Ora boa tarde a todas(os)
Hoje em dia, palavras como produtividade, crescimento, globalização, etc, são disparadas em todas as direcções por “génios” que, de preferência, vão buscar estrangeirismos e teorias de outros “génios” de outros países.
Vejo, todos os dias, uns tipinhos com um linguarajar desenvolvido, complexo, articulado mas que, na realidade, não transmitem nada de significativo. É vê-los a falar em mercados e praças e inflação e outras merdas que podiam ser resumidas ao seguinte: “Eu não faço a minima ideia do que aqui estou a dizer mas o meu paizinho arranjou-me este emprego!”
Para quem viu, o programa Prós e Contras na RTP1 sobre a banca mostrou duas coisas interessantes:
- Por um lado, dos 4 oradores principais, só um parecia ser contra e os outros 3 a favor, inclusivé o “génio” do Ferraz da Costa que ainda hoje deve estar para perceber como é que é possível as empresas darem lucro se têm de pagar salários... a mim também me faz confusão!!
- O painel de observadores – que mais parecia um baixo relevo egípcio ou sumério dada a “antiguidade” intelectual – entreteve-se a dar graxa aos dois senhores da banca não fosse dar-se o caso de os tipos lhes congelarem as contas bancárias... sim, de certeza que os serviços de espionagem da banca já sabem o nome de TODOS os participantes e assistentes e já entraram na lista negra dos bancos!
Um dos pormenores que achei delicioso foi quando o senhor do Millenium BCP, um tal Dr. (qualquer-coisa) Pinhal, com o seu ar amaricado de Opus Dei, referiu mais do que uma vez a questão do valor do dinheiro e, pasme-se, a matéria-prima dos bancos: o dinheiro!
Sobre a questão do valor do dinheiro já uma vez aqui escrevi que uma nota de 100 euros vale 100 euros e não 103 ou 99 ou outra merda assim. É que se os “génios” estivessem calados e não tentassem justificar os seus empregos e os salários exorbitantes que recebem com coisas que eles catalogam de “complexas”, talvez o mundo estivesse um pouco melhor. É que o utilizador da nota de 100 sabe que só pode comprar coisas num valor de 100 e não no valor de 105. Esta começa por ser a primeira grande mentira e tem dado azo a muita especulação selvagem mas adiante...
Sobre a matéria-prima só tenho a dizer o seguinte: no início do século XX apareceram uns tipos que berravam que o sector primário era o suporte da riqueza das nações. Nem meia dúzia de anos se passaram e uns outros “bandidos” legalizados disseram que não senhor! O que era importante era o sector secundário. É mais do que evidente que os defensores do sector primário amuaram e fizeram uma birra e voltaram a amuar. Passou mais meia dúzia de anos e uns outros “génios” vieram dizer que os anteriores eram todos burros, que o importante era o sector terciário. Com a nova corrente, os antigos foram despedidos e os novos ficaram bem na vida.
Na Terra Estranha o mesmo fenómeno aconteceu e os defensores do terciário chatearam toda a gente acerca dos beneficios divinos do que defendiam até que conseguiram... não temos agricultura, a industria é o que é mas serviços e vendedores temos ao pontapé.
E agora, não sei se por consciência culpada ou imbecilidade mesmo, vêm tentar vender a ideia que mesmo o sector terciário tem uma “matéria-prima”: o Dinheiro!
Achei este pormenor técnico de um dos “gatunos” delicioso. É que a ser verdade ele que diga onde é que existe esta matéria que vou lá escavar um pouco... pode ser que encontre uma maço de notas de 100... que valem, afinal 105!
No fundo, no fundo... este país é divertido! Não são todos os países que se podem orgulhar que palhaços apareçam em horário nobre. Mais... palhaços com autorização legal para roubar!
A propósito, temos que fazer um peditório a favor dos bancos e mandar fazer uns calendários de parede. Como os tipos andam poupadinhos, só podem fazer calendários com 360 dias... mas nós temos 365 dias no ano não é???
Um abraço
MS