Quinta-feira, 30 de Abril de 2009

A Miragem Espanhola.

Buenas!

Hoje não vou criticar nem dizer mal, é só para variar um pouco, e apenas vou fazer uma mera observação a uma conduta muito típica “nossa” (com este nossa, estou referir-me ao povo Português).

Invariavelmente, sempre que há discussões, ou melhor, conversas mais “quentes”, dentro de um grupo de amigos, por exemplo, sobre economia, estado da nação, política, personalidades recentes da nossa história (como Salazar, Cunhal ou Mário Soares, ou os últimos governantes), há sempre alguém (ou muitos) que acaba por referir que a solução para Portugal é:

Sermos Espanhóis!

“Os Espanhóis é que sabem fazer”...”Se D. Afonso Henriques não tivesse andado às turras com a mãe, hoje estávamos bem”...”Em Espanha é que se vive bem”...”Éramos a principal província Espanhola”...”Tínhamos campeões do mundo em Ténis, F1, Ralis, Hóquei em Patins e em muitos outros desportos”...”Eles é que sabem”...”O D. João IV devia ter ficado sossegado”...”Passamos a fronteira e...entramos na Europa”.

Enfim, acho que todos conhecem os inúmeros argumentos para sermos Espanhóis e não é preciso enumerar mais.

Muito comum não é?

Mas, será a Espanha assim tão...paradisíaca?

Será que o povo Basco, não falando de outras províncias, é tão obtuso que não compreende estes argumentos?

E NÓS!

Será que nunca fizemos nada de jeito?

Será que não temos nem nunca tivemos Personalidades, Actos, Acções relevantes, importantes ou mesmo Dignas de um País?

Onde está o orgulho de se ser um Povo, uma Nação - de SERMOS PORTUGUESES?

Ok!

O país não é um mar de rosas, temos muitos defeitos e muitos problemas, em diferentes e variados níveis.

E então?

Será que ao abdicarmos de os resolver, de ficarmos à espera que venham “Outros” resolvê-los por nós, vamos ficar melhor?

Tudo vai passar a ser uma maravilha?

Passamos a ser Espanhóis e de um dia para o outro deixa de haver desemprego, os salários aumentam exponencialmente, somos campeões em todos os desportos, passam a existir grandes líderes, as nossas empresas atingem um sucesso nunca visto, o nível de vida melhora espectacularmente, recuperamos o orgulho...etc...

E isto tudo porque: São outros a MANDAR EM NÓS!

A varinha mágica de “nuestros hermanos” toca-nos e metamorfoseamo-nos. De repente somos extraordinários, temos “garra”, sabemos o que queremos, lutamos pelo que queremos, orgulhamo-nos...de quê?

Porquê não fazemos isso tudo enquanto...PORTUGUESES?

Se o país anda mal, cabe a nós e só a nós mudá-lo. Não acredito em milagres “de fora”, se todos nos unirmos em torno deste nosso Ideal, se cada um de nós, por si, fizer nem que seja um “bocadinho” por Portugal, podemos voltar a ser uma grande nação.

Já o fomos e podemos voltar a ser. Aliás, nunca deixamos de o ser. Somos o melhor povo do mundo, vivemos no melhor País e tenho orgulho em ser Português.

 

RdS

 

publicado por GERAL às 18:57
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Segunda-feira, 27 de Abril de 2009

A peste, pestilências... e tempo de antena!

 

A peste, pestilências e…. tempo de antena
 
Olá a todos(as)
 
Seguindo a filosofia do post anterior – curto e grosso – hoje venho falar do tema da actualidade: a gripe suína!
 
Não há jornal nenhum que não refira esta dramática crise. Começou na cidade do México e, aparentemente, existem 105 mortos causados por gripe mas só 20 é que estão comprovados como causados pela gripe suína.
 
Estive a fazer contas: 105 mortos. A cidade tem 22 milhões de habitantes. Percentagem de mortos: 0,00047% da população. Até aposto que enquanto estou a escrever estas linhas morreram mais mexicanos atropelados ou em acidentes de viação. Infelizmente, como já anteriormente escrevi, a sociedade moderna é única e exclusivamente controlada pelo medo. Este tem duas formas de aplicação: a primeira e mais óbvia é o medo directo. E esse é complicado porque poucos têm a coragem de aplicar. A segunda e a mais comum, é o medo do desconhecido e impalpável, das supostas pandemias, crises, acidentes, catástrofes…
 
Para além disso, com a crise, até a indústria farmacêutica se ressentiu e como baixou os lucros há que inventar uma nova doença ou pandemia. Recordam-se que a mutação da gripe das aves estava já para amanhã? Parece que passou a moda. Agora a moda são porcos! Tipo: “S’or Dotôri, comi uma bifana no quiosque que fica no estádio do sportingui. Terei eu a gripe suína ou será antes febre aftosa?”
 
Sabem uma coisa? Só serão realmente livres quando perderem o medo! E creio que está na altura de começar a pensar antes de comprarmos mascaras e afins por causa de um qualquer espirro! Balelas!!!
 
Abraço
MS
publicado por GERAL às 16:25
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Quinta-feira, 23 de Abril de 2009

ai Salazar, ai Salazar... porque tens nome de Praça?

 

Ora um dia feliz a todos,
Este post é curto… o tempo não dá para mais!
Estava eu a olhar de relance para o publico, edição electrónica, quando vi uma noticia que referia o seguinte:
Resistentes antifascistas indignados com a escolha do nome Salazar para praça central em Santa Comba Dão
Por curiosidade fui ler a notícia e de facto parece que os famosos lutadores da “liberdade”, tipo taliban no tempo da invasão russa do Afganistão, que andaram nas montanhas portuguesas a disparar rocktes contra os pilotos Kamikaze de Salazar estavam chocados porque se estava a, alegadamente, enaltecer a ditadura. Acerca disto, umas curtas notas:
1.   Quer queiramos quer não, quer escondamos ou não debaixo do tapete, a realidade é que Salazar foi uma figura que fez parte da história portuguesa e marcou o nosso País no século XX. Não estou a dizer que fez bem ou mal, apenas que marcou ai isso marcou!
2.   Na mesma lógica, deveríamos proibir qualquer referência ao Marquês de Pombal, D. Miguel, Afonso Henriques, D. Pedro, D. João IV, entre outros uma vez que os exemplos que deixaram não foram os melhores para as criancinhas, tendo regido nossa digníssima Terra Estranha com muito mais violência.
3.   Curioso que a quase totalidade dos lutadores da liberdade tuga fossem todos membros de um partido que defendia das piores ditaduras alguma vez criadas… a ditadura do proletariado que, a brincar a brincar, foi responsável por milhões de mortos no seu país, inventou os Gulag e as purgas políticas, as listas de cotas de “perigosos criminosos anti-regime” entre outras “brincadeiras” do mesmo género.
Será que os nossos libertadores pretendiam criar um regime semelhante cá no burgo… porque era liberdade?
Porque raio o braço politico por excelência dos “libertadores”, o PCP, foi o último na Europa a reconhecer os crimes do seu país-mãe?
E o errado é dar o nome a uma praça central de um gajo que já morreu há 40 anos e que, dado o estado do nosso país ainda é recordado com saudosismo?! Se calhar o mal não está no que existia antes mas sim os resultados que a suposta liberdade nos trouxe no depois.
Pensem nisto um pouco! E tentem descobrir porque uma série de tipos recordam Salazar… mas não caiam no erro fácil de achar que são burros! Muitos, de burros não têm nada!
Abraço
MS
publicado por GERAL às 14:12
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Quinta-feira, 16 de Abril de 2009

O Motard - versão 2.1

 

Olá… estão bons?
 
Consegui ter uns momentos para poder estar nestas lides de má-língua, tão salutares na cultura portuguesa.
 
Não vos vou tomar muito do vosso precioso tempo – entre duas cervejas e um pires de tremoços – mas tenho que repescar um tema apresentado neste blog em 2006 (novo não é?) e cuja importância, para qualquer dos “escritores” deste espaço cibernético, se reduz à mesma que atribuímos às bolinhas de cotão no umbigo… ou seja, e por outras palavras, importância = 0! Refiro-me a um tema que nunca pensei em voltar a retomar: os motards, motoqueiros e outros pastilheiros de 2 rodas.
 
Tenho – ou melhor, temos – de agradecer a assiduidade de tais utentes da via pública ao colocar os seus comentários neste blog. De facto é salutar poder contar com o vosso apoio nesta demanda informática, mesmo que esse apoio se limite a um espumar de raiva, mal direccionado, insuficientemente informado e, na generalidade, pessimamente mal escrito. Eu gostaria de pensar que as “iluminaduras pensantis” que colocam o seu comentário aproveitariam para ver outros artigos e repararem – talvez com algum esforço – que o texto inicial acerca de tal bando de cidadãos se enquadra numa certa perspectiva consentânea com a cultura da Terra Estranha.
                                                                                                                
Mas não! Isso seria esperar um pouco de mais dos tugas. Parece-me que o que se está a passar é que um cidadão motorizado em duas rodas numa máquina com motor a combustão e cabeça rodeada – vulgo motard – faz uma busca no Google ou no sapo sobre o tema, vê o artigo, começa a ler e a seguir faz tilt! Os olhos reviram, a bílis sobe, a garganta contrai-se… horror! Falta-me o ar! Tragam-me um antipirético! COMO É? Alguém escreve algo a dizer mal da minha moto??? Blasfémia!
 
Depois do impacte inicial, a primeira reacção desse cibernauta atento aos problemas das motos é escrever um comentário a defender a honra. Ele ainda treme de raiva por isso desculpo os incansáveis erros de escrita encontrados, caso contrário sou levado a pensar que sofre de um certo… digamos… atraso?! Ou pelo menos ficou com o português da 4ª classe do tempo de Salazar. Só um à parte: mas que exemplo de mau português têm deixado ou será que falam motardês, uma nova e estranha língua? Mas na Terra Estranha já nada me espanta.
 
Como dizia, depois da primeira reacção, imbuída de um espírito castigador para com estes pagãos atrevidos (os autores deste blog), a segunda reacção é a única saída lógica para este impasse de fúria não extravasada: passar a informação aos compinchas. Esses, padecendo das mesmas dores de ofensa, também vão ao ataque no blog ofensivo. Não importa se o contexto é um pouco mais lato do que aquele que as palavras aparentam, insignificante se existe uma outra mensagem contida no texto…. Ná! O que importa é a lógica do amendoim: o texto fala em mota, motard, imbecil, alarve, etc, logo existe um estímulo pavloviano de não perceber mas responder no imediato e de preferência com uma eloquência que faz chorar as pedras da calçada.
 
Depois das “brilhantes” de comentários sou obrigado a concluir que afinal o texto inicial ainda tinha mais razão do que pensei. É que se de facto o objectivo inicial era chamar a falta de educação do português, bem como a falta de respeito pelo próximo, rapidamente percebi que o texto tocava mais “fundo”, ia mesmo ao ponto de tocar o imaginário colectivo dos motards. Por isso quero deixar aqui o meu sincero agradecimento a todos aqueles que me deram razão e que se sentiram tocados pelas minhas singelas palavras. É que afinal existem mais bestas do que pensava…
 
Estejam descansados que não me sinto perturbado pelos insultos que me foram dirigidos nos comentários. Fico muito mais indignado com o português de merda patente nesses comentários do que com os “cabrão”, “filho da puta” e/ou “corno” repetidamente apresentados. Também me custou um pouco ver a falta de imaginação no insulto apresentado pela fina-flor do automobilismo nacional. Dos cerca de 300 comentários ao texto inicial mais as dezenas apresentadas no texto Motard II, podemos categorizá-los do seguinte modo:
 
a)    Comentário tipo trolha: referência abundantemente a questões sexuais, sobretudo ao nível de traições com Motard. Devo presumir que a pior coisa que se pode imaginar é um motard a dar uma queca! Pois se calhar até é… mas isso vocês lá sabem e nem me vou meter nesses pormenores íntimos que, a reflectir o que li, deve ser algo de verdadeiramente mau.
b)    Comentário tipo familiar: aí mostra-se a preocupação crescente acerca da ascendência de cada um. É monótono e parece a bancada de um qualquer estádio de futebol. É que esse tipo de insulto não me afecta… eu sei quem a minha mãe era e o que fazia mas parece que existe um número substancial de tugas que têm dúvidas acerca da sua filiação ou para quem a actividade profissional dos pais ainda continua a ser um mistério.
c)    Comentário tipo iupi tuga: esses são divertidos e alguns até deram luta a responder. Pena é que a vaidade inerente ofusque a conversa. Gosto do concurso tipo “quem-mija-mais-longe”. O meu pai é maior que o teu, a minha avó é mais velha que a tua, a minha universidade é melhor que a tua, a minha camisola tem uma cor mais berrante que a do Sócrates em dia de campanha, etc. Considerando o estado da Nação, os pseudo-iupies nacionais, paradigmas da gestão, não me parece que qualquer universidade portuguesa seja motivo de orgulho. Falar no Instituto Superior Técnico ou na Universidade Independente é a mesma merda. Afinal até temos um engenheiro como primeiro-ministro.
d)    Comentário tipo velocipédico: ahhh as referências à velocidade! Isso sim, é que é ser macho, com tomates de aço e merda entre as orelhas. Também aqui incluo as referências aos carros tipo shunning que aceleram dos 0 aos 100 km/h em 2,5 segundos e que quando andam na auto-estrada até se houve o estampido sónico. Também gostei da referência aos milhões de km em estrada… pensei, por momentos que eram os motard que estavam indignados mas parece que os taxistas também, tendo em conta o número de km percorrido por alguns leitores.
e)    Comentário tipo feminino: este é das motardas que leram aquilo… uuuuu indignação! Quase tão grave como partir uma unha. Minhas senhoras, eu defendo a emancipação da mulher e a igualdade entre homens e mulheres mas por favor não tentem ser imbecis só para serem iguais aos homens. Só faltavam dizer que, na vossa condição de motardas, também mijavam de pé. Deverei eu entender que mota funciona como um substituto peniano na falta do mesmo? Não quero acreditar nisso. Tenho mais consideração pelas mulheres do que tal.
f)     Comentário tipo agressivo: este é hilariante. Gostei de ver as promessas de violência, as ameaças ao melhor estilo de Beirute ou de um qualquer atrasado mental que, para “botar” figura a umas garotas vazias de intelecto, puxa da testosterona e cá vai disto. É quase do género: “Ó pá! Tava a fazer uma composição e vai daí arrochei-lhe um soco nas trombas. O gajo estrebuchou e eu tunga! Mandei-lhe outra broa c’o tipo até viu estrelas” e perante os aaa’s e ooo’s de admiração das chavalas o amigo pergunta: “mas ó pá, tu não tinhas apenas de enviar um telegrama de parabéns à velhota do patrão?”
 
No entanto tenho que enaltecer uns, poucos, leitores e comentadores que, apesar de questionarem a forma do texto (legitimamente, entenda-se), não questionaram o conteúdo do mesmo.
 
Na realidade, ao usar o exemplo dos “cavaleiros do asfalto”, o texto refere-se essencialmente à falta de consideração dos portugueses e ao constante desrespeito de tudo e todos em nome de uns quantos chavões apanhados aqui e ali – tipo TV, rádio ou jornal a bola – como se existisse uma justificação plausível e isso independentemente de 2, 4, 6 ou mais rodados.
 
Quero agradecer a todas as bestas que se auto-intitulam motards e que me deram razão… bem hajam! Com tipos como vocês, que olham a forma e não o conteúdo, temos um país bem entregue… viva os motards desta nação!
 
Abraço
MS
 
p.s.: uma última nota. Se estão a responder a um texto com 2 anos de atraso não estamos mal… vão lá comprar um Magalhães para ver se diminuem ainda mais esta decalage
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publicado por GERAL às 17:03
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“Justiça” à Portuguesa com certeza.

Não é um assunto novo nos meandros deste Blogue, já temos várias vezes descascado nesta instituição nacional tão incongruente quanto a expressão “ A Justiça é cega”.

Ao passar os olhos por uma notícia do Sol, que não resisto a reproduzir:

QUOTE

Justiça

Familiares das vítimas de Entre-os-Rios poderão ter de pagar 500 mil euros

Depois de as seis pessoas responsabilizadas pela queda da Ponte Hintze Ribeiro terem sido absolvidas em tribunal, a Justiça veio agora reclamar aos familiares das vítimas o valor das custas judiciais, noticia o 24 Horas de hoje. No total, são cerca de 500 mil euros

 

UNQUOTE

Fiquei perplexo!

Além de não terem sido apurados responsáveis, muito comum na nossa (in)Justiça nacional, os familiares, que já foram terrivelmente penalizados pelo sucedido, vão ser massacrados com as custas do processo.

Mas isto cabe na cabeça de alguém?

E, ainda, chamam a isto de “JUSTIÇA”?

Mas quem é o “Justiceiro” que se dá ao luxo de promulgar uma decisão destas?

Onde é que anda o Bom Senso? Também é “CEGO” como a “JUSTIÇA”?

Exemplo de alarvidades doutrinais da nossa jurisprudência não faltam, são tantos e tão frequentes que se torna difícil enumerá-los.

Mas este caso...acho que prima pelo sadismo, digno de Maquiavel, e pior: Ninguém com responsabilidade tomou qualquer tipo de medida.

No mínimo, o cretino do Juiz ou pseudo-justiceiro que elaborou esta aberração devia estar PRESO!

Como é que alguém é capaz de tamanha perversidade e fica incólume?

Ó Sr. Ministro da Justiça o que anda a fazer? Além de andar a esbanjar o nosso dinheiro, ao menos podia tomar alguma providência, não acha? Não andamos a pagar impostos para ver a sua tromba no Telejornal, para isso contratávamos Modelos, sempre era mais agradável.

Já agora, não percebo a diarreia legislativa que é produzida diariamente para, com base nessa mesma bosta doutrinária, emitirem dejectos judiciais desta craveira. Ou os nossos legisladores têm o Intestino Grosso ligado Directamente ao cérebro (se é que têm cérebro) ou os nossos Intérpretes Judiciais têm os respectivos neurónios (se é que os têm) inseridos na Zona Anal.

Algo está profundamente errado nos meandros da Justiça deste país. Não é urgente reformar, é urgente RE-INICIAR toda a “Justiça”. Ou será “Justiça com as Próprias Mãos”...

 

RdS

 

publicado por GERAL às 12:59
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Segunda-feira, 13 de Abril de 2009

Deflação da Sanguessuga.

Pois bem... É oficial: Março registou o primeiro marco de deflação dos preços ao consumidor em Portugal.

Para alguns é boa notícia, para outros é má notícia.

Por um lado, teoricamente, com a queda dos preços aumenta o poder de compra dos consumidores. Com o aumento da procura, surgem novas oportunidades e novos investimentos. Diminui o desemprego, aumenta o consumo. A Economia e os Mercados animam.

Talvez!

Por outro lado, face ao excessivo endividamento e à crónica desigualdade económico-social deste país, ao forte desemprego e às parcas perspectivas de melhoria de vida, os consumidores continuam a retrair-se.

Não há confiança, não se arrisca, não há consumo e os preços continuam a cair. As falências sucedem-se, os salários são renegociados (para baixo obviamente), o poder de compra diminui ainda mais, os investimentos re-retraem-se, o desemprego aumenta. A Economia e os Mercados entram em entropia.

Qual dos dois cenários irá vingar?

Pessoalmente, pelo menos no curto prazo e conhecendo típico gestor da Terra Estranha (cujas características se destingem por: gestão “à lá minute” (curtíssimo prazo), reactivo, sem visão nem planeamento, incompetente, totalmente desconhecedor da organização e do mercado onde está inserido, focado em mesquinhices, centralizador, individualista, apenas como orientação tem os amigalhaços que pautam pela mesma bitola) acho que é o segundo cenário que se vai impor por estas bandas.

Recentemente ouvi de um grande empresário, Belmiro de Azevedo, dizer que o país tem uma grande crise de liderança, tanto a nível governamental como do sector privado. Na sua opinião, que eu subscrevo inteiramente, a grande maioria de políticos e gestores deste país são incompetentes, nefastos para as organizações onde estão e deviam ser radicalmente afastados.

Nunca pensei ouvir ou ler algo deste género na Terra Estranha vindo de alguém que representa: O símbolo da Gestão deste país. Acho que ele sabe bem do que fala, até porque conhece pessoalmente a grande maioria dos nossos líderes, logo, no mínimo, dá que pensar.

E os nossos gurus da opinião? O que é que eles disseram sobre estas palavras?

Nada, “enfiaram a carapuça”. Preferem continuar a pregar mais do mesmo: “Temos de ser todos pobrezinhos e sossegadinhos”, ”É urgente rever salários, trabalhar 75 horas por dia, acabar com as férias, trabalhar 7 dias da Semana e receber uma esmola para sobreviver e pagar impostos”... Onde é que eu já ouvi isto? (lembram-se da Grande Personalidade Histórica recentemente eleita pelos Portugueses?)

Obviamente, que este recado só se destina a determinados sectores da população. Estes senhores, e demais pandilha, pertencem a uma determinada elite que deve ser mantida a qualquer custo. Alguém tem de pagar para manter o “Statos Quo”.

Adiante...

Se por um lado somos bombardeados diariamente com as notícias mais terríveis da economia com todos os operadores em larga recessão, não se vende nada, falências, despedimentos...Também ouvimos: “Estas férias da Páscoa os operadores viram toda a oferta disponível lotada”. “Hotéis esgotados”. “Destinos esgotados”.

Um pouco contraditório, não?

Se aprofundarmos mais um pouco, numa ida ao supermercado, confesso que tenho dificuldade em encontrar algum produto, dos que habitualmente consumo, mais barato. Se for a um shopping, comprar alguma roupa por exemplo, também não encontro grandes reduções. Ou no preço de um livro, CD ou DVD.

Existem muitas promoções, é certo, mas a que qualidade? E com que relevância?

Para quem compra por comprar, por exemplo:

-“Olha, uma promoção! Vou comprar”

– “Boa! Mas para que é que isto serve? O que é que faz?”

– “Não sei! Não interessa, não vês que está em promoção!

E nos entretenimentos? Por exemplo: Cinema 3D - toca a aumentar o preço, é por causa dos óculos... Espectáculos – dificilmente se arranja bilhetes, numa zona que se veja qualquer coisa, abaixo dos 30€ cabeça (6 contos na moeda antiga), e mesmo assim... Muitos são a 60€ por pessoa, o que tendo em conta o salário mínimo, que anda nos 400 e poucos euros...

Afinal, em que é que ficamos? Onde é que está o aumento do poder de compra?

Estou convencido que este país tem dois Mercados paralelos: Um real, que nos toca a todos, e que de facto está em crise, e um outro, mais dissimulado, que vive da exploração do Mercado Real e que Não Está em crise.

Banqueteando-se na preocupação de ver o Mercado Real a encolher, apregoando, dia após dia, para a necessidade de se fazer homéricos sacrifícios, “apertando cintos” que mais parecem gargantilhas, instigando os “servos da gleba” nas correntes da penúria em prol do “Senhor da Terra”, oferece como alimento a destabilização e medo sobre o Mercado Real, retirando chorudos proveitos inteligentemente colocados em contas off-shore.

Pois, as sanguessugas só morrem quando chupam todo o sangue da vítima. Até lá, somos todos...

Zombies!

 

Acho que derivei demais, por isso... Tchau!

RdS

 

publicado por GERAL às 16:37
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