Sexta-feira, 13 de Fevereiro de 2009

Casamento Homo.

Para lá da crise financeira, do Freeport e do futebol, ou melhor, das arbitragens dos senhores do apito (hoje em dia com muito mais protagonismo que os artistas do esférico), existem muitos outros assuntos que estão em forte discussão na Terra Estranha.

Como por exemplo...haaammm!...hummmm!!!...

Ora, como diz o título e para variar de temas sobre política ou finanças, vou abordar a questão do casamento homossexual.

Ao que Parece esta coelhada que saiu da cartola do nosso 1º anda já a levantar contestações e manifestações mais azedas por parte de alguns retrógrados/as da nossa pouco recomendável Sociedade.

E no fundo, Serve apenas para DESVIAR ATENÇÕES!

E CONSEGUE!

Anda já tudo a discutir este pseudo-assunto, como se não houvesse outros temas mais importantes e muito mais urgentes para resolver.

E ainda estamos no início!

Quando for altura do referendo é que vai ser interessante...aí, há semelhança do que aconteceu no período de referendo à interrupção voluntária da gravidez, vamos outra vez ver que “os velhos do Restelo” estão vivos e Bem Vivos!

Cada vez que há a hipótese de existir qualquer mudança no Status Quo desta virulenta sociedade, lá ressuscitam os nossos amigos do “Restelo” (coitado do Restelo, desde Camões o Restelo leva sempre com esta, se calhar até está na altura de mudar...deixa cá ver... velhos de Viseu...mas porquê que há-de ser com o nome de uma terra? A Terra não tem culpa de que existam algumas alimárias que sobrevivem (há que ser contemporâneo, apesar deste post não ser sobre finanças, a pobreza e a miséria que actualmente grassa pelo mundo fora vitima da ganância desmedida não deixa de estar presente) ou vegetam lá).

Pois é!

Como já perceberam, sou favorável a esta questão. Não me choca nada que as pessoas escolham como parceiro outra do mesmo sexo e se casem. Porque não?

Se já vivem umas com as outras, qual é a diferença por poderem também casar? Sinceramente não sei.

As parvoíces que oiço sobre este assunto incomodam-me um pouco. “Que é um atentado à instituição matrimonial”, ou “o casamento é só para procriação”, ou “Que emporcalham a doutrina do casamento”, “O casamento já anda na rua das amarguras e mais esta aberração, é uma vergonha”, “Qualquer dia até os bichos também podem casar”, “Depois vem o casamento de pessoas com animais”etc, etc...

Notem, isto tudo vindo de gente que é capaz dos mais perversos comportamentos humanos e contra qualquer base matrimonial. Dizem estas coisas e depois é vê-los, pessoas de bem, casados, mas a percorrer incansavelmente, de bordel em bordel, para satisfazer os seus desejos mais recônditos, usando desgraçadas que apenas querem sobreviver nas suas luxúrias.

A única que de facto tem uma posição coerente, e reforço o coerente, é a avozinha Ferreira Leite. De facto, só mesmo para procriação é que é possível a algum homem estar com ela, mesmo assim, tem de estar mesmo muito, mas muito, mas tão desesperado...é que nem nos meus pesadelos ouso sequer teoricamente questionar como deve ser aquele esboço de múmia numa cama...Nem Dante se lembraria de algo tão grotesco.

Continuando, a brigada dos “bons costumes”, depois de emporcalhar o sagrado matrimónio no leito de uma qualquer amante (sem desprimor para esta última) vem a público, baritonamente e a plenos pulmões, pugnar pela elevação moral da instituição matrimonial.

É sempre mais do mesmo, hipocrisia moral, cinismo ideológico, regado abundantemente no champanhe mais brejeiro da prostituição ou noutros comportamentos desviantes.

Por falar em procriação, aproveito para ir mais longe, acho que não só os homossexuais devem poder casar como, também, devem poder adoptar crianças.

Exacto! Heresia ao mais alto nível. Sou assim, quando é para ser anti-regime sou um exagerado.

E porque não?

Pensem lá um bocadinho, eu sei que é difícil porque somo inundados diariamente de opiniões extraordinárias dos nossos gurus televisivos e sentimo-nos sempre inferiorizados perante sapiências tão doutas e iluminadas que até nos coibimos de manifestar algo diferente de tão brilhantes personalidades.

Como eu estava a dizer, deixem essa gente toda e olhem para dentro de vós próprios: O que é que tipifica um casal? É gostar um do outro, é querer estar sempre um com o outro, é dar a vida pelo outro, é querer construir um futuro a dois, é não ver possível a vida sem a existência de um do outro...é, no fundo, AMAR!

Familiar?

Por isso casamo-nos, vivemos juntos, amamo-nos, temos filhos, and so on.

O que é que é diferente nos casais homossexuais – notem bem, eu usei a expressão casal – dos casais heterossexuais?

Não sendo especialista neste assunto, mas à primeira vista e do que posso observar (confesso que não conheço casais homossexuais, não sei como vivem, nem como é a sua intimidade) não me parece que seja muito diferente, salvo: serem ambos do mesmo sexo.

Ou seja, são absolutamente normais e iguais a qualquer outra pessoa. Dormem, vestem-se, tomam banho, comem, sabem falar, normalmente até são bastante cultos, têm gosto por variadíssimas coisas (cinema, livros, música, teatro, gelados, desporto, etc), têm ideologias, sonham, têm princípios morais, amam, odeiam, gritam, choram, riem, etc...

Pois é, fazem parte da espécie humana. Apenas têm uma orientação sexual diferente daquela que é aprovada na sociedade e pelos bons costumes.

Azar! Por isso não podem casar. Nem adoptar crianças.

Quanto ao casamento, sendo este a manifestação pública do amor entre duas pessoas, não me parece que seja estúpido permitir o casamento de casais do mesmo sexo.

Aliás, O problema é Deles. Cada um sabe de si. É de facto um comportamento desviante, mas existe, já é aceite e vai continuar a existir. Acontece. Nada a fazer.

Não vejo em que é que emporcalha ou denigra o casamento pelo facto de o casal ser constituído por elementos do mesmo sexo. Desde que não seja forçado, seja de escolha livre, que haja amor, quem sou eu para criticar ou avaliar.

Se o matrimónio, como dizem por aí, anda “tão por baixo” ou tão desprestigiado, a culpa é dos casais heterossexuais. Como somos nós que casamos e representamos o casamento, se este está denegrido, a culpa é nossa.

Não devemos espelhar nos outros as nossas incapacidades ou deficiências. Se calhar, estes “novos casais” até podem ajudar a reabilitar a tão propagada degradação da imagem do casamento. Parece que se amam mesmo.

Já agora, em relação à adopção - também sou a favor!

Basta ver a quantidade de pseudo-pais/mães que existem por aí. Espancamento de crianças é algo infelizmente muito comum, a violência doméstica continua a não dar tréguas e, tendo em conta os recentes números da APAVT, em contínuo crescendo.

Que valores querem esta gente dar aos seus filhos?

Bater nos putos é fixe? Porrada na mulher que o lugar dela é junto ao fogão da cozinha?

É isto que queremos defender?

Não contem comigo, já chega de bestialidades familiares, provavelmente estes novos casais terão comportamentos e valores a transmitir muito mais aceitáveis do que os de algumas famílias heterossexuais.

Aproveito também para levantar uma questão, o que será melhor para as crianças que estão institucionalizadas nos “lares” do Estado à espera de adopção – continuarem institucionalizadas ou serem adoptadas por casais homo?

Se calhar estes até conseguem proporcionar um ambiente de carinho, amor, segurança e de valores muito mais desejáveis que o Estado.

Se calhar, muitas crianças eram muito mais felizes com estes desviantes casais, do que com os actuais progenitores que se esquecem que ter filhos é mais que procria-los, é acima de tudo é Criá-los!

Só porque o SLB perde um jogo, não é razão para chegar a casa e, num genuíno round de ternura familiar, correr todos à pancada. Há exemplos muito piores, pedofilia familiar, exploração monetária dos filhos, etc.

Será preciso dizer mais?

Bem, voltando ao início, não sendo um assunto especialmente importante para a nação, acho que o nosso Primeiro conseguiu inteligentemente arranjar uma forma de desviar as atenções dos graves problemas que existem na Terra Estranha.

 

 

 

 

RdS

publicado por GERAL às 12:38
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