltou ao mesmo, o tuga pode voltar aos assuntos importantes da vida nomeadamente o futebol, a telenovela, o preço dos combustíveis, os talk-shows e reality-shows… em suma, pode voltar à sua “vidinha” complicada em que muito fala e pouco faz.
A questão da banca serviu apenas para que os privados – que estavam a perder lucros – pudessem respirar de alívio, manter os lucros mas desta vez com o requinte de ser à custa dos impostos directos dos contribuintes. A parte melhor é que estes mesmos contribuintes têm as suas contas nos bancos em dificuldades. Isto quer dizer que o contribuinte paga aquelas despesas de manutenção da conta, cartões, transferências, etc e paga também para salvar o banco que já antes lhe meteu a mão no bolso. Isto é que é! Paga para ter o dinheiro e paga para salvar o seu dinheiro… duas vezes é sempre melhor que uma. É lógico, também, que a regulação que todos esperam vai acontecer!!! Claro que vai! Com esta fase de nacionalizações o Estado vai poder regular… ao ficar quieto. Tenho ouvido e lido acerca da regulação mas não há nada concreto. Nem sugestões, nem soluções, nem opiniões; nada mesmo. E de todas as vezes que se menciona esse assunto começa logo a argumentação “agora ainda não é o tempo… temos de resolver a situação actual… primeiro temos de estabilizar os mercados… etc.”… É que estou mesmo a ver!
Mas hoje não quero falar da crise! Já chega da dita…
Hoje vou falar de coisas alegres como… como… como…! Ah! Já sei! Preços dos combustíveis…. Hummm…. É melhor não. E que tal sobre… sobre… Euribor? Também não… este é um tema delicado. É melhor esquecê-lo.
Já sei o que vou falar… eleições regionais dos Açores! Ora aí está… é isso mesmo.
Deu-se, este fim-de-semana, um evento de proporções europeias – quase ao nível da crise financeira – que foi a reeleição de Carlos César (não! Não é familiar do Julius que atravessou o Rubicão) com maioria absoluta. Que leitura podemos fazer? Algumas, que poderão ser interessantes:
- Apesar da maioria absoluta, o PS reduziu a percentagem – Não me espanta! É que apesar de os dirigentes do Partido Socialista serem, em linguagem erudita, uma verdadeira bosta a realidade é que a oposição não consegue apresentar-se como alternativa. A tradição portuguesa de oposição é, aliás, muito fraca e ineficaz. Parte sempre do princípio que oposição é dizer mal sempre de tudo, nunca reconhecendo mais valias quando deveria partir do princípio que oposição é pegar no que de bom qualquer governo faz (embora isto seja sempre difícil encontrar) e fazer melhor, mais rápido, eficaz e com menor custo para o erário público ao mesmo tempo que apresenta ideias inovadoras e melhores. Mas não… aqui no Magreb do Norte oposição é sempre sinónimo de contrário, de acabar com o trabalho anteriormente (bem) feito apenas para “mijar no canto”. Já anteriormente escrevi que o PSD conseguiu garantir a vitória de Sócrates (não! Não tem nada a ver com o filósofo… antes fosse!) em 2009 com a eleição da “avozinha” e agora começam a aparecer os efeitos. Mas mesmo com a vida facilitada foi possível verificar que a malta está farta do PS que governou 11 dos últimos 14 anos (se a memória não me falha) mas que fazer! Não há mais ninguém… ah pois é!
- Nacional versus Regional – Aqui temos a caricata situação em que vemos o PS tentar extrapolar este resultado para demonstrar a aprovação dos tugas enquanto vemos o PSD a proclamar que é apenas uma “coisita” regional. Na realidade estão os dois certos e, em simultâneo, os dois errados. Eu explico:
- Certos porque é uma região nacional… é verdade! Ainda não tem as dimensões das eleições norte-americanas mas lá chegará. Pelo menos com a quantidade de “americanos” recambiados dos states para os açores, aquilo já parece uma sucursal dos republicanos ou dos democratas. A verdade é que estas eleições são o espelho da falta de opções existentes (daí estarem certos) a nível nacional e são, também, um demonstrativo do peso regional do PSD e, consequentemente, uma antevisão das próximas legislativas.
- Errados porque os Açores não passam de mais um região nacional… ora aqui está mais uma verdade à Monsieur de La Palisse! Por muito que tente (com ou sem revisão dos estatutos) o PS não consegue dar expressão a Carlos César… até porque o homem também não quer. Se a madeira é do Jardim, os açores são do César e o segundo não consegue o protagonismo que o primeiro tem. Além disso convém salientar que, mesmo sem revisão do estatuto da madeira, esta ilha tem subido nos indicadores de riqueza da UE, equiparando-se a Lisboa e Algarve (as zonas mais ricas do país). Ora nos açores, mesmo a receber dinheiro do continente, nem uma ilha como as Flores ou Corvo se consegue desenvolver… e, desculpem lá açorianos, com o tamanho que as respectivas têm e com o dinheiro que recebem já dava para alcatifar as duas!
- MFL e o silêncio – o silêncio pode ser de ouro mas neste caso o silêncio é um disparate. A verdade é que o PSD teve dos piores resultados de sempre nos açores e acho que estava na altura da senhora começar a falar tipo canário. Passou pelos açores de fugida, sempre caladita, voltou, sempre caladita, e agora comenta os resultados, sempre caladita! A verdade é que tão “ilustre e iluminada” liderança está a ter os seus resultados e seguir as directivas do Prof. Aníbal não serve ao PSD e muito menos ao país. É que sua excelência, o P.R. já tem reforma do Banco de Portugal, reforma de professor universitário e reforma de ex-primeiro-ministro ao que adiciona o salário de actual P.R. por isso quanto menos mexidas existirem no país melhor figura ele faz. Além disso o homem está com os olhos postos num segundo mandato para poder adicionar a reforma de P.R. e se acontecesse a calamidade de não ser reeleito seria o primeiro a quem isso acontecia desde os idos tempos da revolução.
- O BE – pois é… estes é que a sabem toda. Tiram votos ao PS, ao PCP, ao CDS, ao PSD e a tudo o que mais por aí ande. Mas sou obrigado a concordar que são os únicos que têm feito críticas contundentes à actuação do governo.
- Abstenção – aqui é que a porca torce o rabo! Ninguém quer falar neste assunto! Ninguém quer referir que 53,3% dos açorianos inscritos nos cadernos eleitorais NÃO foi votar. Mais do que procurar sinais de vitória ou derrota deveriam analisar porque é que os portugueses teimam em não votar. Os jornais desportivos dizem – acerca da nossa selecção – que Queiroz alienou o apoio do público em 3 meses. O mesmo se pode dizer acerca dos nossos políticos. A sua alienação da sociedade portuguesa não é de meses mas sim de anos e a pergunta que deixo é a seguinte: que legitimidade tem o governo de Carlos César para governar quando a maioria da população não lhe deu aval (positivo ou negativo)? Mas eu não estou contra isso… eu até acho que deveriam ser mais a não ir votar! Muitos mais! A realidade é que só há duas formas para ensinar a classe política: uma é pela violência com greves, revoluções, guerras civis (que acho que não vale a pena) e a outra é pela sua total ignorância. Nas próximas legislativas NÃO vão votar. Se só lá for 10% da população, que fariam eles? Creio que esta deveria ser a análise prioritária e não se é uma vitória nacional ou regional.
Este contínua a ser o eterno país adiado. Andamos a discutir o sexo dos anjos e os pacóvios ainda alinham nisso. Somos o país que nos últimos 27 anos, tivemos 17 anos de crescimento de 1%, temos um orçamento para 2009 que aumenta a despesa pública para mais de 46% do PIB, mas cujos cidadãos acreditam nos louvores do simplex… enfim, que dizer… somos Portugal, no seu melhor, infelizmente!
Abraço
MS
Sexta-feira, 10 de Outubro de 2008
Ser Crise.
Cumprimentos a todos,
Hoje vou deixar um outro olhar pela Crise Financeira, É QUE:
Eu só queria poder estar preocupado com a crise!
Estar a perder milhões com a depreciação da bolsa,
Preocupado com as minhas economias depositadas em bancos,
Sofrer por adiar a compra do quarto LCD, MP4, Turbo Sound e HD incorporado,
Angustiado por não ser este o mês para adquirir o Maybach com jantes de platina e estofos em pele de focas bebés recém-nascidas,
Não adicionar mais uma modesta vivenda, no empreendimento Sol Tróia, com piscina, climatização e sonorização incluída,
Ter de administrar os combustíveis do Jacto privado e do Yatch...
Frustração!
Eu só queria poder estar preocupado com a crise!
Preocupado por ter de pagar uma casa...não viver na rua, dormindo em passeios e em bancos do jardim, com pulgas e ratos por companhia,
Poupar e Economizar...mas...eu não tenho nada!
Encolher o cinto...já o troquei por uma velha sola de chinelos, mas também não tinha atilhos onde prender o cinto,
Racionar pela família a remuneração ganha...ter um emprego, onde?
Incógnita de saber se vou conseguir alimentar a família...sempre foi uma certeza, nunca consegui...
Ambicionar o dia em que, quando a crise passar, vou poder comprar Televisões, Telemóveis, Automóveis, Viajar...Mesmo sem crise,
É só ambição!
Eu só queria poder estar preocupado com a crise!
Ter algo meu,
Estar inserido na sociedade,
Fazer parte de um grupo,
Ser reconhecido,
Ter identidade,
Conhecer o sentimento de poder partilhar,
Saber o que é ter medo de perder...
Não tenho nada para perder...
Nem sei se não sou algo a perder...
Eu só queria, poder estar preocupado com a crise!
Deixo uma musiquita, já um pouco antiga, mas muito actual:
RdS
Quinta-feira, 9 de Outubro de 2008
Resposta à Crise
Olá potenciais banqueiros…
Parece que hoje em dia, os defensores do neoliberalismo andam caladitos e procuram passar despercebidos. É normal e até lhes perdoo esse mutismo capilar. Eu também teria uma certa “vergonha” se tivesse dito que caldo verde era bom para a regulação intestinal e o resultado final fosse uma caganeira de proporções bíblicas, mas isso sou eu que não ando a comer Kellogs K como se fosse palha, à espera de ficar com uma “barriguinha” bonita para a praia!
O que não acho lá muito normal é que os mesmos verborreicos que defenderam o neoliberalismo venham agora dar umas “dicas” acerca de poupança, como se o tuga não estivesse já habituado a viver na poupança. Isso não é lá muito normal até porque tais distintos senhores ganharam resmas de dinheiro na defesa das “tradições” chulistas bancárias e agora querem ganhar paletes de dinheiro com supostas tradições e métodos de sobrevivência para idiota ler.
Palpites sobre poupança, para o habitante da terra estranha, é como tentar ensinar o Pai-nosso ao Vigário. Aliás, o que andam a fazer parece mais o Vigarista ao ataque do que outra coisa qualquer.
Como tantas outras vezes foi referido, este blog não é apenas um local de má-língua… não senhor!... Também damos conselhos (ainda não damos Concelhos porque os Presidentes de Câmara ainda não roubaram tudo o que podiam) e sugestões para os incautos. Nesse sentido, eu que sou um invejoso nato – como todo o tuga bem-formado – também quero ser conhecido por aconselhar alguns métodos de poupança para ajudar a “maltosa” a sair da crise. Por isso aqui vão algumas:
- Poupar na Televisão – sempre que estiver a dar o telejornal ou outro programa informativo com o mesmo calibre, desligue a TV. Tem uma dupla função, isto é, você não atura os comentaristas sábios e entra em pânico a pensar que é o fim do mundo e poupa na electricidade. Depois de cálculos aturados, com a ajuda de 3 Nobel da matemática e um taxista, cheguei à conclusão que o valor poupado na factura da EDP é de 0.005 cêntimos (de iene) uma vez que a EDP está a pau com estes energúmenos dos poupadinhos e assim elas (as facturas) são feitas por computador sempre com o mesmo valor por causa das coisas!
- Poupar na comida – não coma! A ASAE tem tentado isso de todas as formas e tem falhado. A malta teima mesmo em chafurdar no prato de sopa! Que raio de vício que os portugueses têm… comer! Aliás, eu sou partidário de que o governo (letra pequena de propósito) deveria mandar pintar nas tigelas ditos como: “O governo adverte que o uso constante da sopa mata” ou “Comer sopa cria habituação” ou ainda “Uma tigela de sopa pode ser responsável por sobreviver mais 3 dias”.
- Poupar na roupa – não compre roupa. Vista-se com a roupa dos anos 70, que pertenciam aos seus pais ou avós. Mais uma vez existe uma dupla finalidade: a primeira, claro está, é que poupa dinheiro e a segunda é que ao andarmos vestidos com a nova moda de “Tirana” cada vez assumimos mais o nosso papel (não de homossexuais, viso já) de “O país que faz jus à Albânia do Ocidente”.
- Poupar na água – os hábitos de higiene TÊM de acabar. Isto de andar cheiroso para chegar à repartição pública e começar a trabalhar não pode continuar. Em primeiro lugar, o funcionário público não trabalha, por isso não sofre de problemas de sudação, logo não cheira mal; em segundo lugar protege o ambiente uma vez que consome menos desse precioso recurso, tão necessário nas barragens portuguesas e seus respectivos empreendimentos turísticos, fonte de riqueza da nossa terra estranha; em terceiro lugar diminui o índice de poluição porque já não tem de comprar o champô com óleos de tomate envolvidos em saliva de atum, que faz bem à camada cuticular do couro cabeludo e que a tornam mais jovem (como se fosse possível salvar o “destroço” de cara que já tem).
- Poupar no gás – Se você evitar comer, não precisa de cozinhar com tanta regularidade (excepto para grelhar aqueles sapatos de pele de marmota transmontana que comprou num es-pec-ta-cu-lar saldo por apenas 450 euros e um barril de petróleo). Além disso a sua casa – que terá, de certeza, acabamentos de luxo (pelo menos foi isso que a imobiliária disse e o banco cobra) com soalho em parquet flutuante. Como sabemos, o parquet é madeira por isso comece por fazer uma pequena fogueirinha no chão da sala. Pode grelhar os sapatos de pele de marmota transmontana, é mais aconchegante e aquece e dá a ilusão que está a passar um serão em família. Cuidado! Tenha sempre à mão a toalha de renda horrorosa que a sua sogra ofereceu para apagar qualquer foco de incêndio! Lembre-se: você está a poupar água e muito provavelmente os bombeiros também…
- Poupar na electricidade – APAGUE a luz! JÁ! Imediatamente! Não dê cúnfia à EDP. Decore onde tem os móveis para não marrar com eles, compre duas velas feitas com cera reciclada e reutilizáveis para ler o programa do PS para a próxima legislatura e para encontrar as meias furadas que tem na gaveta, feitas com laminado de lã – uma mistura feita na china, à base de lã (0,5%), polyester (4%), amianto (15%), casca de uva de região demarcada (0,5%) e leite em pó chinês (80%). Não se preocupe com doenças. Os relatos acerca de utilizadores a quem caíram os pés são uma falácia contra a globalização, não existem provas substanciais que liguem as duas coisas e além disso, se é funcionário público, não necessita de pés para se deslocar… afinal passa a vida sentado mesmo!
- Poupar no papel higiénico – aqui pode apresentar os melhores ganhos e proveitos. Compre um rolo de papel a cada dois meses (provavelmente é melhor de 3 em 3 meses para não ser um “mãos-largas”). Limpe-se primeiro a um lado, depois deixe secar e reutilize o outro lado do rolo. Não se deixe abalar se alguns perdigotos ficarem agarrados aos dedos. Vá à varanda e limpe-os nos lençóis do vizinho que estão a secar. Caso atravesse um momento de maior dificuldade – como por exemplo uma caganeira não orçamentada ou prevista – pode sempre recorrer ao programa do PS às próximas legislativas mas MUITO cuidado: certifique-se se o programa foi impresso com tinta aprovada pela CE para evitar apanhar um hemorroidal de bradar aos céus. Além disso não disso não faz mal se apenas tem o programa do PSD. O cu limpa-se bem com um ou com outro!
Depois destas singelas sugestões deste vosso expert comentarista (que é injustiçado pela RTP ao não me darem um programa de comentários de 4 horas) perguntar-me-ão o que fazer com o dinheiro das poupanças? Sim, porque vocês até pensam que podem poupar umas coisitas. Pois bem, dada a volatilidade dos mercados e aos produtos “tóxicos” (fazem tossir as carteiras) posso, também, adiantar que com as poupanças efectuadas poderá continuar a pagar a renda do seu apartamento T1 que foi comprado ao preço de um T128, numa zona chique sem estacionamento; podem continuar a ir jantar fora; poderão ainda pagar a mensalidade da escola de futebol (na esperança que o vosso filho seja o próximo Cristiano Ronaldo e assim viverem à conta do ordenado do filhote… seus “projectos” de proxenetas! Isso faz-se? Isso é trabalho infantil); podem pagar a mensalidade do colégio-bem de Almajunfa de Cima, ali para os lados de Coina, onde não ensinam nada e você tem de contratar um explicador para ensinar a tabuada; pode continuar ao futebol, aos concertos rock dos xutos, do vocalista dos xutos, do guitarrista dos xutos, do baterista dos xutos, do electricista dos xutos e da empresa de catering dos xutos; mas mais importante do que tudo, pode meter 3 litros de gasóleo na carrinha Mercedes (modelo “pato-bravo 2.2 TDI” que está a pagar em leasing a 45 anos e que já tem 896.318 km, devido às viagens ao Algarve, Espanha e Fátima, com a família vestida à moda da Albânia, sem pés, a cheirar a cavalo, com o cu mal limpo, a passar fome, com os olhos sensíveis à luz eléctrica e a debater os programas do PS e PSD para as próximas legislativas).
“POUPEM meus filhos… no poupar é que está a possibilidade de abastecer a viatura”
Salmo de Ferreira de Oliveira, Apocalipse 2, versículo 1 – Edições GALP
Um abraço
MS
Nota: Querem comprar a Islândia? Agora vende-se barato! Por 99,99 euros compre uma ilha com vistas para o mar, desportos de Inverno, solarenga, terras mexidas por terramoto (não precisa lavrar), aquecimento central por vulcão, arejada e com janelas. Caseiros islandeses incluídos. Contacte a REMAX pelos telefones habituais.
Segunda-feira, 6 de Outubro de 2008
Mais uma para o Mundo do Trabalho...
Olá a todos(as), filhos do 5 de Outubro...
Há coisas que velem a pena, e uma delas é rir… rir com tudo. Aqui estão alguns exemplos (americanos) de avaliações de trabalho em empresas americanas. Acho que se fizessem uma avaliação sobre os políticos portugueses (e os gestores que lhes acariciam as “partes” em busca de um “tacho”), encontraríamos coisas bem piores:
Aqui estão alguns exemplos:
- Este indivíduo não é tanto um “não vai a lado nenhum”, é mais um “nunca foi a lado nenhum”.
- Ao ouvi-lo falar, os seus feitos e conquistas são tão imensos como um buraco negro no espaço – infelizmente ainda nenhum foi verificado.
- Devemos criar uma nova função para o fazer sentir apreciado: Palhanço, Parvo, Ex-empregado.
- Os portões estão abertos, as luzes brilham, mas o comboio não chega.
- Um relojoeiro que está num fuso horário diferente.
- É tão denso que a luz dobra à sua volta.
- Este empregado deve ir longe – e assim que começar a andar melhor.
- Ele estabelece objectivos muito baixos e falha em alcançá-los consistentemente.
- Caiu na piscina dos genes quando o salva-vidas não estava a olhar.
- Ainda é capaz de efectuar a tarefa… se alguém ajudar.
- Esta jovem tem ilusões de competência.
- Ele tem as bolas todas, não sabe é onde.
- Tem memória fotográfica mas a tampa da lente está colada.
- Ficará connosco até à reforma a não ser que façamos algo antes.
- Se ele fosse mais estúpido, regávamo-lo duas vezes por semana.
- Brilhante como Dezembro no Alasca.
- Ele tem sorte em não ser um cavalo, mas mesmo assim arrisca-se a ser abatido.
- Deste a sua última avaliação, este funcionário atingiu o fundo e começou a cavar.
- Um organismo unicelular bateu-o no teste de inteligência.
- Os hábitos de trabalho desta pessoa levantam a questão: porque nos separámos dos animais?
- Doou o cérebro à ciência antes de acabar de usá-lo.
- Caiu da árvore da família, provavelmente de cabeça.
- Quando ela abre a boca aparenta ser apenas para mudar o pé que já lá estava.
- Um candidato privilegiado para a de-selecção natural.
- É difícil acreditar que ele foi fruto de um espermatozóide vencedor.
- Se o cérebro fosse taxado, ela recebia uma elevada restituição.
- Se estivermos muito próximo dele, ouvimos o oceano.
- Consegue ligar duas frases mas apenas se alguém lhe emprestar a ligação.
- Falta um neurónio para criar uma sinapse.
- Alguns bebem da fonte da sabedoria, ele apenas gargareja.
- A roda gira mas os hamsters estão todos mortos.
- Não é a faca mais aguçada da gaveta.
- Não o despeçam imediatamente, despeçam-no ontem.
- Eu não deixaria este funcionário reproduzir-se.
- O empregado está a privar uma qualquer aldeia de um idiota.
- Demora uma hora e meia para ver um programa de uma hora.
- Ficaria a nadar em mar-alto numa qualquer poça do parque de estacionamento.
- Ainda não fez uma “burrada” hoje… que saibamos.
- Tem o quociente de inteligência de uma temperatura ambiente.
- Ainda está um passo à frente da Lei.
- Tem dois cérebros: um está perdido e o outro anda à procura do primeiro.
- Dá desculpas plausíveis para os erros.
- Se lhe derem um cêntimo pelas suas ideias, ainda recebem troco.
- Precisa fazer algo mais. Poderei ser tão audaz em sugerir um novo emprego?
- Encontra 20 razões para fazer tudo menos a tarefa original.
- Trabalha bem quando sob supervisão ou quando encurralado como um rato numa ratoeira.
- Deixaram-no demasiado tempo na montanha-russa quando pequeno.
- Se mantivermos esta pessoa mais tempo, termos stock de papel líquido poderá ser uma vantagem.
- Será melhor para nós que esta pessoa não trabalhe com gente.
- Parente do sócio. Grande performance!
Estas são citações retiradas de algumas avaliações de funcionários. Nas vossas funções do dia-a-dia podem sempre usá-las… é bom para rir um pouco e encaixam bem a muita gente nesta Terra Estranha.
Um abraço
MS
Quarta-feira, 1 de Outubro de 2008
O acordo de todos os desacordos
Nota preliminar: o 1º texto apresentado deve ser lido com sotaque brasileiro. Se não sabem imitar dirijam-se ao café mais próximo e solicitem a um qualquer empregado para ler. Ele saberá fazê-lo na perfeição visto que provavelmente vem de Gonorreianópolis do Brasil.
Carta de um Brasileiro a um português:
“Oi péssoál! Tudo béim? Como anda a galera?
Ó xenti! Hoije tou respeitando o novo acordo ortográfico brasileiro. É imporrtantxi discuti o portuguêis falado pelos carioca e pelos portuguesis.
Dipôis de alargadas discussões nacionais, chegou o momento de ação e pegar o paletó e assinar o acordo de unificação linguistchica dos diferentes países falantes de pórtugueis.
Nóis, brasileiros, falamos a língua porrtuguesa de forma correta encuanto quí vocêis, seus mão-de-vaca, é qui não entende nada da língua materna. Como disse o nosso presidente Lula da Silva – e aí Lulão! – “temosss qui preparar ossss paísissss para o futuro dassss ssssociedadissss” (perrdão pelosss éssssesss mais o nosso présidentxi fala assim mesmu). Por isso a galera préssionou vocêis daí para iscreverem e falarem dji forrma corréta.
O pessoal daí tein qui acabá com essas coisas de cês antisch dji outras letras. Assim não dá não! Si modérnize aí xenti! Nóis keremos cólónizá vóceis né?! Já tâmu mandando pessoal daqui da favela né?
Um grandi chuac pá séis aí.
Édiualberto Ramarisco da Silva Fratilleni”
Resposta de um português, do Norte:
“Oube lá carago!?
Queres que te partam os cornos?! Estás aqui estás a encaixar uma ameixa que até andas de lado!
Bens para aqui armado aos cágados?? És lampiãun??
Ó meu morcão, então tu pensas que falas o português? A língua oficial do F.C:P.? A mesma língua que o senhor presidente Jorge Nuno usa para comunicar com os súbditos?
Bê lá onde te metes ou ainda sais daqui com um salpicãoen enfiado na goela.
Um grande par de tabefes,
Virgílio Manuel da Coxa”
Apesar de não ir lá muito com um ou com outro das personagens deste post, a realidade é que, tirando as idiossincrasias da pronúncia nortenha, as pessoas do norte do país falam e escrevem o português de Portugal e não o português brasileiro.
Qual é afinal a diferença? É tudo português não é?!
Eu não acho que assim seja. A raiz é, sem dúvida, comum mas as especificidades de cada um dos países de língua oficial portuguesa levou a que a língua tuga evoluísse por caminhos diferentes. Se pensarmos bem, temos outros exemplos linguísticos semelhantes ao nosso e que os países envolvidos não necessitaram de acordos “especiais” para se desenvolverem e/ou crescerem. Refiro-me essencialmente à língua inglesa. Olhando para a língua de sua majestade verificamos que têm uma ainda maior diversidade de formas de falar, escrever e pronunciar do que nós, habitantes da terra estranha. Temos o Americano, o Inglês, o australiano, o sul-africano, o jamaicano, entre outros (isto para não falar nas especificidades do próprio reino unido) e tanto quanto sei, não necessitaram negociar uma forma única de inglês para se poderem entender… eles entendem-se à mesma!
No entanto, parece que aos nossos geniais governantes é necessária a implementação de formas únicas de português para nos conseguirmos entender. É curioso, contudo, que seja a língua portuguesa original aquela que sofra as maiores alterações na forma escrita. Parece-me que há uma lógica errada nisto mas devo ser eu que sou assim… complicado!
Por outras palavras: nós desenvolvemos a nossa língua, em paralelo com o nosso desenvolvimento; nós desbravámos novos (velhos?) caminhos marítimos e dinamizámos o contacto com outras culturas; foram os tugas que iniciaram o processo de globalização (eu bem me parecia que NÃO deveríamos ter partido para o mar! vejam lá a consequência daquilo que começámos…); fomos nós que colonizámos outras terras – atenção! Não estou a falar em termos de escravidão mas sim novas terras mesmo, desabitadas, onde ninguém queria morar mas nós fomos para lá; fomos nós que transmitimos a nossa cultura, língua e identidade, e agora se queremos falar com os outros que aprenderam connosco, toca de mudar a língua portuguesa.
Inacreditável…
Eu gostava de saber que história é esta de mudar a nossa língua apenas porque os outros são mais! Eu não sou contra a mudança e evolução da linguagem. Caso fosse, ainda falaria com grunhidos e uma moca na mão. Não! Eu sou a favor da evolução. Mas uma evolução sustentada e muito própria, motivada pela nossa inserção na Europa e não pelo estigma de um passado pseudo-Africano ou pseudo-Brasileiro. Temos uma língua comum (ensinada por nós) mas temos culturas diferentes. Temos sim senhor…
Essa história que temos uma cultura comum é falsa. Tivemos, isso sim, uma história comum, que são coisas distintas. É que a cultura africana é diferente da nossa e a sua raiz linguística tradicional é muito diferente da nossa. Não vou medir se é melhor ou pior, apenas refiro que é diferente e apesar de termos uma forma de expressão semelhante, assente na nossa língua, fruto de condições históricas que não se repetem, temos uma forma instintiva de encarar a utilização do português diferente. O mesmo é válido para os brasileiros, com uma agravante que é o facto de eles “abrasileirarem” todas as formas de estrangeirismos. O facto de se ser diferente, na nossa sociedade moderna, parece ser sinónimo de medição de melhor ou pior. Mas porquê? Eu não estou a medir nada… nem quero! Mas que somos diferentes, ah isso somos e, como tal, podemos ter formas diferentes de encarar a língua materna sem pensar em qualquer tipo de imposição acerca da melhor forma de escrita.
Eu não irei respeitar o novo Acordo Ortográfico. Considero-o despropositado e sem sentido, fora de um caminho evolutivo natural apenas para satisfazer países terceiros e para mostrar um “servilismo” cultural como forma de atrair mais negócios e dinheiro. Se é isso que querem então a solução não está na língua mas sim no tecido produtivo, está na agilidade burocrática, nos benefícios reais que podemos oferecer a uma indústria/actividade que aqui se queira implantar… o resto é pura demagogia e desculpas para o fracasso.
Se somos uma merda como país, não é por causa da existência ou não de um acordo ortográfico mas sim porque não temos a agilidade para darmos o salto para a frente. Historicamente vamos com quatro (4!) tentativas de industrialização, todas falhadas, e a responsabilidade é das diferenças linguísticas? Estão a gozar não é?
E o “pagode” papa isto como um dado adquirido… ora bem!
Abraço
MS