Ora Viva! Como vai a bolsinha?
Se estiver ao nível do PSI 20 está exuberante, dinâmica ou em calão: Cheia de Pujança!
Sensacional!
Não há crise que não dê em fartura.
Por falar em crise, será que a crise já passou?
Para ser sincero, eu duvido. Parece-me que esta exuberância bolsista não passa disso mesmo: de pura excitação!
Ok! Tudo bem, se calhar estou a ser pessimista.
Só que parece-me um pouco cedo para tanta fartura, ainda estamos a dar os primeiros passos de uma suposta recuperação da economia global.
Tenho dúvidas que esta recuperação seja sustentada, até porque há dois factores muito importantes que, a meu ver, colocam em causa todo este exuberante cenário: por um lado temos os níveis extremamente elevados de desemprego, e com perspectivas de virem a aumentar nos próximos dois anos (o que abona pouco em termos de confiança e de retoma dos índices de consumo); por outro lado, temos a questão de excesso de liquidez dos mercados.
Excesso de liquidez...Que contradição!
Tivemos a crise devido á insuficiência de fundos para colmatar as “inovadoras e empreendedoras engenharias financeiras” desta década, que obrigou (e bem) os governos a injectarem elevadíssimos recursos financeiros na economia.
Agora avizinha-se nova crise por causa da panaceia aplicada. Com tanta liquidez nos mercados, que não está a ser aproveitada, já estou a ver os Bancos Centrais a prepararem-se para começar a aumentar as taxas de juro com medo do espectro dessa terrível ameaça chamada: INFLAÇÃO!
É algo típico dos economistas da globalização. Toca a subir as taxas que o consumo não pode aumentar desenfreadamente – A Inflação tem de ser controlada!
O problema é que as pessoas ainda não recuperaram desta crise, nem em termos salariais nem ao nível do fortíssimo desemprego que grassa por aí.
Se as taxas começarem de novo em escalada, acompanhadas pelo desenfreado aumento do preço dos combustíveis (andam sempre juntas, estas duas...) e por outra medida bem conhecida de todos nós: Aumento dos impostos para pagar o gigantesco deficit que se avizinha!
Et voilá! Cá está de novo com uma bela perspectiva sócio-económico-financeira para 2010. Ou seja, mais do mesmo, pelo menos uma década de crise na Terra Estranha (isto é, em Portugal) é um dado adquirido.
Com este panorama, resta a pergunta: Será que a segunda década do Séc:XXI também vai ficar marcada pela praga da crise sócio-económico-financeira?
Bem, vou ser optimista, acho que a segunda década vai ser mais positiva, a crise vai passar, vamos entrar numa fase de crescimento económico e sustentado.
Qual a razão?
Não será devido aos nossos brilhantes líderes, políticos ou governantes. Também não será pela tão falada produtividade, porque para haver produtividade neste país tem de haver uma coisa muito simples, que nós não temos: Um rumo! Ou seja, saber o que queremos, onde queremos estar e o que queremos ser, numa palavra: Objectivos.
Acho que a razão vai estar relacionada com o simples de facto de que tenho a esperança de que não podemos viver sempre neste definhamento contínuo. Naturalmente, este cenário que temos vivido irá mudar, seja por factores exógenos ou endógenos, algo irá mudar. E só porque tem mesmo que mudar.
RdS
. O outro lado da exuberânc...