Hoje não vou ser filosófico nem introespectivo... vou dizer mal mesmo! Forte e feio!
Nós, humanos, somos bons a criar ferramentas e temos evoluído sempre com a ajuda de ferramentas. Umas são excelentes e fundamentais, outras nem por isso mesmo e deviam ir para o lixo.
Gosto de carros e de conduzir e, na medida da minha paciência e carga anafilática, procuro respeitar os ditos do código (apesar de achar que uma boa parte foi retirada do pântano primevo que é a inteligência de algumas alimárias que, infelizmente, ainda se reproduzem). Procuro respeitar a velocidade, a sinalização e filas de trânsito e tudo o mais que aflige o cidadão comum em termos de gestão de tráfego.
Há no entanto dois grupos que acham que estão acima de qualquer regra de trênsito e, ainda por cima, acham que os outros têm que os aturar. Refiro-me aos políticos nas suas viaturas (oficiais e privadas) e aos motards (que raio de palavra arranjaram para falar em moteiros ou motoqueiros.
No primeiro caso é vê-los a passar, muitos deles com os pirilampos à frente (GNR) que agressivamente empurram toda a gente para fora do caminho, apenas porque lá vai um imbecil a ler o jornal, com ar de enfado pois não entende as notícias que lê (ou então, no meio do jornal leva uma revista da Gina escondida e vai a bater umas...). Os que não têm direito a pirilampos ou o motorista não pode vir, é vê-los a passar a 200 Km/H numa estrada nacional e se aparecer o infeliz do GNR a tentar multá-los, lixam a vida ao desgraçado do polícia e mandam-no para a bósnia, em calções.
Mas de certa forma, creio que já nos habituámos a estas coisas da parte dos nossos políticos (que nem dormem a pensar no nosso bem estar... que aindavamos tendo).
O segundo caso, o dos cavaleiros do asfalto, esse incomoda-me profundamente. Eu acho que andar com os cornos ao vento e a levar com mosquitos nas trombas à falta de pára-brisas diminui a inteligência e aumenta a estupidez, até atingir proporções bíblicas. E porque digo eu isto com tanta veemência? Vejamos:
- Quando nos aproximamos de uma portagem, a mal ou a bem, nós, condutores de viaturas de 4 rodas lá nos ajeitamos nas filas, contrariados e à coca do “chico-esperto” (ou como dizem em Cascais, “Francisco-esperto”) que tenta passar à nossa frente na fila. Perante esta tensão, acrescida dos putos ranhosos aos berros atrás, o cão que uiva porque não gosta de andar de carro e das piscadelas ao carro da filado lado que está cheio de gajas boas, o condutor não se apercebe do perigo que se aproxima: o Hells Angel, modelo Português, versão de executivo com pintas 2.1.
Esse animal, montado em duas rodas, vem lá de trás, com as fuças cheia de besouros e mosquitos mortos e passa entre os carros e mete-se à frente da fila para pagar a portagem. Como boa besta que é – e devidamente equipada – para em frente ao portageiro, tira as luvas, saca da carteira, vê que não tem dinheiro, descalça a bota e lá encontra umas moedas chulezentas e finalmente, depois de 15 minutos, paga. Mas entretanto a puta da fila quadriplicou de tamanho, apenas porque existem uns senhores que acham que passam à frente dos outros.
- Em segundo lugar, estão sempre a reclamar que os condutores não olham pelos espelhos e atiram os gajos para a berma e etc... Hello?? Está alguma coisa entre as orelhas? É que é o seguinte: os ciclistas de motos têm a mania de, em vias de mais de uma faixa em cada sentido ultrapassarem pelo meio. Que eu saiba, isso é ultrapassar pela direita, o que é proibido mas não! A culpa é dos condutores.... que parvos são por não saberem que os moteiros de 2ª passam pela direita.
A história que ser motard é um estilo vida irrita-me, ao qual eu costumo responder “ser inteligente é um estilo de vida” e sinto-me cada vez mais solitário...
MS