Sexta-feira, 26 de Setembro de 2008

“Berrium Financeirius” vs “Contribuintium Pagantius” vs “Responsabilitium”?

 

Ora viva!
Então, ainda estão por aí?
E estão bonzinhos?
De certeza?
Bem, em primeiro lugar venho dar três explicações sobre este blogue:
1)      Já alterei o nickname do blogue, que estava por defeito com o meu Nick, e coloquei “GERAL”. Penso que fica perceptível que o nome do autor do post ou do comentário não é o do nickname e sim o nome que vem no fim do post ou do comentário. Foi só para clarificar, é que não sei colocar isto de maneira a indexar automaticamente à assinatura, logo é um paliativo, mas acho que vai funcionar.
2)      Somos 3 a escrevinhar neste blogue, nomes: RdS, MS e JLM. Todos assinamos os nossos textos. Não há confusões. Além disso, deixo aberta a possibilidade a todos que queiram colaborar, basta enviar o vosso texto para: ostres.s33@sapo.pt e eu coloco-o on-line sem censuras ou alterações e devidamente identificado.
3)      Publicidade neste Blog- Constatei que aparece, de vez em quando, uma página com publicidade neste blogue. Faço questão de esclarecer que somos totalmente alheios a esta publicidade. Penso que é da responsabilidade do SAPO. Em resumo, não temos nada a ver com esta publicidade, não a controlamos e, pior, não recebemos dinheiro nenhum por ela (está mal!). Não faço a menor ideia de como hei-de eliminar esta coisa – aceito sugestões.
Posto este pequeno preâmbulo vou passar para o tema, muito actual, eu diria mais: NA BERRA! Anda tudo aos berros, mesmo!
O impensável aconteceu, uma parte do sistema financeiro privado “deu o Berro”, colapsou, estatelou-se, caiu por terra, entrou em falência, enfim já perceberam a imagem.
Estamos perante convulsões bolsistas particularmente complicadas, já se fala em nova “crise de 29” com repercussões mundiais nos restantes sectores da economia.
Isto tudo aliado ao problema Energético dos últimos anos e temos uma bela salganhada em perspectiva... O cenário é de “ouro negro”.
Mas, não há acontecimentos sem reacções em cadeia. O que é que tem sido feito?
Vamos lá ver:
“Nacionalizações”, se é que é este o termo certo, porque injectar capitais em empresas falidas à custa dos contribuintes...não sei se não será mais do mesmo, a velha moda dos últimos anos: Decisões Politicas que o parvo do contribuinte paga!
Já agora, e responsabilidades? Quem é ou quem são os responsáveis? O que lhes vai Acontecer?
Não quer dizer com isto que esteja a criticar as decisões que têm sido tomadas pelos principais Bancos Centrais Mundiais. O desastre é grande, o efeito dominó pode ser devastador e são realmente necessárias Grandes Medidas. A questão é outra, vou tentar avançar mais um pouco...
Eu tenho ouvido muitos comentários nos últimos anos sobre “RESPONSABILIDADE”, penso que vocês também, coisas do género: “Ninguém é responsável por nada, se fosse no privado, no mínimo, ia “”P’rá RUA!”””.
Ora bem, A Responsabilidade! Palavra muito badalada, especialmente contra a função pública (FP), mas... Atenção! Não confundir FP com políticos. Os políticos só têm: “Responsabilidade Política”! Mais nada! Seja lá isso o que for...
Continuando, não sou da função pública, sou do privado, esse paradigma da responsabilidade, e tenho observado que a responsabilidade no privado tem algumas nuances muito semelhantes à dos políticos na sua relação com a FP.
Não! Não estou louco, pelo menos aparentemente (isto de viver na Terra Estranha e ser dito “normal” é algo muito contraditório, eu diria mais: é como água e azeite, juntos não se misturam).
Ora vejam lá isto, O Político é apenas Responsável pelas Decisões Políticas, cuja responsabilidade se consubstancia em...hummm!!...pois....enfim, é só responsável, mais nada, não existe qualquer medida subsequente.
Quando acontece alguma coisa, normalmente vai apurar responsabilidades nos serviços da FP inerentes e nos seus técnicos, algo que as chefias adoram, vulgarmente chamado também: “Procura o Bode Expiatório” – ou expiratório, porque saltam “gafanhotos” por todo o lado, mas nenhum acerta no alvo.
No privado acontece algo paralelo, a responsabilidade é apurada até determinado patamar hierárquico. A partir daí...passam a ser Responsabilidades por Importantes Decisões Estratégicas, com consequências muito semelhantes às dos políticos: na pior das hipóteses, o Director vai “p’rá Rua” com reforma choruda vitalícia, carro de topo de gama, prémios dos próximos 10 anos por atribuir, and so on...
Quanto ao resto da equipa, o clássico: despedimentos em massa, indemnizações abaixo (quando existem) do previsto na Lei, processos disciplinares, etc... A empresa desaparece e é constituída uma nova, no terreno ao lado (de preferência, para os clientes não estranharem), com metade dos mesmos trabalhadores, a metade do salário e a produzir precisamente...o mesmo.
Ou seja, a culpa é do porteiro, da telefonista e da senhora da limpeza (quando os há, porque começa a ser normal cada um ser responsável pela sua zona, o que na prática quer dizer algo como: atendemos chamadas para o Sr. Dr.Eng.Arq.Comendador, abrimos as portas (e muitas vezes as pernas, acompanhadas de “vai um cafezinho? E vaselina, deseja?), classificamos documentos contabilisticamente /analiticamente / por centro de custos, elaboramos orçamentos, relatórios de projectos e de reuniões onde não estivemos presentes e sobre as quais desconhecemos totalmente (mas-que-o-chefe-necessita-para-justificar-a-sua-preseça-nessas-reuniões), enquanto tentamos fazer prospecções de mercado e negociar com clientes... (espera! E vender? Só depois, pá! Primeiro as coisas importantes, “onde está a merda do café?”).
Ops! Desculpem, derivei um pouco, não era bem este o assunto... hum!! De certa forma até está relacionado...bem adiante.
Como eu ia a dizer, esta crise financeira, já com laivos de crise económica, coloca a Nú a questão da responsabilidade, muito mais de que as questões relacionadas com as medidas que estão a ser tomadas, temos as questões sobre a pró-actividade dos Mercados e dos respectivos Reguladores.
Ó meus amigos! Afinal ninguém podia ter previsto isto? Tantos analistas, tantos líderes de opinião (que diariamente intoxicam o povão com as suas brilhantes dissertações sobre os elogios da empresócracia, a magnificência da auto-regulação do mercado, os malefícios da existência de Estados, de Governos, etc), afinal em que é que ficamos?
Por um lado não queremos Estado, tudo parasitas que chupam gigantescos recursos, queremos só iniciativa privada, bem gerida, SUCESSO! Mas, quando acontecem estas crises...
Ai, ai, mãezinha! Ó Estado, paga lá a burrada que fizemos!
É caso para dizer: Felizmente existem organizações Estatais, senão ia tudo mesmo para o c.........
Mais uma vez, toca a ir ao bolso dos contribuintes, todos nós a descontar anos e anos para, entre outras, situações destas! Felizmente que isso acontece. Existem demasiados exemplos horríveis na história sobre outras crises e espero que esta não atinja esses temíveis patamares.
Voltando à Responsabilidade, afinal qual é a real origem disto tudo? Quem foram os Responsáveis? Quais são as medidas punitivas?
Não me venham com a conversa de que não há responsáveis, que foi o mercado, que não havia regulação, que não se podia prever, etc... TRETA! HIPOCRISIA! Conversa para enganar TÓTÓS!
Tanta ciência, tanto conhecimento e tantas certezas, não era possível que um acontecimento destes não fosse previsível. Ou será que afinal esses líderes do conhecimento e do poder são menos inteligentes daquilo que é tão apregoado?
Não me parece, sinceramente penso que houve mais um “deixa andar e dá cá umas massas para eu estar caladinho” do que outra coisa qualquer. Convinha deixar andar as coisas, muitos beneficiaram enormemente no passado, beneficiam no presente e de certeza que vão beneficiar no futuro, ou não estivesse cá o povão “p’ra” contribuir nas próximas crises.
Em resumo (bolas, já me estiquei demasiado), temos a crise, estamos alegremente a pagar para que ela passe, os responsáveis ficam impunes, os opinium makers da praça vão continuar a opinar (eu acho que é mais a “pinar-nos”) com a sua douta sapiência e o futuro.... “Só Deus sabe. Ele conduz-nos por insondáveis caminhos”.
O mais provável é que a seguir a esta crise venha a crise do excesso de liquidez nos mercados, fruto das actuais injecções monetárias dos Bancos Centrais. Qual elefante a saltar de nenúfar em nenúfar, nós vamos saltar de crise em crise.
Todavia, penso que existe algo de positivo nesta situação toda, não há dúvida que todos os sectores, público e privado, são necessários e não vale a pena andarem de “costas voltadas uns p’ró outros”. É em conjunto que se constrói, divididos...dá asneira e da grossa!

In the end, it’s all about Money

 

RdS

 

publicado por GERAL às 18:11
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