Ora muito boas tardes a todos!
Se não sentiram saudades minhas, não há problema… estejam à vontade.
Aproveitei estes dias (meses?) para reflectir um pouco sobre generalidades e particularidades, enfim… uma seca!
Cada vez que penso nalguns assuntos fico um pouco baralhado e apesar de já ter escrito sobre a maioria deles continuo a ser assolado por algumas dúvidas existenciais. Vejamos alguns exemplos da Terra Estranha:
Segurança: Aqui está um assunto que preocupou o tuga enquanto o campeonato de futebol não re-iniciava. Sem futebol é o desespero, logo começa-se a pensar em assuntos sérios. Parece que o nosso “desinfeliz” canto à beira-mar plantado acordou para a realidade da violência. Parece, também, que do Brasil não vieram apenas as fulanas do alterne ou empregados de restaurante e/ou café de centro comercial, mas vieram também os tipos das favelas… Ahhh! Que espanto! A sério? Vieram mesmo?
Sim, vieram! e com eles veio um tipo de criminalidade violenta que nós pensávamos que só existia em filmes. E qual é a brilhante resposta do Governo? Simples… cosmética! Resumindo a política do Governo, podemos dizer que alguém com uma doença grave, em vez de ir ao médico (e provavelmente passar pela experiência traumatizante de lancetar um testículo) vai à cabeleireira, isto é, mantém a doença mas está muito mais “bem arranjadinho” e até fez um “brushing”! Por outras palavras, a resposta ao crime tem sido operações stop da GNR para apanhar uns tipos a conduzir bêbados ou sem carta. Rouba-se um banco, operação de stop na Ameixoeira; Mata-se uma pessoa numa ourivesaria, operação stop na Cascanhuda; Roubam-se bancos e sai mais uma operação stop no Colhanal (embora no caso dos bancos até ache que os assaltantes deveriam ser medalhados porque afinal já diz o ditado “ladrão que rouba a ladrão, tem 100 anos de perdão”).
Não interessa se o código penal está uma verdadeira “bosta”, não interessa se os juízes, que sempre se queixaram que estão impedidos de aplicar a prisão preventiva, aproveitem a primeira oportunidade para colocar um qualquer bandalho na rua com termo de identidade e residência, mesmo tendo sido apanhado em flagrante delito ou a transportar 14 bazookas. O que interessa é fazer mais um operação stop, de preferência com câmaras de filmar dos “abutres” dos media.
Crise: É pá! É que estou mesmo farto de ouvir falar na crise… todos falam na crise. Crise à esquerda, à direita, nos bancos, na energia, no ambiente, na política, em Wall Street, nas matérias-primas, no futebol, em suma, crise em todo o lado. Andam agora em pânico com a banca (lehman brothers e afins) e os analistas referem que é o falhanço de Wall Street e que deveria existir uma maior regulação do mercado, bla, bla, bla. Mas esperem lá?! Eram estes mesmos analistas que há uns meses atrás andavam a apregoar os sucessos e virtudes do sistema financeiro internacional. Eram eles que diziam que o mercado se regulava a si mesmo. Foram estes tipos que venderam a ideia que o Governo, enquanto garante dos direitos, liberdades e garantias de uma nação deveria acabar e que deveríamos passar a ter uma sociedade de corporações. Curioso!!! E afinal ninguém lhes chama incompetentes ou incapazes ou assassinos em massa… não!... são analistas. Por outro lado ainda, os privados andaram a vender ao mundo as virtudes da sua gestão, mas quando fica demonstrado o grau merdoso de incompetência que têm e o buraco financeiro que criaram já não consegue ser disfarçado, “aqui D’El Rei”, toca de dizer aos Governos para injectarem capital público – isto é, de todos nós – para salvarem as empresas que eles afundaram. Afinal parece que as nacionalizações voltaram a estar na moda.
Combustíveis: Já escrevi várias vezes sobre este tema e sobre estes escroques. No início deste ano referi que em 2008 iríamos assistir ao preço do barril a usd 150 no verão e usd 200 no final do ano. Quase que acertei no verão e o ano ainda não acabou. Engraçado é, de ver, que essas alimárias tanto especularam em nome do lucro fácil que quase lixaram a economia mundial e quando o caso ficou a cheirar mal o preço do barril caiu quase a pique para valores abaixo dos usd 100. Ficaram assustados? Foi? Ooooooo que pena! Mas como a terra estranha é um exemplo de gestão danosa vimos o energúmeno da GALP a manter os preços com a desculpa esfarrapada que o mercado dos refinados é diferente. Então deixa lá ver: sobe o preço do barril, aumenta a gasolina porque a matéria-prima está mais cara, baixa o preço da matéria-prima e o preço mantém (ou inclusive sobe) porque o problema está nos refinados. Há muitos anos que não via uma tão grande corja de mentirosos… mas devo ser só eu porque afinal o Zé povinho continua na sua mesma preocupação de sempre: Fado (pouco), Fátima (a 13 de Maio) e futebol (às carradas).
Quando ouço, na rua, os comentários que “a vida está má”, “é uma grande crise”, etc, costumo pensar nos estádios de futebol cheios, nos concertos da Madonna esgotados numa semana, no Algarve cheio de tugas sedentos, no IKEA a abarrotar ao fim de semana, nas 5 viagens ao espaço já reservadas por portugueses, nas lojas de roupa e moda mais caras que não fecham, antes pelo contrário e penso… não há quem os entenda!...
Um abraço
MS
p.s.: hoje não falei em motards, é que nem vale a pena estar a escrever para indivíduos que olham para a forma do texto mas não conseguem entender o conteúdo do mesmo… pena é que não sei fazer livros de banda desenhada… podia ser que entendessem!
Segunda-feira, 26 de Maio de 2008
Petróleo e combustíve...
Olá, estão bonzinhos? A vida vai bem?
Estou de volta para mais uns momentos de escárnio e mal-dizer e desta vez o qu...